O secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros, Nuno Sampaio, manifestou esta terça-feira, em Bissau, a disponibilidade do Governo português para trabalhar com a Guiné-Bissau no reforço das relações bilaterais.

O governante chegou esta terça-feira a Bissau para uma visita de três dias, iniciada com um encontro de cortesia com o Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló.

O secretário de Estado considerou “muito significativo” que o chefe de Estado o tenha recebido, entendendo este gesto como revelador “daquilo que são as fortes relações entre a Guiné-Bissau e Portugal”, baseadas “num grande respeito mútuo entre os dois países“.

Nuno Sampaio, que falava aos jornalistas no final do encontro no Palácio da Presidência, disse que pretende com esta visita transmitir que “o Governo português está disponível para trabalhar em conjunto com o governo da Guiné-Bissau”.

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Esse trabalho visa reforçar ainda mais a cooperação em diversas áreas que têm dado resultados com projetos no terreno, nomeadamente ao nível da saúde, educação, defesa, ou órgãos de soberania como a Justiça, afirmou.

O secretário de Estado português referiu que a Guiné-Bissau é um parceiro de um espaço que Portugal “valoriza muito”, o da lusofonia, com a presidência rotativa da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) a dever ser assegurada, no próximo ano, pelo Estado guineense.

“Mas Portugal também é membro da União Europeia e pode ser sempre uma ponte entre África e a União Europeia e, em particular, entre a Guiné-Bissau, sendo ativo na captação de mais projetos”, acrescentou.

O governante acrescentou que “Portugal está muito empenhado no acordo de mobilidade da CPLP”, concretamente em “que esse acordo possa funcionar em termos consulares de forma ainda mais adequada, para que a mobilidade dentro da CPLP seja de facto uma realidade”.

Nos três dias da visita, o secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros tem agendadas reuniões com vários membros do Governo da Guiné-Bissau, incluindo o primeiro-ministro, Rui de Barros.

Nuno Sampaio visitará também organizações e projetos da cooperação portuguesa, nomeadamente o terreno onde irá ser construída a escola portuguesa projetada há vários anos para o país, onde o crioulo é a língua mais falada entre a população.

A língua portuguesa é, para o secretário de Estado, “um elemento estratégico de cooperação” entre Portugal e a Guiné-Bissau, presente em outros projetos em curso, sendo a escola portuguesa ainda “um projeto embrionário”, constatou.

Segundo disse, este “é um projeto muito importante para a consolidação quer do desenvolvimento da língua portuguesa, quer do relacionamento cultural entre Portugal e a Guiné-Bissau”.

“O Estado português está muito empenhado em que essa escola portuguesa possa vir a ser uma realidade aqui na Guiné-Bissau”, afirmou.