O FSB (antigo KGB, a polícia secreta soviética) abriu um caso de espionagem contra um cidadão norte-americano, crime que pode ser punido como uma sentença de entre 10 e 20 anos. Num comunicado, citado pela Sky News, o FSB refere que o norte-americano é suspeito de “reunir informações sobre tópicos biológicos direcionados contra a segurança da Federação Russa”.

As autoridades norte-americanas já estão a investigar os relatos “não confirmados”. De acordo com o The Guardian, Vedant Patel, um dos porta-voz do departamento estatal, disse: “Estamos a investigar este assunto e continuaremos a monitorizar. Geralmente, a Federação Russa não cumpre as suas obrigações de fornecer notificação oportuna sobre a detenção de cidadãos americanos”.

A acusação da polícia russa acontece no mesmo dia em que, na Suécia, um tribunal em Estocolmo condenou um agente secreto do país — Peyman Kia, de 42 anos — a prisão perpétua por ter beneficiado o serviço de vigilância da Rússia. O irmão de Peyman Kia, Payam, sete anos mais novo, foi condenado a uma pena de 10 anos. Ambos têm nacionalidade sueca e são naturais do Irão.

De acordo com o juiz Måns Wigén, o agente teve acesso a 90 documentos secretos, metade dos quais foram entregues à Rússia — que era “a maior ameaça contra a Súecia”, segundo o magistrado. O irmão era o responsável por entregar os documentos aos serviços secretos russos, através de contactos que tinha criado na rede de vigilância militar do Kremlin.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

“Conjuntamente e em concertação, sem autorização e para ajudar a Rússia e o FSB, adquiriram, encaminharam e compartilharam informações cuja divulgação a uma potência estrangeira poderia ser prejudicial à segurança da Suécia”, considerou Måns Wigén.

Peyman e Payam Kia foram detidos em 2021 e acusados de terem funcionado como agentes duplos havia 10 anos. As suspeitas começaram a surgir quando as secretas suecas — a Säpo — começaram a desconfiar que um dos seus membros estava a trabalhar como espião, minando operações relacionadas com a Rússia. Os irmãos sempre afirmaram ser inocentes.

Muitos dos documentos que provarão o envolvimento do agente e do irmão no crime de espionagem não puderam ser divulgados em tribunal por conterem dados confidenciais. Alguns movimentos bancários estão a ser apresentados como sendo de pagamentos vindos da Rússia pelos serviços que Peyman e Payam Kia prestariam à FSB.