A fábrica de biscoitos Paupério emitiu esta quarta-feira uma nota destinada a “repor a verdade histórica e a esclarecer equívocos recentes” que, segundo a empresa, têm origem nas “declarações” relacionadas com “a história da fábrica” contadas pelo cabeça de lista do Livre a estas eleições europeias, Francisco Paupério.

No podcast Bom Partido, conduzido por Guilherme Geirinhas, Francisco Paupério disse que a sua “família fundou a empresa Paupério há muito tempo”, mas que, neste momento, não está “relacionada com a empresa”, tendo sido “vendida há muito tempo”.

Além disso, o cabeça de lista do Livre admitiu que existiam “muitas histórias na família” e revela que “nunca soube a certa”. “Já me falaram em dívidas de jogo e que venderam a fábrica para compensar e já me falaram que já não queriam saber da fábrica e venderam a fábrica apenas com a condição de manter o nome da fábrica Paupério”, indicou o candidato.

Com a nota, a fábrica de bolachas pretende “separar factos de especulações”. A empresa explica inicialmente que foi fundada há 150 anos através da “sociedade Paupério & Companhia, estabelecida por António de Sousa Malta Paupério e Joaquim Carlos Figueira, dois empreendedores visionários que se conheceram no Brasil”. Os dois geriam o negócio de “forma conjunta”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Em 1907, António Paupério morre. A partir daí, a fábrica clarifica que, “por não existirem herdeiros directos” — e não “por dívidas de jogo, como refere o político” —, os “restantes herdeiros optaram por vender as suas quotas ao sócio Joaquim Figueira, incluindo o direito de continuar a utilizar o nome Paupério”. 

[Já saiu o quarto episódio de “Matar o Papa”, o novo podcast Plus do Observador que recua a 1982 para contar a história da tentativa de assassinato de João Paulo II em Fátima por um padre conservador espanhol. Ouça aqui o primeiro episódio, aqui o segundo episódio e aqui o terceiro episódio]

“A partir desse momento, a sociedade passou a designar-se Paupério & Companhia Sucessores, permanecendo na posse exclusiva da família Figueira, que desde então tem continuado o legado de excelência e tradição da marca Paupério”, lê-se na nota.

A empresa de bolachas Paupério reconhece que existe uma “diversidade de famílias com o nome Paupério em Valongo”, onde ainda mantém a fábrica, mas ressalva que nem “todas têm ligação direta com a fundação” da empresa. “Assim como o nome Maria é comum, nem todas as Marias pertencem à mesma linhagem familiar“, exemplifica.