A Polícia Federal do Brasil está a realizar esta quinta-feira buscas no âmbito de uma investigação sobre espionagem ilegal de autoridades públicas que terá ocorrido durante o governo do ex-Presidente Jair Bolsonaro.

Em comunicado, a autoridade policial informou que realiza desde o início da manhã a Operação Vigilância Aproximada para “investigar a organização criminosa que se instalou na Agência Brasileira de Inteligência (Abin) com o intuito de monitorizar ilegalmente autoridades públicas e outras pessoas, utilizando-se de ferramentas de geolocalização de dispositivos móveis sem a devida autorização judicial”.

Os nomes dos alvos não foram divulgados, mas, segundo os media locais, um dos investigados é o ex-diretor da Abin e atual deputado federal Alexandre Ramagem, que comandou a agência no governo Bolsonaro.

Os media brasileiros informam que foram feitas buscas no gabinete de Ramagem e no apartamento funcional da Câmara dos Deputados, agora ocupado pelo próprio, e destacaram que o juiz do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, e políticos como o atual ministro da Educação, Camilo Santana, se encontravam entre os alegados alvos da espionagem ilegal.

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Já a polícia destacou em comunicado que estão a ser cumpridos 21 mandados de busca e apreensão, além de medidas cautelares diversas da prisão, incluindo a suspensão imediata do exercício das funções públicas de sete polícias federais.

As diligências de busca e apreensão ocorrem nas cidades de Brasília, Juiz de Fora, São João Del Rei e Rio de Janeiro.

A operação é uma continuação das investigações da Operação Última Milha: “provas obtidas a partir das diligências executadas pela Polícia Federal à época indicam que o grupo criminoso criou uma estrutura paralela na Abin e utilizou ferramentas e serviços daquela agência de inteligência do Estado para ações ilícitas, produzindo informações para uso político e mediático, para a obtenção de proveitos pessoais e até mesmo para interferir em investigações da Polícia Federal”.

Polícia brasileira investiga supostas ações de espionagem no Governo Bolsonaro

Os investigados podem responder pelos crimes de invasão de dispositivo informático alheio, organização criminosa e intercetação de comunicações sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados pela lei.