Era comum, enquanto o Orçamento estava a ser elaborado na Praça do Comércio, os restantes ministros desdobrarem-se em recados nos órgãos de comunicação social. Era, mas há muito que não se via. Na era da troika por razões óbvias. No primeiro Governo de António Costa porque todos pareciam perceber o valor eleitoral de dar ao PS o selo de responsabilidade financeira, ao mesmo tempo que iam distribuindo dinheiro pelos comensais do Orçamento, sem se preocuparem com os efeitos nos serviços públicos.
Mas agora o PS já conseguiu atingir o estatuto de “responsável financeiro” e Mário Centeno corre o risco de passar de grande activo do PS para passivo. O ministro das Finanças mais popular da história recente, que garantiu votos ao PS, é agora um herói que se pode transformar em vilão. Nada que não tivéssemos visto no passado com outros protagonistas, especialmente ministros independentes. Centeno parece agora ser descartável, numa altura em que o Governo parece estar a querer fazer uma gestão a dois anos.
Aquilo que já se ia ouvindo nos corredores transformou-se em notícia no Negócios, com a assinatura de Manuel Esteves e em editorial de Manuel Carvalho no Público. Um dos casos é protagonizado pelo Ministério da Administração Interna. Eduardo Cabrita quer que o seu orçamento aumente 5%, Centeno só quer dar mais 1%, noticiou o Público.
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