A Iniciativa Liberal pode ser o parceiro mais pequeno de uma futura coligação com a AD, mas isso não impediu Rui Rocha de passar a pedir uma “maioria clara” para os dois partidos, à boleia da sondagem de hoje, onde aparece com os mesmos 6% de intenção de voto e a AD sobe de 27% para 33%.

“Mais do que essa tendência de crescimento nestas sondagens implícita para a IL, está a formar-se uma ideia de mudança de ciclo político. (…) O que é preciso é que essa onda de mudança se estabeleça e creio que está na altura de pedir uma maioria clara, com voto forte na IL para que não seja modesta e seja mudança a sério para o que o país precisa”, afirmou Rui Rocha aos jornalistas ao início da tarde, em Setúbal.

Mas rejeitou usar a expressão maioria absoluta e insistiu na mesma formulação: “Estou a pedir uma maioria clara que permita transformar o país.”

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O presidente da Iniciativa Liberal voltou a recorrer à imagem das mesas do poder para traçar o cenário pós-eleitoral: “Há três mesas: há a mesa da esquerda, que traz igual ou pior; há a mesa em que só um partido se senta, mais ninguém se senta, que atrasa e bloqueia o país e consiste no final num voto no PS; e há a mesa com dois partidos sentados e essa coligação tem de assumir que a transformação é necessária, o voto na IL faz com que seja imparável no país”.

Acenando com o risco de instabilidade, acrescentou: “A força da mudança está na IL. Todos os outros cenários bloqueiam e atrasam o país, colocam o PS em diferentes configurações no poder e isso é uma solução ainda pior, influenciada por partidos radicais que não têm soluções para Portugal”.

Rui Rocha diz que esta decisão de pedir a maioria clara não foi concertada com a liderança do PSD. O líder da IL falou à imprensa no fim de mais uma visita à porta fechada aos jornalistas, desta vez à empresa Navigator, no distrito de Setúbal.