Um estudo do ifo, um dos mais prestigiados think thanks da Europa, defende que a extensão da licença de maternidade “tem efeitos positivos de longo prazo para a saúde das crianças na Alemanha”, onde atualmente as mães têm direito a três meses sem trabalhar com salário a 100%.

Os benefícios seriam especialmente elevados entre jovens adultos, defende o estudo, publicado no Journal of Health Economics. “Os problemas mentais e comportamentais são a razão mais comum para tratamento médico hospitalar nessa faixa etária”, indica Marc Fabel, especialista do Ifo Center for Labor and Demographic Economics, que antecipa também ganhos económicos: “Se evitarmos isso, podemos poupar por ano até 6,6 milhões de euros por coorte de nascimentos”.

“No final da década de 1970, a licença de maternidade na Alemanha foi estendida para até seis meses, com apoio financeiro do Estado, para aliviar o fardo das mães”, explica o instituto numa nota enviada à comunicação social. E agora, Marc Fabel, que analisou dados médicos hospitalares entre 1995 e 2014, entende que esse alargamento beneficiou também as crianças “no seu desenvolvimento de longo prazo”. Em particular, homens na casa dos 20 anos estão “menos propensos a serem afetados por distúrbios comportamentais relacionados com o vício”, defende.

Atualmente, as mães na Alemanha têm direito a 14 semanas de licença de maternidade (cerca de três meses) pagas a 100%, o que compara com os quatro meses das mães portuguesas nas mesmas condições. O Ifo sublinha que a licença de maternidade alemã é hoje das mais baixas da Europa, a par da Croácia e da Suécia, embora também ressalve que se for incluída a licença do pai a posição do país sobe no ranking europeu para meio da tabela. Além disso, mães e pais alemães podem gozar a licença até 14 meses, mas levando para casa 65% do salário.

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