Ao quinto dia de campanha eleitoral, Inês Sousa Real exigiu a suspensão das explorações de lítio, a revogação do Simplex ambiental e urbanístico e a auscultação das populações, argumentando que o descontentamento reflete-se em votos populistas antidemocráticos. Quanto a sondagens, especificamente a mais recente da Universidade Católica que aponta para a possibilidade de o PAN deixar de ser um partido de deputado único, a porta-voz disse que “olha sempre com cautela”, mas que “o regresso de um grupo parlamentar do PAN à Assembleia da República permite ter mais forças” para as causas que defende, como a proteção animal ou ambiental.

Na região de Viseu, Inês Sousa Real defendeu que as explorações de lítio estão, em alguns casos, a acontecer “em zonas de proteção natural e com elevados valores ecológicos” com particularidade para onde existe “a rota do próprio lobo ibérico”. Neste sentido, reforçou que “é fundamental suspender os projetos que estão em curso” e “garantir que a avaliação ambiental passa a considerar não apenas questões económicas, mas também a mitigação da pegada ecológica”.

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A porta-voz do PAN defendeu que “é fundamental reavaliar” esse “tipo de projetos”, sobretudo onde há “proximidade com as populações”, com “danos ambientais absolutamente irreversíveis”. “E que não tenhamos uma destruição de valores naturais a reboque de uma pseudo-transição energética, ou de uma exploração, que sabemos, muitas das vezes, não respeita aquilo que são critérios e danos ambientais que poderiam e deveriam ser evitados”, apontou.

Nesse sentido, e a avaliar pelos “efeitos cumulativos que estas centrais estão a ter”, o PAN considera “que o Simplex ambiental e o Simplex urbanístico devem ser revogados”. “Devemos olhar para a legislação e perceber que esta legislação não pode estar a ser feita à medida dos interesses económicos destas centrais fotovoltaicas, mas sim, do interesse económico das populações, no seu desenvolvimento, no seu crescimento, porque até há uma dimensão turística que, muitas vezes, é posta em causa com este tipo de projetos”, justificou.

Com isto, apontou que “há um aspeto fundamental, as populações não têm sido ouvidas nestes processos como deveriam de ser”, por um lado, porque os tempos para a consulta pública têm sido “demasiado curtos”. “Por outro, sabemos também que a participação cidadã não tem sido auscultada o que, de alguma forma, gera uma frustração na população e até um descontentamento que, sabemos, está a ter o seu retorno que é o voto em forças populistas antidemocráticas e se queremos repor a democracia e repor os valores de participação cidadã isto passa por ouvir as populações, quando dizem não a este tipo de projetos”, considerou.

Inês Sousa Real quer garantir subsídio de risco para bombeiros

A porta-voz do PAN afirmou que é preciso garantir que os bombeiros tenham subsídio de risco e que sejam reconhecidos enquanto profissão de desgaste rápido para terem direito a reforma antecipada.

Em declarações aos jornalistas após uma reunião com a direção dos Bombeiros Voluntários de Viseu, Inês Sousa Real lembrou que o PAN “tem uma medida para o resgate animal associado aos bombeiros e, com isso, também um reforço financeiro para que possam proceder ao resgate e socorro de animais”.

Depois de os bombeiros ameaçarem, na reunião, de se manifestarem após as eleições, a porta-voz do PAN disse esperar que “isso não venha a ser necessário” e lembrou que já tinha apresentado uma proposta na Assembleia da República (AR) para a revisão do estatuto.

Também há outros problemas do ponto de vista do estatuto dos bombeiros voluntários, e também dos dirigentes humanitários, em que precisamos de garantir que são reconhecidos todo o ano e não apenas quando são os incêndios”, afirmou.

No seu entender, “os bombeiros têm um papel essencial no apoio às populações, no transporte de doentes não urgentes” e sem esta rede social dos bombeiros, voluntários e profissionais, o país seria muito mais vulnerável”. Nesse sentido, disse que “o PAN não deixará de priorizar na próxima legislatura” estas medidas que defende e que apresentará “logo nas primeiras sessões” da nova legislatura.

Aos jornalistas disse ainda que é preciso “valorizar o papel destes profissionais e também agilizar os mecanismos de pagamento, para que não haja atraso, sobretudo, no pagamento do combustível”. “Aumentar também o valor do transporte e do pagamento de transporte de doentes não urgentes, porque os bombeiros têm um papel absolutamente essencial no socorro e auxílio das populações, não apenas no verão”, insistiu.

Ainda na área da Saúde, Inês Sousa Real defendeu que “é fundamental apostar na valorização do médico de família e garantir que os cuidados primários têm um papel mais relevante e não deixar essa pressão apenas para os hospitais”.

“Nesse sentido o PAN defende que tem de haver essa aposta, esse investimento, no Serviço Nacional de Saúde nessa dimensão”, acrescentou a porta-voz para lembrar que, na reunião com os bombeiros, a questão foi levantada. Já que, continuou, por os hospitais estarem encerrados, leva a que tenham [os bombeiros] de fazer muitos mais quilómetros sem que depois haja a devida compensação como também há atrasos, o que é “absolutamente inaceitável”.