O trânsito do gás russo para a Europa através da Ucrânia vai cair esta quinta-feira quase 30% face a quarta-feira, segundo a gigante do gás russo Gazprom, com os fornecimentos a serem afetados pela guerra pelo segundo dia consecutivo.

Cerca de 50,6 milhões de metros cúbicos deverão passar esta quinta-feira pela estação Sudzha, contra 72 milhões no dia anterior, segundo a Gazprom, citada pelas agências russas, uma queda de quase 30% depois da redução de 18% registada na quarta-feira.

Os volumes publicados pela operadora ucraniana de gasodutos GTSOU são ligeiramente diferentes, mas da mesma ordem, já que no seu website mencionou para esta quinta-feira 53 milhões de metros cúbicos (m3), contra 73 no dia anterior.

As duas partes estão a culpar-se. Há dois dias que a Ucrânia está a dizer que já não pode garantir entregas através das instalações de Sojranivka na região de Lugansk, devido à presença das forças armadas russas, e pediu à Gazprom para aumentar os volumes noutro local, Sudzha.

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Moscovo, em troca, diz que o trânsito pode perfeitamente ocorrer através de Sojranivka, enquanto o redirecionamento do fluxo para Sudzha é impossível.

Na quarta-feira, a Alemanha disse que constatou uma queda de 25% no volume de gás russo a passar por um dos principais gasodutos que atravessam a Ucrânia.

Até agora, tanto Moscovo como Kiev têm mantido o fluxo de gás apesar dos combates, com a Rússia a insistir que é um parceiro energético fiável apesar das sanções e do conflito, com hidrocarbonetos vitais para a sua economia.

A União Europeia tem tentado preparar-se para uma rutura nos fornecimentos desde que o Presidente russo, Vladimir Putin, ordenou o pagamento das entregas em rublos — uma alteração contratual que a UE considera inaceitável.

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Além disso, a longo prazo, quer ver-se livre da sua dependência energética, que representa uma linha financeira para a Rússia.