1. Com os numerosos casos de mulheres assassinadas por companheiros ou ex companheiros, neste ano, soube-se que a maioria das vítimas já tinha apresentado queixa de violência doméstica pelo seu futuro assassino. A resposta das polícias e dos organismos públicos, como é infelizmente evidente, falhou a proteger estas mulheres.

Falhou ou, se calhar, não quis ou não achou uma boa alocação de recursos protege-las. Veja-se por exemplo este caso – por esta vez um tribunal de recurso fez boa figura – de uma mulher que acionou o botão de pânico depois de uma discussão com o ex (de quem tinha apresentado queixa de violência doméstica, algo que, claro, potencia ainda mais e maior violência e obrigaria as polícias a reforços de proteção) num centro comercial.

Como é hábito por cá, assume-se que as mulheres são mentirosas e inventam agressões (e violações e outras coisas). Enquanto as mulheres não forem assassinadas ou não ficarem severamente incapacitadas, bem, vamos assumir que não há perigo nenhum, que é só histeria dos seus cérebros instáveis. Depois, claro, umas tantas morrem de assassínios preveníveis, mas o que queriam? Que a polícia andasse a perder tempo protegendo mulheres que se calhar até são umas harpias que davam cabo do juízo do marido? Algumas até os enganaram, ou os trocaram por outros, pelo que merecem bem umas pantufadas.

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