Marcelo Rebelo de Sousa garantiu não ter “nada a dizer sobre o próximo Presidente da República”, numa altura em que a sua sucessão tem sido tema após Luís Marques Mendes ter admitido candidatar-se ao cargo. Em Belém, o chefe de Estado afirmou que, tal como todos os seus antecessores, “não pode, nem deve falar de candidaturas, de candidaturas a candidaturas, de eleições presidenciais”.

“Nem o Presidente Eanes, nem o Presidente Soares, nem o Presidente Sampaio, nem o Presidente Cavaco tomaram posição sobre essas matérias. E bem. É uma boa linha que eu vou seguir“, salienta, acrescentando que depois de cessar funções tenciona não se “pronunciar sobre a política portuguesa subsequentemente”.

Ao longo de largos minutos de declarações aos jornalistas à margem da Festa do Livro, no Palácio de Belém, Marcelo comentou os números da economia portuguesa, em especial da inflação, que aumentou em agosto. “Nalguns países europeus, a inflação ainda está relativamente alta, muito melhor do que esteve, mas alta. A média europeia está nos 5,5%, que é acima dos 3,7% [registados agora em Portugal]. Comparativamente, a nossa situação é melhor do que a média europeia.”

Ainda assim, o Presidente da República teme que o Banco Central Europeu possa “ter pressão para um novo aumento de juros”, numa altura em que esperava por uma “folga agora em setembro”. “Vamos ver que números saem até à altura da reunião, mas isso não é uma boa notícia para” os mais de um milhão de portugueses que têm contratos com a banca e veem os juros a subir “mês após mês”.

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De seguida, Marcelo destacou um “segundo problema”: a confirmação de que o segundo trimestre “teve crescimento zero em Portugal”. “O que nos chega da Europa é que há países que têm mesmo uma situação económica de não arranque bem pior do que a portuguesa. Países importantes, economias importantes… Se for assim, significa que meses de final do ano e início do ano que vem podem não ser aquilo que nós desejaríamos”, alertou.

Questionado pelos jornalistas sobre a nova greve nas escolas, marcada para setembro pelo sindicato STOP, o Presidente da República desejou que o novo ano letivo possa “corresponder àquilo que são as expectativas dos alunos, dos pais, dos professores” e da sociedade após dois anos de pandemia e um que foi “parcialmente também mais intermitente”.

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