Começa a ser impressionante a proliferação de pedidos e apelos a que o Estado nos dê dinheiro. Com a notícia do excedente orçamental a questão foi logo: o que fazer com esse dinheiro, não se devia distribuir? Sem que se faça um esforço para perceber que um país com a nossa dívida pública devia logo pensar que o melhor destino a dar ao excedente seria reduzir a dívida. Mas não, estamos já a pensar nos euros que o “Costa no poderá dar”. (Esperemos que Fernando Medina consiga proteger o cofre do Estado).
Esta pedinchice generalizada e esta disponibilidade do Governo para prometer dar tudo a todos é uma marca do Executivo do PS – começa com o virar a página da austeridade que se traduziu em cativações à Centeno. O que se seguiu no mundo, a pandemia, reforçou essa veia do PS de prometer dar tudo a todos, como se os recursos fossem infinitos. A inflação gerou uma espécie de “já agora também nos deve ou pode ajudar por causa da subida dos preços”. E se nos ajuda com a subida dos preços, porque não nos ajuda com a subida da prestação da casa que comprei a crédito, apesar de ter sido eu a tomar a decisão? Estamos transformados nuns pedintes e temos de pensar se é isso que queremos.
Se queremos viver com as ajudas do Estado então temos de escolher ser um regime do género do que era a URSS: tudo nacionalizado, o Estado fixa salários e preços, dá-nos casa e as mais diversas senhas para alimentação, vestuário, calçado. É isso que queremos? O que não podemos é querer ficar no meio da ponte tentando ter aquilo que consideramos ser o melhor dos dois mundos, tudo dado mas possibilidade de escolha, liberdade.
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