É verdade que, com o seu anúncio, Marques Mendes contribuiu para a discussão sobre os candidatos presidenciais à direita. Mas depois o PS aproveitou e estimulou a discussão, através dos seus “boys” e “girls” da e na comunicação social. Aos socialistas e ao governo interessa uma discussão sobre os candidatos presidenciais da direita. Incomoda Marcelo e cria divisões na direita, as quais podem mesmo afectar a liderança do PSD. Espero que Luís Montenegro, experiente politicamente, não se deixe contaminar pela discussão e se concentre no que interessa: construir uma alternativa ao governo socialista e vencer as eleições europeias.

Também acho que a discussão sobre os candidatos presidenciais não interessa à maioria dos portugueses. Há outros assuntos bem mais urgentes. Mas como interessa ao PS, também passou a interessar à comunicação social. Embora consciente da irrelevância deste artigo para a maioria dos portugueses, escrevo-o para atacar os socialistas, afinal de contas um dos meus maiores divertimentos. Se alguém deveria estar preocupado com as próximas eleições presidenciais é o partido socialista. Há vinte anos que as perde, e com resultados fracos e divisões entre os seus. É isso: em 2026, faremos vinte anos com presidentes de direita. O que aliás questiona a afirmação que Portugal é um país de esquerda. Portugal não é de esquerda nem de direita. Se os políticos de direita souberem, vencem eleições. Aliás, desde 2011, o único político do PSD que perdeu eleições nacionais foi Rui Rio (perdeu duas vezes). Mas, como o próprio assume, Rio é de “centro esquerda”.

Conseguirão os socialistas recuperar Belém? Uma ambição enorme, não só porque reforça o seu poder em Portugal, mas também por razões simbólicas. Um partido que se revê na revolução republicana, quer colocar um dos seus na Presidência da República portuguesa. À partida, os socialistas com mais hipóteses de ganharem as eleições presidenciais seriam António Guterres e António Costa, embora ambos tenham as suas vulnerabilidades.

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