Depois de Miguel Albuquerque ter criticado o alegado silêncio de Marcelo Rebelo de Sousa sobre situação na Madeira, o Presidente da República respondeu numa longa nota com seis pontos publicada esta sexta-feira no site da Presidência. Nela, deixou a garantia de que “tem acompanhado, com todo o empenho“, a situação vivida na Região Autónoma da Madeira por causa da pandemia”.

Na quinta-feira o chefe do executivo madeirense, Miguel Albuquerque, lamentou que Marcelo Rebelo de Sousa ainda não tenha tido “tempo de se pronunciar sobre aquilo que se passa na Madeira” e de “dirigir uma palavra de conforto aos madeirenses”.

Madeira critica silêncio de Marcelo Rebelo de Sousa sobre situação no arquipélago

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Na mesma nota, Marcelo explica que “tem sido informado” da situação na Madeira “quer por correio (o primeiro dos quais de 13 de abril), quer por contactos telefónicos”. Explica que esse acompanhamento começou a ser feito logo “desde o início de março” e lembra que no dia 20 desse mês promoveu “uma reunião com o primeiro-ministro e os Representantes da República”, para “aplicação do Estado de Emergência nas Regiões Autónomas, em articulação com os Governos Regionais”.

Marcelo assegura ainda que ainda esta sexta-feira falou com Rui Rio sobre a situação na Madeira — uma matéria que, lê-se, “tem constituído tema constante de apreciação também com o primeiro-ministro, tendo em vista procurar as pistas possíveis de solução”. Nas críticas ao silêncio de Marcelo, Miguel Albuquerque tinha alertado para o facto a região precisa de fazer uma “operação de financiamento urgente” de 300 milhões de euros para “acorrer à emergência social e económica” gerada pelas medidas de contenção da pandemia.

Neste sentido, o Presidente da República explica que “tomou conhecimento das vias possíveis, por votação parlamentar, para resolver uma questão muito importante para os Madeirenses e, portanto, para todos os Portugueses, através de alterações à Lei das Finanças Regionais e ao Orçamento do Estado”.

O comunicado termina com a explicação de que, “como sempre tem feito”, o Presidente da República “não publicita as suas intervenções”. Diz Marcelo que isso se deve a não querer “dificultar o sucesso” dessas mesmas intervenções, mas também porque “para não as confundir com outros debates que não se revestem da prioridade e urgência que se deve conferir à solução do problema”. Esta semana, na visita à Torre de Belém, já tinha dito que as presidenciais não são uma “prioridade dos portugueses nem do Presidente da República”.

Recorde-se que Miguel Albuquerque ainda esta semana anunciou na rádio Observador que pondera candidatar-se às presidenciais. Na mesma entrevista, o Presidente acusou Marcelo de ser a “bengala” do governo. E defendeu que o papel do Presidente da República “não é servir nem de charneira, nem de salva-vidas, nem de bengala do governo”.

Miguel Albuquerque admite candidatura a Belém, diz que Marcelo é “bengala” do Governo e que centro-direita “não tem candidato”