O ex-assessor do primeiro-ministro britânico e antigo chefe de redação do News of the World Andy Coulson conheceu esta sexta-feira a sua sentença pelo envolvimento no caso das escutas ilegais do tablóide britânico que levou ao encerramento do jornal: 18 meses de prisão efetiva. Há duas semanas, e depois de um julgamento que durou mais de oito meses, o tribunal londrino de Old Bailey considerou Coulson culpado de conspiração para intercetar mensagens de voz de telefones para obter informações para artigos.

A condenação previa uma pena máxima de dois anos de prisão, mas o ex-diretor de comunicação de David Cameron, teve direito a um desconto de sete meses por “bom caráter”, escreve o jornal britânico The Guardian. E pode ver a pena reduzida a nove meses por responder por um crime não violento.

As escutas foram feitas a telefones de vítimas de crimes, membros da família real e celebridades.

Segundo o juiz responsável pelo caso, “Coulson tem de arrecadar com a maior parte da culpa porque, enquanto chefe de redação, sabia das escutas e encorajou-as quando devia tê-las travado”. O atraso em informar a polícia sobre as informações conseguidas através da interceção de mensagens no caso do desaparecimento da criança Milly Dowler em 2002, foi um dos factos que mais pesou e mostra, de acordo com o tribunal, a intenção do jornal de “ficar com o crédito por a ter encontrado” e vender o maior número possível de publicações.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

A condenação de Coulson, que foi assessor do primeiro-ministro britânico entre 2007 e 2011, obrigou David Cameron a fazer um pedido de desculpas público pela contratação e a dizer que a sentença mostra que “ninguém está acima da lei”.

Além de Coulson, outros quatro arguidos, que já se tinham declarado culpados, conheceram hoje a sua sentença:

  • Neville Thurbeck – ex-repórter chefe: seis meses
  • Greg Miskiw – antigo editor: seis meses
  • James Weatherup – antigo jornalista: quatro meses de pena suspensa
  • Glenn Mulcaire – ex-investigador privado: seis meses de pena suspena

Outros cinco nomes envolvidos no julgamento, como a antiga diretora do jornal Rebekah Brooks, foram absolvidos.

O jornal News of the World, detido pelo magnata dos media Rupert Murdoch, foi extinto em julho de 2011 após o escândalo das escutas, que envolveu várias centenas de pessoas, incluindo figuras públicas britânicas, como o príncipe William e a sua mulher, Kate Middleton, ou o ator Jude Law.