Numa entrevista nesta segunda-feira à rádio Cadena Ser, Susana Díaz recordou que na anterior legislatura “esteve permanentemente sujeita” às decisões do seu parceiro de coligação, os comunistas da Izquierda Unida (IU), e sem a legitimidade de ter ganho nas urnas. Nas eleições de 2012, o PSOE não foi o partido mais votado (e sim o PP andaluz), mas conseguiu formar Governo graças a uma coligação com a IU, o que permitiu continuar o registo de 33 anos seguidos de governação PSOE na maior e mais populosa região de Espanha.

Por outro lado, Susana Díaz também não tinha sido a candidata em 2012 para presidente da Junta da Andaluzia, tendo sucedido ao eleito José Antonio Griñán (que se afastou devido aos casos de corrupção no PSOE Andaluzia). “Os andaluzes falaram claro nas urnas”, disse a vencedora das eleições de domingo, afirmando que “agora mesmo há uma ampla maioria do PSOE” no parlamento andaluz.

O Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) da Andaluzia ganhou as eleições autonómicas naquela região, conseguindo eleger 47 deputados (o que não lhe dá maioria absoluta), mas com os partidos emergentes Podemos (15 deputados) e Ciudadanos (9) a entrar com forte representação no parlamento andaluz. Susana Díaz conseguiu igualar o resultado obtido nas eleições de 2012 (apesar de o PSOE ter tido menos votos) e foi o único partido que aguentou a ascensão dos emergentes.

O grande perdedor da noite foi o PP andaluz (com Juan Manuel Moreno à frente da lista), que conseguiu apenas 33 deputados (ou seja, perdendo 17 assentos face aos 50 das eleições de 2012). O PP perdeu votos para todos os partidos, sobretudo para os emergentes Podemos e Ciudadanos, que se apresentaram pela primeira vez a votos na Andaluzia.

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O partido de Pablo Iglesias, com Teresa Rodríguez à frente na Andaluzia, elegeu 15 deputados, o Ciudadanos de Albert Rivera (com Juan Marín na Andaluzia) teve uma votação que lhe dá 9 deputados no parlamento regional andaluz. O resultado dos emergentes é ainda mais significativo uma vez que a Andaluzia é uma região conservadora, nacionalista e tradicionalmente de esquerda (o PSOE governa aqui desde 1982, tendo apenas perdido a eleição de 2012 para o PP, mas conseguindo depois fazer uma coligação com os comunistas da IU que lhe permitiu manter-se no poder).

Durante a campanha, Susana Díaz tinha fechado a possibilidade de fazer coligações com todos os partidos, à exceção do Ciudadanos, que na noite das eleições disse que não formaria Governo, mas deixou a porta aberta a acordos de governação.

Na entrevista à Cadena Ser, Susana Díaz afirmou que, “apenas se o Podemos se unir ao PP ou todos se juntarem contra o Governo”, poderão bloquear as suas medidas.

Reafirmou que vai cumprir a legislatura até ao fim, na Andaluzia (respondendo assim aos analistas que dizem que a dirigente andaluza quer disputar a liderança nacional do PSOE a Pedro Sánchez).