O embaixador americano em Lisboa, George Glass, numa entrevista ao Expresso, lançou um ultimatum. Portugal tem “de escolher entre os aliados e os chineses.” A opção pelos aliados implica o afastamento da Huawei da nova rede 5G e a não adjudicação do novo terminal do porto de Sines a uma empresa chinesa. Lançou também avisos sobre possíveis sanções em resultado da aquisição de 30% do capital da maior construtura portuguesa, a Mota-Engil, pelo conglomerado chinês, CCCC.

Estas ameaças do embaixador americano são mais um reflexo da “guerra fria tecnológica” entre os EUA e a China. Nos últimos anos, a China tornou mais notórias as suas ambições hegemónicas. A China é o maior exportador mundial e, em paridades de poder de compra, é a maior economia do globo. É um gigante com 1,4 mil milhões de habitantes e está na linha da frente da investigação e da inovação tecnológica em áreas como a inteligência artificial, o 5G, as energias renováveis ou o aeroespacial. A hegemonia dos EUA está em risco. Sentem-se ameaçados.

Não foram só os EUA a sentirem-se ameaçados pela ascensão meteórica da China no tabuleiro geopolítico mundial. Nos últimos anos, vários países europeus – e a própria União Europeia – manifestaram a sua preocupação com o investimento chinês em sectores considerados essenciais ou estratégicos para a sua segurança e soberania.

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