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As festas familiares, como os casamentos, estão na origem de alguns surtos identificados pela Direção-Geral da Saúde
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As festas familiares, como os casamentos, estão na origem de alguns surtos identificados pela Direção-Geral da Saúde

Corbis via Getty Images

As festas familiares, como os casamentos, estão na origem de alguns surtos identificados pela Direção-Geral da Saúde

Corbis via Getty Images

O solteiro, a noiva e os estudantes de Erasmus. Os recentes surtos em festas

Festas ilegais com dezenas de pessoas, casamentos legais onde não se consegue evitar os contágios e convívios de estudantes universitários. Assim se justifica parte da subida dos casos no país.

Estávamos avisados: evitar a “partilha física, abraços e beijos”, não descurar as medidas de vigilância e proteção durante o verão “nem por um momento” e diminuir o convívio, sobretudo em família. Recomendações repetidas por Graça Freitas ao longo dos últimos meses. Esta sexta-feira, a mensagem foi mais contundente: 67% dos novos casos registados nos últimos dias resultam de convívios em batizados, bodas e banquetes. Os “três B”, como disse Graça Freitas. Ou, dito de outra forma, os dois F: família e festas.

As missas, casamentos, batizados e eventos de empresas, desde que com a devida autorização, podem juntar mais de 20 pessoas, mas a diretora-geral da Saúde quer, ainda assim, deixar “um grande apelo às pessoas e às famílias: que se coíbam de ter esses encontros festivos, que levam à descontração e a múltiplos contactos de proximidade”.

Outra das preocupações está no início do ano letivo — mas não com as mesmas questões levantadas por pais e professores. Os surtos mais relevantes estão, neste momento, nas universidades, sobretudo entre estudantes estrangeiros ao abrigo do programa Erasmus (um programa europeu de mobilidade para alunos do ensino superior), que participam em festas organizadas fora da responsabilidade da instituição e que obrigam ao confinamento dos infetados e dos colegas de casa. Graça Freitas lembrou que os mais jovens também podem ter doença grave e transmitir o vírus a pessoas mais frágeis.

Batizados, bodas e banquetes responsáveis por 67% dos novos casos conhecidos nos últimos dias

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Festas de família ou de amigos, de estudantes ou desconhecidos, legais ou sem autorização, são origem de alguns surtos recentes. Contamos como foram algumas dessas festas estragadas… pelo vírus.

A despedida de solteiro que boicotou o casamento

O último fim de semana de setembro foi motivo para celebração na freguesia da Várzea, concelho de Santarém: a despedida de um solteiro que casaria na semana seguinte.

Mas os testes positivos (10, no total) na quarta-feira seguinte, 30 de setembro, resultaram no isolamento dos infetados e no adiamento da festa, noticiou o Mais Ribatejo.

Noiva, pai do noivo e outros 25 infetados

A Quinta do Chão Duro, em Azeitão, foi o local escolhido, para o casamento que se realizou no dia 19 de setembro. Num salão com capacidade para 300 pessoas, estiveram presentes os 102 convidados. À TSF, a dona da quinta disse que foram respeitadas as regras determinadas pela Direção-Geral da Saúde e pela Associação da Hotelaria, Restauração E Similares de Portugal (AHRESP). Mas quatro dias depois da boda, o pai do noivo testou positivo e lançou o alerta.

“Foram 102 pessoas, a marcação dos lugares foi feita pelos noivos e os empregados foram todos testados, estão todos negativos."
Proprietária da Quinta do Chão Duro

Este surto concelho de Setúbal, conta já com 27 casos positivos, entre eles alguns convidados e a noiva (o noivo testou negativo) — além do pai do noivo. Há três pessoas hospitalizadas (no Barreiro e Setúbal) e as restantes 24 encontram-se em isolamento em casa, segundo informação da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo.

Casamento com 300 pessoas interrompido

Os militares do Destacamento Territorial de Moura da GNR tiveram conhecimento de que iria realizar-se um casamento, naquele concelho do distrito de Beja, que “violava” as normas da Resolução do Conselho de Ministros que tinham entrado em vigor na terça-feira anterior. No dia 16 de setembro, e depois de apurarem que não tinha sido solicitado um parecer à autoridade de saúde para a realização da celebração, interromperam a festa que tinha cerca de 300 pessoas. Mas não era a primeira vez que isto acontecia naquele concelho.

Cerca de três semanas antes, no dia 28 de agosto, a GNR de Moura interrompeu outro casamento, também com cerca de 300 pessoas, depois de uma denúncia anónima. Na altura, o Jornal de Notícias revelava que a cerimónia tinha sido realizada num terreno cedido pela Junta de Freguesia de Póvoa de São Miguel e que esta cedência teria sido feita com a garantia de que existira um parecer da Autoridade de Saúde Pública e o evento cumpriria as regras de segurança decretadas pelo Governo: máximo de 20 pessoas, desinfeção das mãos com álcool-gel, uso de máscaras e cumprimento do distanciamento social. A GNR diz, no entanto, que não estava a ser cumpridas as medidas.

Moura. GNR dispersa convidados em casamento com 300 pessoas

Festa familiar faz disparar casos em Viseu

Em três semanas, Viseu viu aumentar em 40% o número de casos ativos no município, noticiou o Porto Canal. A 14 de setembro, havia 60 casos ativos da infeção por SARS-CoV-2, em parte causados por uma festa familiar que levou à disseminação do vírus.

Festa ilegal em embarcações de “braço dado”

As regras que limitam o número de pessoas em ajuntamentos e festas e impõem o distanciamento físico e o uso de máscara valem tanto na terra como no mar. Daí que, no dia 13 de setembro, o comando-local da Polícia Marítima de Cascais tenha abordado “as duas embarcações, que se encontravam de braço dado” e interrompido a festa.

As duas embarcações partiram da marina de Cascais e lançaram âncora em frente ao Estoril. Além do excesso de pessoas e da falta de autorização para a realização do evento lúdico, a Polícia Marítima registou outras irregularidades: estavam a consumir álcool, não cumpriam as normas de segurança no que diz respeito às luzes e não tinham autorização para estarem paradas lado a lado, especificou o Diário de Notícias.

Marina e baía de Cascais

As duas embarcações saíram da marina de Cascais para fazerem a festa ilegal ao largo do Estoril

LUSA/LUSA

Festa de 80 pessoas, ilegal e com tráfico de droga

Uma denúncia por ruído, no dia 3 de outubro, levou a GNR a uma zona isolada na proximidade da barragem do Funcho, na localidade de São Bartolomeu de Messines (Silves), onde encontrou uma festa ilegal com cerca de 80 pessoas. Os organizadores da festa foram identificados e três pessoas foram detidas por tráfico de droga. A GNR apreendeu “um total de 179 doses de haxixe, 13 doses de cocaína e sete doses de canábis”.

Aberto de madrugada com 200 pessoas no interior

Era uma ação de fiscalização normal aquela que levou os militares da GNR ao estabelecimento de diversão noturna em Vizela, no dia 4 de outubro. Ainda aberto de madrugada, o estabelecimento violava o horário legalmente estabelecido. Além disso, no interior estavam 200 pessoas, refere o comunicado do Comando Territorial de Braga. A GNR encerrou o espaço e os clientes abandonaram o local sem problemas.

"Os jovens vão ter que ter relacionamento social.”
Ana Costa Freitas, reitora da Universidade de Évora

Mais de 100 universitários estrangeiros infetados

Cinco alunos franceses da Universidade Egas Moniz, em Almada, estão infetados com o novo coronavírus, noticiou a SICNotícias. Os jovens souberam da infeção depois de terem participado numa festa no Bairro Alto. Neste momento, estão a cumprir o isolamento numa residência do campus universitário.

Oito alunos estrangeiros da Universidade de Évora testaram positivo para o novo coronavírus depois de uma festa particular com cerca de 30 pessoas, noticiou a TVI24. Os estudantes não vivem em residências universitárias, mas em casas particulares, e o curso que frequentam não teve qualquer aula presencial durante a pandemia. Ana Costa Freitas, reitora da universidade, diz que “os jovens vão ter que ter relacionamento social” e diz que se tratou de uma festa normal, “eram muitos, mas nem sequer estavam uns em cima dos outros”.

Na Universidade de Aveiro, já são 28 os casos positivos associados a um evento externo à universidade — há mais um positivo, mas trata-se de um caso isolado. Pelo menos parte são alunos estudantes ao abrigo do programa Erasmus. A universidade informa que estão a ser testados 124 contactos de risco.

Festas como esta Latada em Coimbra, em 2013, não vão ser permitidas este ano, mas os alunos continuam a juntar-se em festas, jantares e outros eventos

PAULO NOVAIS/LUSA

Entre os alunos Erasmus da Universidade do Porto há, pelo menos, 79 infetados em diferentes cursos e faculdades. As autoridades de saúde consideram que os contágios estarão relacionados com os encontros sociais e jantares fora do contexto das aulas ou das atividades realizadas nas instalações da universidade. Os estudantes têm sintomas ligeiros ou estão assintomáticos e encontram-se em isolamento. Todas as pessoas com quem partilham quarto ou residência estão também em quarentena.

O primeiro caso na Universidade do Porto foi detetado no dia 2 de outubro, mas existem, atualmente, 49 casos associados a este surto, segundo a Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte. O Jornal de Notícias noticiou que o Instituto Politécnico do Porto também tem 20 alunos infetados, entre nacionais e estrangeiros, mas a ARS Norte diz não ter ainda conhecimento destes casos. O Politécnico está, por iniciativa própria, a testar os alunos Erasmus (195).

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