A polícia angolana abriu um inquérito sobre alegadas agressões de agentes policiais durante um protesto que se realizou na terça-feira e adiantou que os 28 manifestantes detidos já foram libertados, disse esta quarta-feira à Lusa o porta-voz do Comando Provincial de Luanda.

Segundo Hermenegildo de Brito foram ouvidos, identificados e posteriormente libertados “28 elementos que faziam arruaça” na zona entre o hospital do Prenda e Zamba 2, em Luanda, e impediam a circulação automóvel. O mesmo responsável confirmou que dois dos ativistas, Laurinda Gouveia, que está grávida, e Geraldo Dala foram encaminhados para unidades hospitalares.

A polícia está agora a investigar as imagens de uma “possível agressão dos agentes”, tendo aberto internamente um processo disciplinar para apurar os factos. A confirmar-se “a suposta agressão de agentes da polícia aos manifestantes, conforme se alega, os agentes serão responsabilizados”, vincou o porta-voz da polícia.

A Lusa tentou contactar Geraldo Dala para saber a sua versão sobre os acontecimentos, o que não foi possível até ao momento.

Os manifestantes, que se concentraram em protesto contra o elevado desemprego e reclamando os 500 mil postos de trabalho que o Presidente da República, João Lourenço, prometeu criar, pretendiam chegar à Assembleia Nacional onde o chefe do executivo iria discursar sobre o Estado da Nação, marcando a abertura do ano parlamentar.

No entanto, a polícia já tinha avisado que iria travar a manifestação, por violar a lei angolana, que proíbe cortejos e desfiles antes das 19:00 aos dias de semana e concentrações a menos de 100 metros dos órgãos de soberania, e carregou contra o grupo, depois de uma troca de palavras entre as duas partes, recorrendo à força para dispersar os ativistas.

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