Há duas fortunas na família real: a que pertence à Monarquia e a que pertence à Rainha Isabel II. A primeira será, certamente, herdada diretamente por Carlos III, que foi oficialmente proclamado rei este sábado. Aliás, esta é a maior fortuna das monarquias europeias — surgem o Luxemburgo, Liechetenstein e Mónaco logo a seguir. Agora, a grande questão é perceber quem vai herdar tudo aquilo que pertence a Isabel II, que era, de resto, uma das pessoas mais ricas do mundo. Somando as duas, os valor pode superar os 16 mil milhões de euros.

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Contabilizar toda a fortuna pessoal da Rainha é um exercício praticamente impossível, já que a máxima figura da monarquia do Reino Unido não estava obrigada a declarar, nem a revelar, as suas finanças privadas. Ainda assim, a lista feita pelo jornal Sunday Times chega aos 426 milhões de euros.

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Mas voltando aos bens que Carlos III vai herdar, a lista é igualmente longa e destacam-se alguns bastante peculiares. Primeiro, passam para as mãos do novo rei todos os cisnes, golfinhos, baleias e esturjões que vivem dentro das propriedades da monarquia britânica. São cerca de 32 mil cisnes e estas espécies vivem em liberdade nas águas do Reino Unido há mais de 800 anos, desde que foi necessário garantir que os cisnes ficavam longe dos caçadores, que ameaçavam estas espécies.

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Além dos cisnes e dos golfinhos, o herdeiro direto vai ficar com o negócio imobiliário The Crown Estate, que pertence à coroa, e vai receber daqui 15% dos lucros. E, no total, vai ficar com 1,4% do território do Reino Unido — entre mais de 100 mil hectares de quintas e de 11 mil hectares de florestas.

Os bens que passam então para o novo Rei estão isentos do pagamento de impostos. A lei britânica estipula o pagamento de um imposto de sucessão em caso de heranças que superam os 375 mil euros, o que não se aplica neste caso.

Agora, fora dos bens que serão herdados por Carlos III, a herança pessoal da Rainha pode ser distribuída pelos seus quatro filhos — pelo Rei Carlos, pela Princesa Ana, pelo Príncipe André, Duque de York, e pelo Príncipe Eduardo, Earl de Wessex — e ainda pelos seus oito netos. No entanto, a herança não tem de ser distribuída seguindo o principio da igualdade, uma vez que Isabel II tinha liberdade para fazer o seu testamento e pode deixar membros da família real fora deste documento.

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Nesta lista de bens pessoais está o Castelo de Balmoral, local escolhido pela Rainha para passar os verões e, aliás, o local onde morreu na passada quinta-feira. O castelo de Sandringham, onde a família real passa, habitualmente, a época natalícia, também terá um novo dono. E alguém vai herdar uma vasta coleção de joias e de selos. O mais provável é que nunca se saiba quem vai herdar o quê, já que os testamentos da família real não seguem a lei imposta naquele país, que dita que os testamentos sejam públicos.