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Austrália passou apenas uma vez a fase de grupos do Mundial e conseguiu somente duas vitórias em fases finais
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Austrália passou apenas uma vez a fase de grupos do Mundial e conseguiu somente duas vitórias em fases finais

Austrália passou apenas uma vez a fase de grupos do Mundial e conseguiu somente duas vitórias em fases finais

Austrália (grupo D). Graham Arnold e um ato de fé, mesmo sem a estrela e o genro

Graham Arnold voltou a deixar de fora Tom Rogic, abdicou também do central Trent Sainsbury (casado com a filha) mas olha para "um grupo de sonho" (e não da morte) que parece um dejá vu de 2018.

O Mundial ainda estava longe de começar e no fundo já tinha começado. Porque, no fundo, o Mundial é feito de histórias e a de Andrew Redmayne, herói da qualificação da Austrália, vale por si: entrado aos 119′ no playoff intercontinental de apuramento para a fase final, o guarda-redes de 33 anos que a certa altura pensou em deixar o futebol (até pela frustração que sentiu aos 15 quando passou num teste feito no Arsenal mas acabou por não assinar por troca com o polaco Szczesny) entrou apenas para tentar travar as grandes penalidades do Peru com uma dança em cima da linha e garantiu mesmo o triunfo na partida realizada no Qatar. Agora, é um dos muitos estreantes dos Socceroos no Qatar – e já ninguém se esquece dele.

Há quase uma sensação de dejá vu neste grupo D, que volta a juntar França, Dinamarca e Austrália à Tunísia (em 2018 tinha sido o peru), mas com o conjunto da Oceânia a aparecer ainda menos cotada do que na Rússia. Longe vão os tempos de nomes como Tim Cahill, Harry Kewell ou Mark Viduka, havendo espaço para alguns elementos de equipas que até jogaram a Champions ou atuam na Serie A mas estão longe do mesmo estatuto que os antecedentes conseguiram, casos de Aaron Mooy e Ajdin Hrustic. Sobra a fé do selecionador Graham Arnold, protagonista de outra das tais histórias do Mundial ao não convocar o genro, Trent Sainsbury, apontado por muitos até como titular durante a fase final. “Foi das chamadas mas complicadas que tive de fazer”, admitiu o técnico que deixou também de fora Tom Rogic, do WBA, visto como um dos melhores jogadores australianos da atualidade que voltou a falhar a convocatória.

Austrália garantiu o apuramento para a fase final no playoff intercontinental frente ao Peru disputado no Qatar

BI

  • Ranking FIFA atual: 38.º
  • Melhor ranking FIFA: 14.º (setembro de 2007)
  • Alcunha: Socceroos (Os Cangurus)
  • Presenças em fases finais até 2022: 5
  • Última participação: 2018 (fase de grupos, 1 ponto com França, Dinamarca e Peru)
  • Melhor resultado: oitavos em 2006 (Itália, 1-0)
  • Qualificação: 1.º lugar do grupo B da 2.ª fase (24 pontos em 8 jogos com Kuwait, Jordânia, Nepal e China Taipé), 3.º lugar no grupo B da 2.ª fase (15 pontos em 10 jogos com Arábia Saudita, Japão, Omã, China e Vietname), vitória no playoff da 4.ª fase (EAU, 2-1) e vitória no playoff intercontinental com o Peru (0-0, 5-4 g.p.)
  • O que seria um bom resultado? Chegar aos oitavos

Jogos em 2022

  • Qualificação grupos Mundial, 27/1: Vietname (casa), 4-0 (V)
  • Qualificação grupos Mundial, 1/2: Omã (empate), 2-2 (E)
  • Qualificação grupos Mundial, 24/3: Japão (casa), 2-0 (D)
  • Qualificação grupos Mundial, 29/3: Arábia Saudita (fora), 1-0 (D)
  • Jogo de preparação, 1/6: Jordânia (neutro), 1-0 (V)
  • Playoff Ásia qualificação Mundial: 7/6: EAU (neutro), 2-1 (V)
  • Playoff intercontinental qualificação Mundial, 13/6: Peru (neutro), 0-0, 5-4 g.p. (V)
  • Jogo de preparação, 22/9: Nova Zelândia (casa), 2-0
  • Jogo de preparação, 25/9: Nova Zelândia (fora), 1-0

O onze

  • 4x1x4x1: Mat Ryan; Atkinson, Milos Degenec, Kye Rowles, Aziz Behich; Aaron Mooy; Martin Boyle, Jackson Irvine, Hrustic, Leckie; Maclaren

O treinador

  • Graham Arnold (australiano, 59 anos, desde agosto de 2018)
  • Outros clubes: Sydney United, Northern Spirit, Austrália (adjunto), Sub-23 da Austrália, Central Coast Mariners, Vegalta Sendai e Sydney FC

O craque

  • Aaron Mooy (32 anos, médio do Celtic)
  • Outros clubes: Bolton, St. Mirren, Western Sydney Wanderers, Melbourne City, Huddersfield, Brighton e Shanghai Port

A revelação

  • Ajdin Hrustic (26 anos, médio ofensivo do Veron)
  • Outros clubes: Groningen e Eintracht Frankfurt

O mais internacional e o maior goleador

  • Mark Schwarzer (109 internacionalizações) e Tim Cahill (50 golos)

Aaron Mooy, médio do Celtic, tem sido uma das peças chave da equipa com a ausência de Tim Rogic

Getty Images

Os 26 convocados

  • Guarda-redes (3): Mat Ryan (Copenhaga), Andrew Redmayne (Sydney FC) e Danny Vukovic (Central Coast Mariners)
  • Defesas (9): Aziz Behich (Dundee United), Milos Degenek (Columbus Crew), Bailey Wright (Sunderland), Harry Souttar (Stoke City), Fran Karacic (Brescia), Nathaniel Atkinson (Hearts), Joel King (Odense), Kye Rowles (Hearts) e Thomas Deng (Albirex Niigata)
  • Médios (6): Aaron Mooy (Celtic), Jackson Irvine (St. Pauli), Ajdin Hrustic (Hellas Verona), Riley McGree (Middlesbrough), Cameron Devlin (Hearts) e Keanu Baccus (St Mirren)
  • Avançados (8): Mathew Leckie (Melbourne City), Awer Mabil (Cádiz), Jamie Maclaren (Melbourne City), Mitchell Duke (Fagiano Okayama), Martin Boyle (Hibernian), Craig Goodwin (Adelaide United), Garang Kuol (Central Coast Mariners) e Jason Cummings (Central Coast Mariners)

O local do estágio

  • New Aspire Academy Athlete Accommodation, em Doha (treinos: Aspire Zone Training Facilities 5)

A antevisão

"As pessoas na Austrália chamam a este o grupo da morte, eu prefiro chamar-lhe o grupo dos sonhos porque não há nada melhor do que poder jogar com os campeões. Objetivo? Deixar a nossa nação orgulhosa do nosso desempenho. Só ganhámos dois jogos em Mundiais, por isso queremos ganhar um ou dois para podermos chegar aos oitavos. Podem achar que estou a sonhar mas temos de sonhar", Graham Arnold à World Soccer

A ligação a Portugal

  • Awer Mabil, de 27 anos, vai fazer a estreia num Campeonato do Mundo depois de ter feito a fase final da última Taça da Ásia e atinge um dos pontos mais altos de uma carreira (e vida) que passou um ano por Portugal. Filho de pais do Sudão do Sul, o avançado viveu até aos dez anos num campo de refugiados do Quénia, mudou-se com a família para a Austrália, deu nas vistas no Campbelltown City, rumou ao Adelaide United e assinou em 2015 pelos dinamarqueses do Midtjylland, clube que o cedeu e 2017/18 ao P. Ferreira, onde fez três golos e três assistências em 30 jogos.

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