A Segunda Guerra Mundial mudou o mundo de várias formas. O conflito deixou lições às gerações futuras que irão prevalecer, provavelmente, para sempre. Agora a CIA resolveu divulgar um documento que pode mudar os ambientes de trabalho em todo o mundo

Em 1944, numa altura em que os aliados se começavam a superiorizar ao poderio nazi, os grupos de resistência de alguns dos países ocupados pelos alemães eram treinados pelos exércitos para começarem a fragilizar e a causar estragos às tropas nazis desde o interior. Muitas das técnicas de sabotagem utilizadas nessa altura são agora um método comum para dar cabo dos nervos dos patrões.

Muitos dos trabalhadores utilizam, sem dar por isso, algumas dessas técnicas de sabotagem das diferentes resistências antinazis. Pelo menos é o que mostra um documento agora divulgado pela CIA: um manual de sabotagem de campo que qualquer pessoa poderia adotar para boicotar o inimigo. Aplicando aos dias de hoje, este manual é uma explicação de como chatear de morte os seus superiores sem que eles percebam.

Pode-se ler, por exemplo, que “a sabotagem simples não exige nenhuma preparação especial ou equipamento. É levada a cabo por um cidadão comum que pode atuar individualmente ou não, e sem a necessidade de conexão a um grupo ativo. E pode fazê-lo de uma maneira que implica um perigo mínimo de lesão, deteção ou represália”. Há melhor?

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Vamos então conhecer os “atos de sabotagem simples” e que podem ser “uma arma efetiva contra o inimigo” (neste casos leia-se patrões, colegas indesejados, ou o que quiser), também publicados pelo El Confidencial:

Trabalhar devagar

O que é preciso é trabalhar muito devagarinho e fazer parecer que não se para. O documento da CIA propõe, para aqueles que trabalham com ferramentas, escolher um martelo pequeno e leve e não fazer muita força ao martelar. No trabalho administrativo basta teclar mais devagar e rever o que se faz pelo menos 20 vezes sem nunca tirar os olhos do computador. Quando é preciso sair em serviço deixe, por exemplo, o telemóvel esquecido para voltar para trás.

O quê?

Faça esta pergunta muitas vezes que vai ver que o seu chefe perde a cabeça. Não perceber nada pode ser uma boa ajuda nesta missão. Na prática pode fingir que não entende uma língua estrangeira ou fingir que “as instruções que lhe são dadas são muito complicadas de perceber, pedindo que lhas repitam várias vezes.”

“Ser estúpido”

Uma das maneiras que a CIA propõe para desmoralizar e criar a confusão é “ser estúpido”. Para além disso, sempre que for pedido dê “explicações grandes e incompreensíveis” e seja “tão irritante e beligerante quanto possível sem criar problemas”. Associado a esta situação, pode também queixar-se de tudo o que impeça de fazer o trabalho corretamente.

Burocracia

Se há alguma coisa que irrita e enerva as pessoas é a burocracia, a papelada e os assuntos sem serem resolvidos. Por isso utilize isto. Como? Preencher os documentos com uma letra ilegível para ter de os preencher outra vez gerando assim a maior confusão possível. Outra das vias é pedir que todas as decisões sejam revistas por um comité ou grupo de superiores, “nunca menor do que cinco”. Ou então, se não se sente à vontade com estas propostas, sempre que lhe passem uma tarefa diga que alguém acha que não é muito boa ideia ou que esse trabalho não é da sua competência.

Falar sem parar

O documento faz a seguinte sugestão: “Faça discursos. Fale tantas vezes quanto possível e durante muito tempo“. Falar sobre o quê? Esta pergunta também é respondida: “Anedotas grandes, relatos das suas experiências pessoais e assuntos irrelevantes.” Isto, segundo os autores, vai irritar, e muito, os patrões.

Pronto, o chefe também tem direito, esta é para ele

O manual de sabotagem também dedica algumas páginas àqueles que ocupam lugares superiores: a CIA sugere que não se renove o material de trabalho até que não haja outra solução, e, quando isso acontecer, que se peça o material que demore mais tempo a chegar. Para além disso, é preciso insistir na perfeição, especialmente nos produtos com menor importância, e não se pode aprovar nada que tenha o mínimo erro. Ser simpático e promover os trabalhadores ineficientes pode ser uma boa maneira de enervar os restantes, bem como marcar reuniões nas alturas onde há mais trabalho a fazer.