O Presidente da República fez saber esta tarde que soube pela comunicação social da existência a 27 de junho de uma cerimónia de inauguração do monumento de homenagem às vítimas dos incêndios de 2017. Marcelo visitará a região afectada pelos incêndios de há seis anos ainda durante o mês de junho, no entanto, explica que não vai poder estar na cerimónia de última hora já que estará em Itália, numa reunião da COTEC Europa.

Numa nota enviada à comunicação social, o Presidente da República diz que “teve conhecimento, pela Comunicação Social, da cerimónia de inauguração, no próximo dia 27 de junho, do monumento de homenagem às vítimas dos incêndios de 2017 em Pedrógão Grande”, escreveu esta tarde numa nota Marcelo Rebelo de Sousa.

Explica que “estará nessa data em Itália, numa reunião da COTEC Europa, juntamente com o Presidente italiano Sergio Mattarella e o Rei Felipe VI de Espanha, encontro esse que terminará ao início da tarde, tornando impossível estar de volta a Portugal antes do fim da mesma“. E termina a nota a prometer “visitar ainda este mês a região afetada pelos terríveis incêndios de há seis anos”.

No passado fim de semana, em que se marcaram seis anos desde a tragédia na região centro, foi inaugurado o monumento de Eduardo Souto Moura de homenagem às vítimas, mas sem a presença dos mais altos representantes do Estado. As críticas recaíram imediatamente sobre o Governo e fizeram com que António Costa viesse a público, através do Twitter, para garantir que nenhuma vítima foi esquecida. Também disse que a responsabilidade de marcar a data seria da Câmara. No entanto foi desmentido, corrigindo depois essa informação: afinal, a data seria escolhida pela Comunidade Intermunicipal da região e a cerimónia ficou para dia 27.

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O presidente da CIM de Leiria diz que “não é, propriamente, uma inauguração, porque o monumento já está aberto”. “Será uma cerimónia de visita ao espaço e aonde será prestada homenagem às vítimas dos incêndios de 2017”, explica. Gonçalo Lopes, também presidente da Câmara de Leiria, em Porto de Mós, disse que na cerimónia marcarão presença membros do Governo, primeiro-ministro incluído.

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Já Marcelo, tinha dito aos jornalistas esta semana não ter recebido qualquer convite para estar presente na quinta-feira passada, quando o monumento abriu sem qualquer cerimonial ou figuras do Estado. Agora parece ter-se repetido o gesto, com o Presidente a dar nota de ter tomado conhecimento da data através da comunicação social. Mesmo assim, Marcelo decidiu agora explicar já antecipadamente o motivo da sua ausência no dia da cerimónia.

Este episódio provocou incomodo junto das população da região afectada pelos incêndios de 2017 e deu até origem a um pedido de desculpas por parte do Governo, pela voz da ministra da Coesão: “Lamento muito se, de alguma forma, nós provocamos algum sentimento de abandono às vítimas e às famílias das vítimas.”. Ana Abrunhosa prometeu uma cerimónia de homenagem “a muito breve prazo” que surge agora, mas com mais um incómodo, desta vez manifestado pelo Presidente da República.

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