A polícia alemã fez esta quarta-feira rusgas em várias propriedades do oligarca russo Alisher Usmanov, sob suspeitas de lavagem de dinheiro e de violar as sanções impostas pela União Europeia.

Uma unidade de mais de 250 polícias revistou várias propriedades do magnata espalhadas pela Alemanha, incluindo uma villa no lago Tegernsee, de acordo com um comunicado do procurador estatal da Bavária.

As autoridades fizeram ainda buscas nas propriedades de Usmanov em Baden-Württemberg, no sul da Alemanha, e em Hamburgo e Schleswig-Holstein, a norte.

O comunicado do procurador da Bavária referia que as buscas tinham como alvo um cidadão russo na lista de sanções da União Europeia, anunciadas logo após o início da guerra. De acordo com o The Guardian, O jornal alemão Der Spiegel conseguiu confirmar que o homem em questão se trata de Usmanov.

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O oligarca é suspeito de ter violado as sanções, ao continuar os pagamentos a uma empresa de segurança para vigiar as suas propriedades – violando desta forma o congelamento de bens.

O procurador da capital financeira alemã, Frankfurt, cujas autoridades também estiveram envolvidas nas buscas, adiantou que Usmanov está a ser investigado por suspeitas de lavagem de dinheiro, relacionadas com transferências monetárias no valor de vários milhões de euros para contas offshore.

A mesma fonte adiantou ainda ao The Guardian que as investigações tiveram origem no leak dos Panama Papers, no qual o magnata esteve envolvido.

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Usmanov, de 71 anos foi um dos oligarcas visados pelas sanções de Bruxelas aquando do início da guerra. Considerado um dos homens mais próximos de Vladimir Putin, tem um património avaliado em 14.7 mil milhões de dólares. Com ligações ao Reino Unido, foi durante alguns anos considerado a pessoa mais rica no país. Entre 2007 e 2018 foi acionista maioritário do clube de futebol inglês Arsenal.

As autoridades suspeitam que Usmanov, que residiu no município de Tegernesse até ao início deste ano, deve ao Estado alemão mais de 500 milhões de euros em impostos.

O seu paradeiro atual é desconhecido, mas pensa-se que terá fugido para o Uzebequistão (onde nasceu no tempo da antiga União Soviética), logo após o início da invasão russa da Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022.