Macacos presos pelo pescoço e de patas atadas, ou enclausurados em jaulas minúsculas, em stress, desorientação e sofrimento; nalguns casos levam mesmo pancadas violentas na cabeça; e há sangue espalhado pelo chão à volta de cães com ar abatido. Estas são algumas das imagens marcantes do vídeo que um ativista pelos direitos dos animais gravou quando esteve infiltrado no Laboratório de Farmacologia e Toxicologia, em Hamburgo, na Alemanha.

O vídeo, entretanto divulgado pelas organizações Cruelty Free International e Sono Tierschutz, gerou revolta em várias organizações de proteção de animais, de acordo com The Guardian.

O jornal britânico cita Kate Willett, diretora da Humane Society International, que fala de práticas “bárbaras” e descreve a situação em que se encontravam aqueles animais como “horrível”. “Este tipo de tratamento é eticamente insuportável e, muito possivelmente, ilegal”, disse ainda.

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Desde 2015, refere ainda o jornal, houve nove inspeções ao laboratório, sete das quais sem aviso prévio. Os inspetores observaram 44 macacos enclausurados em jaulas muito pequenas e reportaram grande sofrimento, com consequências de longo prazo, apesar de, durante estas inspeções, não terem sido feitos testes a macacos — algo que, pelo contrário, é bem visível no vídeo divulgado.

O laboratório foi multado em 300 euros numa das ocasiões, mas, de acordo com The Guardian, que cita o jornal alemão Süddeutsche Zeitung, apenas por ter introduzido novos cães nas instalações sem que para isso tivessem autorização.

A legislação europeia impede que animais que não sejam naturalmente solitários possam ser colocados em compartimentos individuais e sem espaço de manobra. O jornal britânico lembra ainda que, em julho, Bruxelas apontou várias falhas à lei alemã no que diz respeito à proteção dos animais em contexto de laboratório.

O vídeo, disponível no YouTube, contém imagens que podem impressionar os mais sensíveis.