Marques Mendes parece não ter dúvidas: a decisão de Passos Coelho em renomear Carlos Costa como governador do banco de Portugal foi “corretíssima”, porque mudar de governador numa altura em que o negócio do Novo Banco está em curso “seria uma tragédia”.

“Passos Coelho é, de facto, uma pessoa corajosa e acho que tomou uma decisão que é justa para Carlos Costa e correta para o país”, disse Marques Mendes, no comentário que faz habitualmente ao sábado na SIC.

Sobre o programa que o PS apresentou na quarta-feira, o ex-líder do PSD afirmou que António Costa “reganhou nas últimas semanas a iniciativa política” e aconselhou a coligação PSD/CDS a acelerar. O comentador adiantou que a apresentação das linhas programáticas deverá acontecer no final do mês de maio e o programa final na segunda quinzena de junho.

“Em política, quem marca a agenda tem sempre vantagem e é sempre melhor agir do que reagir. Com isto, o PS colocou a coligação um pouco à defesa”, disse o ex-líder do PSD.

Em relação ao programa que António Costa apresentou na quarta-feira, Marques Mendes disse que houve três aspetos positivos. Além da reconquista da iniciativa política, o comentador referiu o recuo de António Costa em matérias “que eram um bocado radicais e insensatas”, como a reestruturação da dívida. “À medida que se aproxima do poder, vem o bom-senso ao de cima”, diz.

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De positivo, Marques Mendes assinala ainda o facto de o PS querer que as grandes obras públicas só avancem depois de dois terços do Parlamento concordarem com elas. “Acho que isso é muito bom. A coligação não devia criticar, devia elogiar”, referiu.

Depois de três pontos a favor, os três pontos contra: a confusão que três documentos diferentes pode desencadear na cabeça dos portugueses (“Já ninguém sabe muito bem como está a TSU. Cai ou não cai?”) , o facto de ter “muitas promessas” (“Quando a esmola é demais, a malta desconfia”) e de não haver nenhum ex-ministro da Segurança Social ou membro do PS a sustentar o facto de António Costa querer ir buscar 1,4 mil milhões ao Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social para aplicar na reabilitação urbana.

“Acho que a coligação devia pensar em acelerar. Estão à defesa neste momento e comentam o que o adversário propõe. Parece que António Costa está no centro das atenções e acho que a coligação tinha vantagem em acelerar para reganhar a iniciativa política”, diz.