Os EUA estão a “sonhar acordados” quando pensam que conseguem mudar a China e a forma como o regime chinês gere a vida política, económica e social. O comentário é de Wang Yi, ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, que avisa que alguns nos EUA querem levar as relações entre as duas potências para uma situação que se assemelharia a uma nova “Guerra Fria”.

“A China não tem qualquer intenção de mudar os EUA, muito menos tomar o lugar dos EUA”, comentou Wang Yi, acrescentando que os EUA também não devem pensar que conseguem mudar a China. São declarações, citadas pela Bloomberg, que foram feitas na conferência de imprensa à margem das sessões do Congresso Nacional do Povo.

O responsável acrescentou que “algumas forças políticas nos EUA estão a tentar tomar como reféns as relações entre os países, tentando levar essas relações até à beira do que chamaria uma ‘Guerra Fria'”. Wang Yi avisa: fazer isso é “perigoso e irá colocar em risco a paz mundial“.

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Além das tensões comerciais e o conflito em torno da origem do novo coronavírus, que o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, chegou a dizer que tinha escapado do laboratório em Wuhan – e que havia “enormes provas” de que assim tinha acontecido – as relações entre os dois países estão a deteriorar-se novamente numa altura em que o regime chinês anunciou intenção de impor uma lei de “segurança nacional” a Hong Kong.

Mike Pompeo considerou esta uma “proposta desastrosa” e indicou que, por causa desta legislação os EUA poderão reconsiderar o regime de exceção comercial que é atribuído a Hong Kong. Mas Wang Yi asseverou que estas são matérias internas da China, que dizem respeito apenas ao país, pelo que os EUA não devem interferir numa legislação que, garantiu, apenas irá afetar “um pequeno grupo de pessoas”.

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Por outro lado, a administração Trump estará a ponderar fazer um teste nuclear, que seria o primeiro desde 1992 e colocaria em causa a moratória que está em vigor em relação a esse tipo de iniciativas. Segundo noticiou o The Washington Post, a hipótese foi discutida na última reunião das agências de segurança nacional dos EUA, perante acusações (não confirmadas) de que a Rússia a China têm vindo a fazer pequenos testes nucleares.

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