Assim que os portugueses que estão neste momento na Líbia deixem o país, aqueles que desejarem fazê-lo, Portugal admite a “suspensão provisória da sua representação diplomática em Trípoli”. A informação foi avançada ao Observador por fonte do ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE), que referiu que há neste momento 13 portugueses na Líbia, “mais as pessoas que trabalham na nossa representação diplomática”, um número não revelado. A mesma fonte garantiu que tem sido dado todo o apoio aos portugueses que residem na Líbia, “a maioria abandonou já o país, alguns recorrendo ao apoio da nossa embaixada que tem mantido um acompanhamento próximo e constante com a nossa comunidade.”

A situação no país agravou-se nas últimas horas, sobretudo na capital, Tripoli. O porta-voz da Companhia Nacional de Petróleo Líbia admitiu à BBC que a situação está “fora de controlo”. Dois tanques do maior depósito de combustível da capital líbia, que fica na estrada que liga o aeroporto à cidade, estão a arder. Numa nota do gabinete do primeiro-ministro a Líbia pediu ajuda internacional para combater as chamas, uma medida assumida como preventiva, “por precaução”, sendo que também preventivamente os cidadãos que moram nas redondezas foram aconselhados a abandonarem as casas devido ao risco de explosão.

O Observador teve acesso a imagens exclusivas captadas, com um telemóvel, por um residente de Tripoli.

 

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O governo líbio acusa as milícias rivais que se envolveram em confrontos pelo controlo do aeroporto de Tripoli de serem responsáveis pelo incêndio. Quando os bombeiros já pensavam ter praticamente controladas as chamas que começaram no domingo num tanque, um segundo reservatório do maior depósito de combustível da capital, Tripoli, pegou fogo também. Estão armazenados naquele local cerca de 90 milhões de litros de combustível.

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Entretanto, e com a onda de violência que se vive no país, o ministro espanhol dos negócios estrangeiros anunciou que um avião vai até Tripoli para retirar do país os espanhóis que queiram abandonar a Líbia. A Alemanha também anunciou esta segunda-feira que vai retirar o pessoal diplomático da embaixada, deixando-a apenas a funcionar com “serviços mínimos”. No domingo as Nações Unidas, os Estados Unidos e a Turquia disseram que iriam retirar o pessoal não essencial do país.

Pelo menos 97 pessoas morreram, na semana passada, em combates entre milícias rivais pelo controlo do aeroporto de Tripoli.