O primo do adolescente responsável pelo massacre numa escola em Uvalde, no estado norte-americano do Texas, foi detido na segunda-feira depois da mãe ter revelado às autoridades que estava a tentar comprar uma arma para “fazer o mesmo”.

Na segunda-feira as autoridades detiveram Nathan James Cruz, o primo de 17 anos de Salvador Ramos, que no ano passado entrou na Robb Elementary School armado com uma espingarda AR-15 e matou 19 crianças e duas professoras. Segundo revelou ao New York Times o sargento Washington Moscoso, do departamento da polícia de San Antonio, o jovem foi levado sob custódia e acusado de fazer ameaças a um espaço público e a um membro da família.

Salvador, o “miúdo mais fixe e mais tímido” que matou 21 pessoas no Texas e avisou que o faria no Instagram

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

“A mãe chamou a polícia porque estava preocupada com o que o filho poderia vir a fazer”, indicou Moscoso. O sargento acrescentou que tanto a mãe como a irmã do jovem prestaram declarações na esquadra da polícia. “Só Deus sabe o que podia ter acontecido. Ela fez a coisa certa e o indivíduo foi detido”, sublinhou.

O New York Times teve acesso ao mandato de detenção, onde se refere que a mãe de Nathan Cruz afirmou ter ouvido uma conversa de telefone em que o filho estava a tentar comprar uma AR-15. Às autoridades disse estar preocupada porque o jovem, que também teria ameaçado disparar sobre a própria irmã, estava “bêbado” e vivem perto de uma escola primária.

Questionado pela polícia, o jovem negou ter feito qualquer tipo de ameaças, noticiou a CNN, que não conseguiu confirmar se está para já a ser representado por um advogado. As acusações de que é alvo implicam uma fiança combinada de cerca de 160 mil dólares, mais de 145 mil euros.

Em maio do ano passado, Salvador Ramos relatou através das redes sociais que ia “matar a avó” e “realizar um massacre numa escola primária”. Cumpriu as ameaças e acabou por ser morto por agentes da polícia, que demoraram pelo menos 40 minutos a conseguir entrar na escola. Na sequência do massacre, um relatório de quase 80 páginas sobre o caso apontou “erros sistémicos” estaduais e federais”. “Agentes da lei não cumpriram o treino que lhes foi dado para enfrentar um atirador ativo”, mencionava.

Imagens de câmara de vigilância da escola primária de Uvalde mostram inação das forças policiais