Cresce a pressão no Reino Unido para que sejam reimpostas medidas de contenção da pandemia em Inglaterra. O primeiro-ministro Boris Johnson rejeitou, na quarta-feira, por em marcha o “plano B”, mas a Agência de Segurança em Saúde do Reino Unido (UKHSA) já estará a contactar as autoridades de saúde locais para perceber se conseguem “implementar imediatamente o plano de inverno”, avançou o The Observer.

O governo britânico continua focado no aumento da vacinação no país, considerando que dessa forma conseguirá controlar o aumento de casos, que ultrapassou os 50 mil diários na semana passada e cuja taxa de infeção (1 em cada 55 pessoas) é equivalente ao do início do ano.

Apesar de médicos pedirem regresso das restrições, governo britânico rejeita apelos para pôr em marcha plano B

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O ministro da Saúde, Sajid Javid, admitiu, esta segunda-feira, que está inclinado para tornar a vacina obrigatória para os profissionais do serviço nacional de saúde (NHS), tal como já foi feito para os profissionais dos cuidados sociais. No sábado, o primeiro-ministro pediu que todas as pessoas que sejam elegíveis para tomarem a vacina.

O governo continua a defender que o NHS tem capacidade para aguentar o aumento dos casos — seria a sobrecarga que levaria à entrada do “plano B” —, mas os profissionais de saúde denunciam que já há cirurgias a serem adiadas e longas filas nos serviços de urgência.

Peter Openshaw, Grupo Consultivo de Ameaças por Vírus Respiratórios Novos e Emergentes do Reino Unido (Nervtag), considerou que não tem de ser tudo ou nada e defendeu a reintrodução do uso de máscara, o teletrabalho quando possível ou a introdução do certificados digitais de vacinação como forma de reduzirem o número de infeções sem causarem demasiado transtorno na vida das pessoas.

O responsável pela região oeste de Inglaterra, Dan Norris, também já apelou à população que volte a usar máscara em espaços públicos depois do aumento de casos na região, noticiou o The Guardian.

79% das escolas alvo de protestos antivacinas

Manifestantes contra a administração das vacinas às crianças feriram, pelo menos, três crianças num protesto junto a uma escola. O ministro da Saúde, Sajid Javid, acusou os antivacinas de estarem a disseminar informações falsas e disse “se [as vacinas] não servem para vocês, ok, fiquem em casa, mas deixem os outros em paz”.

A noite em que manifestantes cercaram o vice-almirante e um DJ foi a um centro de vacinação

O secretário de Estado para os Assuntos Internos, Priti Patel, considerou o assédio conduzido pelos manifestantes antivacinas à porta das escolas “completamente inaceitável”. Keir Starmer, líder do partido Trabalhador, defende que as escolas tenham autonomia para definir zonas de exclusão onde o manifestantes estejam impedidos de protestar junto às escolas.

A Associação de Diretores Escolares (ASCL) disse que, das escolas inquiridas, 79% disse já terem sido alvo de protestos por parte de manifestantes antivacinas.