Siga aqui o nosso liveblog sobre as legislativas 2024.

O presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, foi esta sexta-feira ao Palácio de Belém agradecer ao chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, a “simpatia” e cooperação dos últimos anos, rejeitando deixar conselhos ao sucessor.

“Foi uma despedida do ponto de vista institucional, visto que terminarei agora o meu mandato, e também do ponto de vista pessoal, visto que quer como ministro dos Negócios Estrangeiros primeiro, e agora como presidente da Assembleia da República, colaborei sempre no âmbito das minhas competências com o senhor Presidente da República, e dele recebi sempre provas de simpatia, amabilidade e muito boa cooperação”, afirmou Augusto Santos Silva.

A segunda figura institucional do Estado falava aos jornalistas à saída de uma audiência que pediu ao Presidente da República e que durou cerca de meia hora, no Palácio de Belém.

Nas eleições legislativas do passado dia 10, Augusto Santos Silva foi o primeiro presidente da Assembleia da República a falhar a reeleição como deputado, na qual concorreu pelo círculo Fora da Europa.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Questionado sobre se gostaria de deixar algum conselho ao seu sucessor, o socialista respondeu apenas: “Não, não dou conselhos a ninguém, muito obrigada”.

Já sobre o que espera do desempenho do próximo hemiciclo, Santos Silva mostrou-se convicto de que “a Assembleia da República vai cumprir a sua missão institucional, as suas competências, quer do ponto de vista legislativo, quer do ponto de vista da fiscalização do Governo e da administração, quer do ponto de vista de ser o centro do debate político e democrático em Portugal”.

“Não tenho a mínima dúvida sobre isso”, acrescentou.

Sobre o seu futuro, Santos Silva disse apenas que na terça-feira, data prevista para o início da XVI legislatura, irá retomar as suas funções como professor da Faculdade de Economia da Universidade do Porto.

Augusto Santos Silva reconhece “derrota política e pessoal”

Santos Silva foi eleito presidente do parlamento em 29 de março de 2022, chegando à segunda função na hierarquia do Estado Português depois de ter sido ministro em seis governos chefiados por três diferentes primeiros-ministros.

Augusto Ernesto Santos Silva nasceu em 20 de agosto de 1956, no Porto. É licenciado em História pela Faculdade de Letras do Porto, doutorado em Sociologia pelo ISCTE e professor na Faculdade de Economia da Universidade do Porto.

Foi ministro de governos liderados por António Guterres, José Sócrates e António Costa, tendo sido ministro dos Negócios Estrangeiros entre 2015 e 2019, no primeiro governo do chefe do executivo cessante. No segundo, entre 2019 e 2022, acrescentou a estas funções a pasta de ministro de Estado.

Tutelou ainda as pastas da Defesa Nacional (2009-2011), dos Assuntos Parlamentares (2005-2009), da Cultura (2001-2002) e da Educação (2000-2001).

Militante do PS desde 1989, Santos Silva foi um dos primeiros destacados socialistas a manifestar apoio à recandidatura de Marcelo Rebelo de Sousa ao cargo de Presidente da República nas eleições de janeiro de 2021.