792kWh poupados com a
i

A opção Dark Mode permite-lhe poupar até 30% de bateria.

Reduza a sua pegada ecológica.
Saiba mais

A porta-voz do Pessoas, Animais e Natureza (PAN), Inês Sousa Real (C), durante uma  ação de campanha na zona do Parque das Nações, em Lisboa, 25 de fevereiro de 2024. Arranca este domingo oficialmente a campanha eleitoral, nos termos da legislação, acabando no dia 8 de março, em contagem decrescente para as eleições legislativas de 10 de março, convocadas após a demissão do primeiro-ministro, António Costa, a 7 de outubro. ANTÓNIO COTRIM/LUSA
i

ANTÓNIO COTRIM/LUSA

ANTÓNIO COTRIM/LUSA

O 'veganic' que não aconteceu e o Aquiles que não é calcanhar numa 'cãominhada' que virou à esquerda

Na "cãominhada", Inês Sousa Real, perante uma bifurcação decidiu virar à esquerda junto ao rio Tejo, mas mantém o tabu sobre o caminho que prefere após 10 de março.

O Aquiles chegou diretamente de um refúgio de animais em Setúbal para a “cãominhada” do PAN. Podia ser um dos vários militantes do partido que fazem voluntariado e ativismo animal, mas é um cão que foi adotado este sábado por Maria Pires, ela sim apoiante da força partidária. Filiou-se há quatro anos pela preocupação com o “estado da Natureza, dos animais e das pessoas” e, precisamente um dia antes de participar na ação de pré-campanha no Parque das Nações, em Lisboa, não hesitou em acolher um novo membro da família que depressa se estreou nas andanças políticas.

O animal foi resgatado em mau estado, “sem pêlo e com sarna”, e, depois de recuperar na associação de proteção animal, junta-se às duas gatas que vivem com Maria. “Não ouço os outros partidos a falarem do problema dos maus-tratos a animais”, afirma a militante, que diz que não se revê nas forças políticas que, por exemplo, apoiam touradas, ou que mesmo não apoiando “não as contestam”. Refere-se ao PSD, mas também ao PS — os dois caminhos de coligação ou apoio parlamentar que Inês Sousa Real pode escolher após 10 de março. Durante o passeio à beira Tejo, que contou com uma comitiva de pouco mais de duas dezenas de pessoas e seis cães, em jeito de brincadeira, a porta-voz do partido escolheu o caminho da esquerda perante um obstáculo no caminho. A 10 de março volta (se conseguir eleger) a fazer a mesma opção cuja ponta do véu já está levantada após os debates onde criticou a proximidade da Aliança Democrática com aficionados e o “negacionismo ambiental” da Iniciativa Liberal.

A tutora do Aquiles não fica chocada perante uma coligação ou convergência com qualquer das forças do espetro partidário. “Talvez o PAN conseguisse moralizar e sensibilizar os outros“, aponta, lembrando que os outros partidos “também têm coisas boas”. “Todos fazem falta na AR. Têm-se descoberto muitas coisas más — em termos de corrupção — por causa do reforço da democracia”, assegura. Confrontada com o último lugar do PAN na intenção de voto em partidos com assento parlamentar, tendo em conta as últimas sondagens divulgadas, a tutora do Aquiles não tem dúvidas que o partido “tem de continuar a lutar”.

Sousa Real quer voto dos “ativistas que ajudaram a formar o partido” e de quem faz parte das “associações de proteção animal”

A porta-voz do partido, acabada de aterrar em Lisboa de uma ação de pré-campanha na Madeira, respondeu com o trabalho feito pelo PAN no Parlamento às projeções que colocam o partido com 1% a 2% da votação.”Fomos o partido que mais medidas fez aprovar no Parlamento”, afirmou, repetindo o “slogan” dos debates televisivos. Este domingo, a participar na ação de pré-campanha, Inês Sousa Real chamou à mesa de voto quem está no centro das causas que defende. “O meu cão/gato vota PAN“, lê-se nos sacos distribuídos pela deputada única durante a ação de campanha, em conjunto com discos e porta sacos em forma de osso. Se os brindes são dirigidos a quem tem animais de companhia, mesmo que muitos dos populares que os receberam tenham referido que não os têm, o apelo ao voto segue na mesma direção.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

A líder do partido quer os “ativistas que ajudaram a formar o partido” e quem faz parte das “associações de proteção animal” a votar no PAN. Afinal de contas, é para estes que Sousa Real quer reduzir o IVA das rações e dos cuidados médico-veterinários dos 23% para os 6%. “Não podemos deixar que estes serviços continuem a ser tratados como bens de luxo”, afirma, lembrando que o partido quer criar uma rede de hospitais públicos veterinários e um “112 animal”, que permita o resgate célere de animais que estejam em risco, em parceria com os bombeiros.

LUSA

Inês Sousa Real acha que ainda vai a tempo de convencer os indecisos. “Vamos estar muito próximos no contacto com a população, vamos visitar vários distritos do país”, afirma, divulgando aquela que será uma campanha proximidade “às pessoas e suas causas”. “Neste momento elas enfrentam uma grande dificuldade naquilo que é o custo da sua vida, seja na alimentação ou no acesso à habitação ou nos mais jovens que não se conseguem fixar em Portugal”, diz.

PAN é “equilíbrio” na demonização da direita para a esquerda e da esquerda para a direita

A participar na “cãominhada” — que era para ser seguida de um “veganic” que não aconteceu devido à chuva deste domingo — esteve Salvador Peças, de 19 anos. Tem animais de companhia, entre eles um cão que decidiu não levar para a ação. “Trazê-lo para este ambiente ia stressá-lo, é um animal que não se dá muito bem com outros animais”, justifica.

Filiou-se no PAN há apenas três meses. “Procurava envolver-me politicamente e acabei por descobrir que o PAN fazia tudo aquilo que eu gostava e que se preocupava com as causas com que eu me importo, mas de uma maneira não tão ideológica como os outros partidos”, afirma. “É um partido que faz diálogo com ambos os lados e acho que isso é muito importante, não podemos simplesmente porque somos de esquerda ou de direita descartar um lado e dizer que tudo é mau desse lado”, afirma o estudante de Artes.

Para o recém-chegado “os partidos portugueses que demonizam o lado oposto“. “Todos os partidos têm partes boas e acho que o PAN faz muito bem este equilíbrio”, acrescenta, referindo que é um partido que se “preocupa com todas as causas e que não deixa nenhuma para trás”. Como jovem, tem a certeza que a sua faixa etária não fica de fora das lista de prioridades do partido: “O PAN conseguiu que os jovens que têm curso profissional tenham acesso ao passe gratuito”, recorda, dizendo que se juntou ao partido pela “mudança possível”. “Há partidos que têm propostas muito boas, mas que secalhar não são possíveis”, aponta.

Inês Sousa Real garantiu que “um voto no PS e no PSD não vai fazer diferença absolutamente nenhuma”. “Mais um deputado ou menos um deputado, não é o que vai mudar aquilo que para o país é fundamental”, garante, não tendo dúvidas de que o “PAN é a única força política que tem trazido para a Assembleia da República a causa da proteção animal a par da defesa do ambiente“. Ao lado das duas principais bandeiras,  destaca ainda a defesa dos direitos fundamentais “em matéria de igualdade de género, da causa LGBTQIA+, dos mais vulneráveis e das pessoas idosas e sem-abrigo”.

Para já, a porta-voz não se compromete com a recuperação dos “quatro deputados” que em 2019 o PAN conseguiu sentar no Parlamento. “O que queremos é ter um grupo parlamentar. Vivemos um tempo político muito atribulado em que sabemos que existe uma grande indecisão por parte do eleitorado em relação a quem votar”, lembrou, justificando a tendência de decréscimo das intenções de voto. E cola os socialismo à social-democracia. “Vemos que PS e PSD votam alinhados muitas das vezes em matérias estruturais, como acontece nos avanços que pretendemos fazer no combate à corrupção e fomento da transparência, ou até na revisão dos escalões do IRS”, assinala.

Assine o Observador a partir de 0,18€/ dia

Não é só para chegar ao fim deste artigo:

  • Leitura sem limites, em qualquer dispositivo
  • Menos publicidade
  • Desconto na Academia Observador
  • Desconto na revista best-of
  • Newsletter exclusiva
  • Conversas com jornalistas exclusivas
  • Oferta de artigos
  • Participação nos comentários

Apoie agora o jornalismo independente

Ver planos

Oferta limitada

Apoio ao cliente | Já é assinante? Faça logout e inicie sessão na conta com a qual tem uma assinatura

Ofereça este artigo a um amigo

Enquanto assinante, tem para partilhar este mês.

A enviar artigo...

Artigo oferecido com sucesso

Ainda tem para partilhar este mês.

O seu amigo vai receber, nos próximos minutos, um e-mail com uma ligação para ler este artigo gratuitamente.

Ofereça artigos por mês ao ser assinante do Observador

Partilhe os seus artigos preferidos com os seus amigos.
Quem recebe só precisa de iniciar a sessão na conta Observador e poderá ler o artigo, mesmo que não seja assinante.

Este artigo foi-lhe oferecido pelo nosso assinante . Assine o Observador hoje, e tenha acesso ilimitado a todo o nosso conteúdo. Veja aqui as suas opções.

Atingiu o limite de artigos que pode oferecer

Já ofereceu artigos este mês.
A partir de 1 de poderá oferecer mais artigos aos seus amigos.

Aconteceu um erro

Por favor tente mais tarde.

Atenção

Para ler este artigo grátis, registe-se gratuitamente no Observador com o mesmo email com o qual recebeu esta oferta.

Caso já tenha uma conta, faça login aqui.

Vivemos tempos interessantes e importantes

Se 1% dos nossos leitores assinasse o Observador, conseguiríamos aumentar ainda mais o nosso investimento no escrutínio dos poderes públicos e na capacidade de explicarmos todas as crises – as nacionais e as internacionais. Hoje como nunca é essencial apoiar o jornalismo independente para estar bem informado. Torne-se assinante a partir de 0,18€/ dia.

Ver planos