O primeiro-ministro Pedro Passos Coelho mostrou-se “profundamente preocupado” com a decisão do Tribunal Constitucional em chumbar o corte dos salários e indicou que, quando for mais oportuno, o Governo irá anunciar como o país vai ultrapassar esta “enorme adversidade”.

“O Governo não irá precipitar-se a responder a esta situação, ela é complexa e não será de uma solução simples”, afirmou o primeiro-ministro à margem de uma cerimónia em Boticas, acrescentando que, “como sempre”, o Governo respeitará as decisões do TC.

Apesar da “adversidade que resultou da decisão do TC”, Passo Coelho deixou claro que nunca deixará que decisões que “parecem incompreensíveis, possam pôr em causa o esforço enorme” que tem sido feito pelos portugueses até agora, acrescentando que é necessário “evitar andar para trás, retroceder e ter de voltar a desequilibrar tudo e pedir auxílio externo”.

Portas vai pedir “outras opiniões” sobre decisão do TC

O vice-primeiro-ministro considerou que o chumbo do Tribunal Constitucional a três normas orçamentais terá consequências “sérias” e remeteu para mais tarde uma “opinião definitiva” sobre o assunto, afirmando que vai reler o acórdão e ouvir conselhos.

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Questionado se o Governo não tem já um “plano b” para substituir as medidas declaradas inconstitucionais, e se está em preparação um novo aumento de impostos, o vice-primeiro-ministro e presidente do CDS-PP escusou-se a prestar mais declarações: “Nada mais do que isto”.

“Acho que as consequências do acórdão do Tribunal Constitucional são sérias. Eu ainda estou a relê-lo. Pedi outras opiniões, vou ouvir conselhos e, quando tiver uma opinião definitiva, obviamente falarei. Mas quando tiver toda a informação – o que ainda não é hoje”, disse apenas.

Paulo Portas assumiu esta posição em resposta aos jornalistas, em Lisboa, depois de ter participado numa conversa com o jornalista e escritor Miguel Esteves Cardoso sobre o jornal O Independente, que os dois fundaram e que ambos dirigiram.