A manifestação da restauração, de sexta-feira no Porto e de sábado em Lisboa, mostra bem como a situação é desesperada. De repente, abateu-se sobre o sector do turismo e lazer um maremoto de proporções inimagináveis, com as pessoas do sector com muito poucas ou nenhumas alternativas de fuga, a curto prazo. Só o desespero pode explicar a violência na acção e na linguagem – no Porto a polícia teve de intervir – e do ataque que fizeram aos jornalistas do Observador em Lisboa.
No pouco que pode fazer, o Governo não tem ajudado. Atirar grande números, óptimos para títulos, não são a melhor forma de dizer com rigor como está o sector a receber os apoios O ministro da Economia Pedro Siza Vieira anunciou, por exemplo, que os apoios já concedidos ou anunciados atingem os mil milhões de euros. Dito assim é muito dinheiro. Mas está a chegar? Como já tínhamos percebido, os testemunhos revelam que os apoios são poucos e chegam depois de muita burocracia e muitos papéis, quando chegam.
Além disso, é compreensível a irritação dos restaurantes quando o Governo promete compensar o encerramento nos fins-de-semana tendo como referência a facturação de 2020. Valia mais dar menos de 20% e usar como referência a facturação de 2019.
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