Regra geral, a Fiat guarda sempre qualquer surpresa para o dia 4 de Julho, data que é particularmente querida para o construtor italiano pois foi nesse dia, em 1957, que a Fiat apresentou o 500, modelo que desde então funciona como se fosse o “coração” da marca. Este ano não foi excepção, mas, conforme aqui relatámos, o efeito “surpresa” perdeu-se de certa forma com o surgimento do novo 600e num vídeo associado ao Vaticano. Mas agora podemos juntar às imagens a informação que faltava: a marca resgata um nome do passado, o 600, e transporta-o para o futuro na forma de um crossover eléctrico com uma linha estilística muito próxima do bem-sucedido 500. No presente, as encomendas já abriram nos concessionários da marca, estando iminente a inclusão do novo 600e no site português da Fiat. Os preços arrancam nos 36.350€ e a chegada das primeiras unidades ao mercado português está prevista para Outubro, vindas da fábrica da Stellantis em Tychy, na Polónia.

É desse mesmo complexo fabril que sai o igualmente novo Jeep Avenger com o qual, à excepção do emblema e da estética, o Fiat 600e partilha praticamente tudo, da arquitectura ao conjunto eléctrico. Assente na plataforma e-CMP2, a mesma que também serve ao DS3 E-Tense, o Peugeot e-2008 e o Opel Mokka Electric, o crossover a bateria italiano mede 4,171 metros de comprimento, 1,523 m de altura e 1,781 m de largura, o que o posiciona como um B-SUV, segmento em que a Fiat até agora estava presente com o 500X a combustão, proposta que continuará a ser comercializada por uns tempos. Pelo menos, até surgirem as versões com blocos térmicos para complementar a gama do novo Fiat 600, o que também está previsto acontecer lá mais para a frente, mesmo se apenas em determinados mercados. Basta recordar que o Avenger por cá é proposto exclusivamente como BEV, mas noutros países disponibiliza igualmente versões a gasolina. Segundo a Fiat, em meados do próximo ano, a oferta mecânica será robustecida com a adição de um motor híbrido.

O Fiat 600 original, que sucedeu ao Topolino em 1955

E porque “em equipa que ganha não se mexe”, o segundo BEV no portefólio da Fiat, a seguir ao 500e, replica a receita do citadino. Fá-lo estilisticamente, musculando a estética sem deixar de evocar os elementos de design mais característicos do 500 a bateria, e fá-lo também na estratégia de comercialização, pois apresenta-se em duas versões, a topo de gama La Prima e a mais acessível 600e (RED). Uma e outra sempre com um motor eléctrico de 115 kW/156 cv, montado no eixo da frente e alimentado por uma bateria com 54 kWh de capacidade bruta (51 kWh úteis), a qual plenamente carregada fornece energia para percorrer mais de 400 km, em ciclo misto no protocolo europeu WLTP. Segundo a Fiat, com o nível de equipamento RED, mais aligeirado, o novo 600e percorrerá 409 km entre visitas ao posto de carga, enquanto na edição La Prima o alcance máximo será de 406 km, com o consumo a andar na casa dos 15,2 kWh/100 km.

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Na hora de retemperar energia, o “irmão maior” do 500 a bateria aceita carga rápida com até 100 kW de potência, o que lhe permite anunciar 27 minutos (a meia hora que fica no ouvido) para subir de 20% para 80% da capacidade do acumulador. Em corrente alternada, o tempo de carregamento da bateria completamente “seca” vai de 5h45 (11 kW AC) a 16h10 (3,7 kW AC).

Limitado a 150 km/h de velocidade máxima, o novo 600e cumpre os 0-100 km/h em 9 segundos e oferece uma bagageira de 360 litros (mais 5 que o Avenger), volume esse que pode crescer até aos 1231 litros com o rebatimento dos bancos de trás. O portão da bagageira abre electricamente sem mãos.

Mas, e por dentro? Como seria de esperar de uma marca que gosta de se associar ao espírito Dolce Vita italiano, o novo 600e aposta num estilo de descontracção. Prova disso é que se gaba de ser “o primeiro compacto a oferecer a terapia da cor”, pois os clientes podem optar por entre oito cores para iluminar o ambiente interior, que se combinam com um tom predefinido num total de 64 combinações possíveis. E como a terapia funciona muito melhor se incluir massagem, o banco do condutor pode apaziguar-lhe as dores ou a tensão nas costas.

Quanto à tecnologia embarcada, nota para o painel de instrumentos digital de 7 polegadas, complementado por uma central multimédia de 10,25” compatível com Apple CarPlay e Android Auto. No que toca aos sistemas de assistência à condução, o novo 600e oferece Nível 2 de condução autónoma, com a lista de auxiliares a incluir cruise control adaptativo, reconhecimento dos limites de velocidade, avisador de ângulo-morto, detecção de fadiga do condutor, travagem autónoma de emergência com reconhecimento de peões e ciclistas, entre outros.

Os preços para Portugal arrancam nos 36.350€ do RED, com a versão La Prima a exigir mais 5000€. Pode consultar o equipamento completo de cada das versões e a ficha técnica aqui.