As imagens de António Costa a discutir com um eleitor não deixam qualquer dúvida: O PM é um homem ordinário, sem a educação adequada ao cargo que ocupa. Para ser o líder político de um país, sobretudo de uma democracia, não basta ser eleito. É necessário ser um exemplo. As divergências ideológicas e o confronto político são naturais. A dureza e a frieza que a luta pelo poder exigem são aceitáveis. Mas a ordinarice em público não pode ser desculpada. Nunca tinha visto um PM português com uma atitude de tão baixo nível, rasca mesmo, na história da democracia portuguesa.
Um líder político deve ser educado, calmo e manter sempre uma atitude digna em público. Vejam, por exemplo, os elogios feitos a Freitas do Amaral, e muitos deles por figuras socialistas. Uma das palavras usada por muitos foi “afável”. Discordei muitas vezes de Freitas do Amaral, mas foi sempre uma pessoa com uma educação pública exemplar. Jorge Sampaio, aparentemente um dos mentores políticos de António Costa, é outro exemplo de um político civilizado e educado. O mesmo se aplica a outro antigo líder socialista, António Guterres. Estou a escolher de propósito figuras de uma área política com a qual não me identifico, para sublinhar que em democracia, apesar de grandes diferenças doutrinais, há critérios de comportamento público que devem ser respeitados por todos, independentemente da sua origem partidária. António Costa não está claramente ao nível de muitos dos seus antecessores na liderança do PS.
António Costa exaltou-se, gritou e ameaçou agredir um homem muito mais velho. Aquelas imagens são extraordinárias. Parece mais uma cena de uma assembleia de um clube de futebol, como aconteceu recentemente com Luís Filipe Vieira, do que um momento de campanha com o PM de um país europeu. Num momento em que a ordinarice e a má-educação chegam ao topo do poder em muitos países democráticos, como Trump nos Estados Unidos, Bolsonaro no Brasil, ou Orban na Hungria, Costa mostrou que no fundo, em termos de educação pública, não é muito diferente.
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