Três na passada semana, dois na terça-feira, mais dois esta noite. O FC Porto ficou a conhecer esta quarta-feira o lote completo das sete equipas que poderá encontrar nos quartos da Liga dos Campeões, num sorteio que se realiza na próxima sexta-feira, depois do apuramento de Barcelona e Liverpool para os oito melhores da maior competição europeia de clubes, naquela que foi também a confirmação de uma nova tendência no futebol europeu: o crescimento do número de representantes britânicos na fase das maiores decisões, em sentido inverso à queda espanhola e à completa falência dos germânicos.

Assim, num sorteio que não terá condicionalismos e que fará também o emparelhamento de jogos para os duelos das meias-finais, o conjunto comandado por Sérgio Conceição – que eliminou a Roma após prolongamento no Dragão por 3-1, depois da derrota em Itália por 2-1 – tem grandes possibilidades de encontrar um conjunto inglês (as opções são Manchester City, Manchester United, Liverpool e Tottenham). havendo representantes de Espanha (Barcelona), Itália (Juventus) e Holanda (Ajax).

Barcelona (Espanha)

Depois do nulo em Lyon, o Barcelona confirmou o seu favoritismo e goleou os franceses em casa (5-1), regressando aos quartos que no ano passado foram de má memória, quando a Roma conseguiu virar uma desvantagem de 4-1 na Catalunha com um 3-0 em Itália, na grande surpresa da última Champions. No segundo ano com Ernesto Valverde, os blaugrana surgem com um jogo bem mais consolidado que já valeu o triunfo na Supertaça, o apuramento para a final da Taça e a liderança confortável do Campeonato, chegando assim a esta fase da Liga milionária na pole position entre os principais candidatos. A equipa de Messi (que fez o primeiro jogo como sénior na equipa no dia em que os azuis e brancos estrearam o Dragão), Suárez e companhia, onde está também o antigo lateral encarnado Nelson Semedo, já defrontou por oito vezes o campeão português, com cinco triunfos dos catalães e três para os portistas. Na última vez que as duas equipas se encontraram, o Barça conquistou a Supertaça Europeia de 2011 no Mónaco, diante do FC Porto de Vítor Pereira, por 2-0 (Messi e Fabrègas).

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Manchester City (Inglaterra)

O Manchester City surge como equipa mais forte entre as opções inglesas que surgem como possibilidades para o FC Porto. Atuais campeões, os citizens tiveram uma quebra durante a época mas foram a tempo de recuperar a liderança aproveitando um momento de menor fulgor do Liverpool, numa luta que se deverá manter até ao final da Premier League. Antes, conquistaram a Supertaça e a Taça da Liga. Mas é na Liga dos Campeões que o conjunto de Pep Guardiola centra atenções depois da goleada com o Schalke 04 por 7-0, tentando pela primeira vez chegar à final da prova após muitos milhões investidos em contratações sem alcançar esse objetivo. Além do português Bernardo Silva, o plantel de estrelas conta ainda com Danilo, Otamendi e Mangala, defesas que passaram pelo FC Porto em diferentes períodos, e Ederson, ex-guarda-redes do Benfica. Na única vez em que se cruzaram nas provas europeias, neste caso na Liga Europa, o Manchester City venceu os dois encontros: no Dragão por 2-1 (Varela, Álvaro Pereira na própria baliza e Agüero), no Etihad por 4-0 (Agüero, Dzeko, David Silva e Pizarro).

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Manchester United (Inglaterra)

O Manchester United acaba por chegar aos quartos de forma surpreendente… por ter feito história: nunca uma equipa tinha perdido em casa na primeira mão por 2-0 e ganho depois fora por 3-1, como aconteceu com os red devils frente ao PSG, com Rashford a carimbar a reviravolta com uma grande penalidade à beira do período de descontos. Após a troca de José Mourinho por Ole Gunnar Solskjäer no comando técnico, os ingleses iniciaram uma reviravolta fantástica na temporada, alcançando mesmo os lugares de acesso à Champions na Premier League quando chegaram a ter mais de dez pontos de desvantagem (o norueguês sofreu domingo, frente ao Arsenal, a primeira derrota no Campeonato). Além de Diogo Dalot, lateral que se transferiu no último verão do Dragão para Old Trafford, o plantel conta ainda com outras caras conhecidas, casos de Lindelöf e Matic (ex-Benfica) e Marcos Rojo (ex-Sporting). Os azuis e brancos já defrontaram o United oito vezes, com duas vitórias, três empates e outras tantas derrotas – a recordação mais feliz cumpriu recentemente 15 anos, quando Costinha fez o empate aos 90′ e qualificou a equipa que seria campeã europeia para os quartos; a mais infeliz foi em 2009, com Ronaldo a decidir no Dragão após o empate a dois golos que o conjunto de Jesualdo Ferreira tinha conseguido arrancar no jogo inicial.

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Liverpool (Inglaterra)

A eliminatória vista como a mais equilibrada dos oitavos acabou por pender para os ingleses mas com um caminho diferente do que era esperado: depois do nulo em Anfiel Road, o Liverpool foi a Munique eliminar o Bayern (3-1) e mantém-se na corrida por nova final da Liga dos Campeões, depois da derrota por 3-1 sofrida no ano passado em Kiev frente ao Real Madrid. Numa equipa onde o destaque recai num dos melhores e mais eficazes tridentes ofensivos da atualidade (Firmino, Salah e Mané), coadjuvados pelo segundo guarda-redes mais caro de sempre (Alisson) e o defesa mais caro de sempre (Van Dijk), Jürgen Klopp tem ao seu dispor o português Rafael Camacho (que passou pela formação do Sporting e do Real Massamá) e Fabinho, médio emprestado ao Real Madrid B e ao Mónaco pelo… Rio Ave. Os dragões têm clara desvantagem no confronto histórico: em seis jogos na Taça UEFA e na Liga dos Campeões, empataram três e perderam outros tantos, incluindo a eliminação da última temporada nos oitavos com uma goleada dos reds no Porto (5-0) e um empate sem golos na segunda mão em Inglaterra (0-0).

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Tottenham (Inglaterra)

O Tottenham acaba por ser, no plano teórico, o adversário britânico com menos historial recente na Europa que o conjunto de Sérgio Conceição poderá encontrar. Numa altura em que a equipa de Londres perdeu gás na Premier League e ocupa o terceiro lugar a mais de dez pontos dos grandes candidatos Manchester City e Liverpool, Mauricio Pochettino aproveita este regresso dos spurs aos oito melhores da Champions para arriscar uma eventual presença na final da prova europeia com uma base que joga junta há alguns anos e que tem nas figuras de Harry Kane, Eriksen, Dele Alli e Son as principais individualidades que fazem a diferença além de Eric Dier, central/médio defensivo inglês formado no Sporting. No único duelo entre ambos na Europa, o Tottenham foi mais forte na segunda ronda da Taça das Taças de 1991 com um triunfo por 3-1 em White Hart Lane (bis de Gary Lineker, Gordon Durie e Kostadinov) seguido de um empate sem golos nas Antas.

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Juventus (Itália)

A Juventus surge como um dos adversários mais temíveis na próxima fase da Champions, sobretudo depois da grande reviravolta frente ao Atl. Madrid com uma exibição de sonho de Cristiano Ronaldo, que apontou um hat-trick no triunfo por 3-0 que virou a derrota na primeira mão em Espanha por 2-0. Com a Serie A praticamente ganha em termos virtuais (os bianconeri somam mais 18 pontos do que o segundo classificado, o Nápoles), todas as atenções do conjunto de Massimilano Allegri concentram-se nesta Liga dos Campeões, onde soma uma série de cinco derrotas consecutivas em finais entre 1997 e 2017. Valores do plantel à parte, o histórico dos azuis e brancos frente ao campeão transalpino é tudo menos positivo: depois da derrota na final da Taça das Taças de 1984 (golos de Vignola, Sousa e Boniek), naquele que foi o primeiro jogo decisivo europeu na era Pinto da Costa, os dragões empataram em casa (0-0) e perderam em Itália (3-1) na fase de grupos da Champions de 2001 e foram eliminados nos oitavos da Liga milionário há dois anos, com duas derrotas no Porto (2-0) e em Turim (1-0). Além de Ronaldo e João Cancelo, os portugueses da Juve, os dragões podem reencontrar o seu antigo lateral esquerdo Alex Sandro.

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Ajax (Holanda)

Por fim, o Ajax. A equipa que surpreendeu a Europa ao golear o Real Madrid no Santiago Bernabéu por 4-1, anulando assim a desvantagem de 2-1 que trazia de Amesterdão, já se cruzou na fase de grupos com o Benfica (vitória em casa por 1-0 no período de descontos, empate a uma bola na Luz), é a grande surpresa nestes quartos da Liga dos Campeões e quer prolongar o momento de sonho que voltou a viver com uma nova geração de talentos saídos da formação do clube que estão a ser cobiçados por alguns dos principais clubes, casos de Frenkie De Jong (que já tem contrato assinado com o Barcelona), De Ligt, Donny Van de Beek, Onana ou David Neres, acompanhada por jogadores mais rodados como Tadic, Daley Blind, Ziyech ou o veterano Huntelaar. A formação que conta agora com o português Bruno Varela, emprestado pelo Benfica, e Labyad, ex-médio ofensivo do Sporting, traz algumas boas recordações aos azuis e brancos: além do saldo positivo em seis jogos (quatro vitórias e um empate), foi contra os lanceiros que os dragões conquistaram a Supertaça Europeia em 1988 com dois triunfos por 1-0 com golos de Rui Barros (fora) e Sousa (casa). Na Liga dos Campeões, o FC Porto ganhou sempre em casa e nunca venceu fora. Nesta altura, o conjunto comandado por Erik ten Hag ocupa o segundo lugar da Eredivisie, a dois pontos do PSV.

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