A crítica foi lançada pela voz de José Matos Correia, o homem escolhido por Rui Rio para coordenar a pasta da Administração Interna no Conselho Estratégico do PSD: “Não há nenhum dispositivo adequado de combate aos fogos”. E o momento foi, precisamente, após a demissão do comandante operacional da Proteção Civil, António Paixão, que anunciou a sua saída esta segunda-feira.
O dirigente do PSD, em declarações ao Diário de Notícias, acredita que “este é mais um episódio que vem reforçar a nossa profunda preocupação sobre o modo displicente e incapaz como o governo tem gerido este dossier do combate aos fogos”. Relembrando os acontecimentos trágicos do último ano, que resultaram numa extensa área ardida e dezenas de mortes, Matos Correia reforça que o partido irá chamar António Paixão ao Parlamento, com caráter de urgência.
O Comandante Operacional Nacional do Comando Nacional de Operações de Socorro da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) apresentou a sua demissão, tendo sido já nomeado o seu substituto. De acordo com o comunivado enviado pelo Ministério da Administração Interna ao final da noite de segunda-feira, o lugar será ocupado pelo coronel José Duarte da Costa.
Comandante nacional da Proteção Civil demite-se. António Paixão esteve no cargo cinco meses
José Matos Correia, que tem sob a sua alçada as pastas da Segurança Interna e Proteção Civil dentro do PSD, não quis comentar o nome escolhido para suceder a António Paixão. Mas, ainda ao DN, relembra que se trata “do quarto comandante operacional em 16 meses” e que, neste contexto, será alguém “sem a garantia que possa ficar lá muito tempo como aconteceu com os seus antecessores”. O social-democrata duvida ainda que seja capaz de desenvolver plenamente a sua função “a tão pouco tempo do início do período mais crítico dos fogos”, mas para já dá-lhe o benefício da dúvida.
Além do PSD, também o CDS já fez saber que quer chamar o comandante António Paixão ao Parlamento com caráter de urgência. Os requerimentos devem dar entrada ainda esta terça-feira.
