A crise dos abusos sexuais de menores na Igreja Católica — que voltou recentemente às páginas dos jornais na sequência do explosivo relatório francês que levou o Papa Francisco e a hierarquia eclesiástica de França a expressarem vergonha pelas mais de 200 mil crianças que se estima terem sido molestadas por cerca de 3 mil padres ao longo dos últimos 70 anos naquele país — está longe de ser um problema recente.

O escândalo que a Igreja atravessa atualmente eclodiu na década de 1980, quando os primeiros casos ganharam notoriedade mediática nos Estados Unidos; intensificou-se entre a década de 1990 e o início dos anos 2000 (sobretudo com o caso Spotlight, mais tarde retratado no cinema); e levou a Igreja Católica a um ponto de rutura em 2018, com uma sucessão de crises em poucos meses: o relatório da Pensilvânia, o caso do cardeal McCarrick e a polémica visita de Francisco ao Chile.

Contudo, as raízes do problema são bem mais antigas do que as últimas quatro décadas. A crise dos abusos sexuais de menores pode ser identificada em praticamente toda a história da Igreja Católica e do Cristianismo, desde o século I, como mostra o livro Roma, Temos Um Problema — Como a Igreja Católica lidou com dois mil anos de abusos sexuais, da autoria do jornalista do Observador João Francisco Gomes, publicado este mês pela Tinta-da-china, e que chega às livrarias nesta quinta-feira.

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