Quando foram anunciados os onzes iniciais do dérbi de Manchester, este domingo, ninguém ficou surpreendido com o facto de Cristiano Ronaldo ser titular. Quando Erik ten Hag decidiu refrescar a frente de ataque, durante a segunda parte, muitos ficaram surpreendidos com o facto de Martial, e não Cristiano Ronaldo, ter sido a opção preferencial. Quando o jogo acabou, com o United esmagado pelo City, todos ficaram surpreendidos com o facto de Cristiano Ronaldo nem sequer ter saído do banco.

O capitão da Seleção Nacional assistiu enquanto suplente, ao longo de 90 minutos, à humilhante goleada sofrida pelo Manchester United frente ao rival Manchester City. Ten Hag trocou Malacia por Luke Shaw ao intervalo, lançou Martial e Casemiro à hora de jogo e ainda colocou Fred a 20 minutos do fim, deixando o português sentado no banco e vendo o avançado francês ainda marcar dois golos para os red devils.

Olá, Manchester. O meu nome é Haaland e sou o novo dono da cidade (a crónica do 6-3 do City ao United)

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

No final da partida, questionado sobre o facto de não ter utilizado Cristiano Ronaldo, o treinador neerlandês garantiu que o avançado não passou de segunda para terceira opção na frente de ataque. “Não o ia pôr porque estávamos a perder 4-0 e seria uma falta de respeito pelo Cristiano e pela sua grande carreira. E podia colocar o Martial, que precisa de minutos”, explicou Ten Hag já na conferência de imprensa, deixando depois uma análise àquilo que aconteceu este domingo no Etihad.

“É bastante simples: não acreditámos. É inaceitável não acreditarmos, em campo, que podemos ganhar. Estivemos indisciplinados no que diz respeito ao cumprimento das regras em campo e fomos trucidados, foi o que aconteceu. Para mim foi uma surpresa. Não fomos corajosos. O City teve mérito mas isto não teve a ver com eles. A nossa exibição não foi boa, simplesmente. Teve tudo a ver com o nosso descrédito, individual e coletivamente. Senti os problemas desde o início e ao intervalo mudámos a atitude, vimos um United diferente e marcámos golos, criámos mais ocasiões. No entanto, desiludimo-nos. A nós e aos nossos adeptos”, defendeu o técnico.

Ainda assim, a decisão de Erik ten Hag relativamente a Cristiano Ronaldo não é consensual. Roy Keane, antigo capitão do Manchester United, considera que o clube está a “desrespeitar” o jogador português. “Acho que o deviam ter deixado ir muito antes do final da janela de transferências. O treinador está a agarrar-se a ele. Não podes dizer que precisas de opções e depois deixar o Ronaldo no banco. É um dos melhores jogadores de sempre. Acho que ambos sabemos que ele não vai utilizar o Ronaldo, fê-lo em apenas dois jogos europeus. Ele não vai pôr o Ronaldo a jogar. Acho que a situação vai ficar cada vez mais feia à medida que a temporada avançar. Sentar Cristiano Ronaldo no banco do Manchester United semana após semana não vai ser bom. Deixá-lo no banco é ridículo para um jogador com este estatuto”, atirou o irlandês em declarações à Sky Sports.

Gary Neville, por outro lado, está de acordo com a decisão de Ten Hag. “Percebo o ponto de vista dele, para ser sincero. Colocá-lo num 4-0 ou 6-1 teria sido um insulto. Talvez não se tenha expressado da melhor forma possível mas gosto da honestidade dele”, indicou outro antigo capitão do Manchester United. Para a história, fica a reação de Cristiano Ronaldo, sentado no banco de suplentes, quando o jogo estava já 3-0 aos 40 minutos.