São muitos concertos espalhados por muitas cidades, de norte a sul do país. Na lista das atuações mais relevantes que 2020 trará entre janeiro e agosto — voltaremos mais tarde por alturas da reentré —, no universo do pop-rock, eletrónica, folk ou jazz, há festivais, digressões de bandas e cantores nacionais, novos projetos (como o de Salvador Sobral, que cantará Jacques Brel em três espetáculos) e espetáculos de bandas e compositores internacionais como Madonna, Angel Olsen, Devendra Banhart, Patrick Watson, Bon Iver, Nick Cave e Kendrick Lamar. Como qualquer lista, esta terá ausências, mas é um guia repleto de concertos a ter em conta para os próximos oito meses.

First Breath After Coma com orquestra

A primeira experiência foi no festival Rock Nordeste: ali, a banda portuguesa First Breath After Coma juntou-se pela primeira vez à Banda de Música de Mateus para um concerto de formação alargada, com orquestra e mais de 70 músicos em palco. A experiência teve repetição neste final de 2019 — concerto a 28 de dezembro no Teatro José Lúcio da Silva, em Leiria — e volta a acontecer a 4 de janeiro no Teatro de Vila Real, depois de um ano em que os First Breath After Coma editaram um novo álbum, atuaram no festival Vodafone Paredes de Coura, fizeram uma residência e concerto no Bons Sons com o músico Noiserv, fizeram os concertos de abertura dos dinamarqueses Efterklang em Lisboa e Porto e foram protagonistas de uma performance de 24h seguidas a tocar no festival A Porta, em Leiria (iam descansando e comendo à vez, mas a música nunca parava).

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“Tour Nedó”, uma digressão de Manel Cruz

Ainda não se sabe muito sobre o que preparou Manel Cruz, o antigo vocalista dos Ornatos Violeta, para 2020, mas sabe-se que fará uma digressão nacional de apresentação do seu mais recente álbum a solo (e primeiro editado com o seu nome), Vida Nova. A digressão começará cedo: logo em janeiro e no dia 4, Manel Cruz dará o seu primeiro concerto do ano no belíssimo Theatro Circo, em Braga. A 29 de fevereiro, a tour a que deu o nome de Tour Nedó passará pelo Teatro Tivoli BBVA, em Lisboa. Nestas atuações, Manel Cruz terá a companhia de António Serginho (percussão, piano, xilofone), Eduardo Silva (baixo, voz) e Nico Tricot (piano).

Rodrigo Leão: primeiro Lagos, depois Lisboa e Porto

A 4 de janeiro, o músico português Rodrigo Leão, antigo membro dos Sétima Legião e Madredeus que celebrou recentemente 25 anos de carreira, tem os primeiros concertos agendados: duas sessões (às 19h e 21h) no Centro Cultural de Lagos. Já aí poderão ouvir-se alguns dos temas novos do compositor e cantor, que no mês seguinte, dia 21, lança um novo disco — já tem título, O Método, e um primeiro single revelado, “A Bailarina” — e apresenta-o ao vivo no Centro Cultural de Belém, em Lisboa (27/2). Há ainda outra data já anunciada: a 9 de março atua na Casa da Música, no Porto.

White Haus em digressão

Depois da edição de um álbum novo em 2019 — intitulado Body Electric — o projeto musical White Haus, liderado por João Vieira (também da banda X-Wife), vai viajar para teatros e clubes de concertos nacionais para uma digressão nacional. A “Body Electric 2020 Tour” terá início a 9 de janeiro, com concerto no Teatro Aveirense, em Aveiro. Em fevereiro há atuações no Porto (22/2, CCOP) e Leiria (29/2, Stereogun), mas estão prometidas “mais datas” para anúncio “em breve”.

Carminho arranca ‘tour’ de 11 concertos

Tal como Manel Cruz, também Carminho fará uma digressão nacional em 2020 que começará logo no início do ano e passará pelos anfiteatros e cineteatros de várias cidades portuguesas. A 11 de janeiro, a fadista portuguesa arranca a digressão com um concerto no Teatro Virgínia, em Torres Novas. Seguem-se atuações em Estarreja (18/1), Alcobaça (24/1), Portalegre (1/2), Sintra (29/2), Coimbra (5/3), Alcochete (6/3), Seixal (7/3), Faro (14/3), Bragança (20/3), Vila Real (21/3), Setúbal (3/4), Braga (24/4) e Aveiro (25/4). Nesta série de concertos, Carminho atuará acompanhada por Luís Guerreiro (guitarra portuguesa), Flávio Cardoso (viola), Tiago Maia (baixo) e Pedro Geraldes (guitarra elétrica).

Dead Combo prosseguem as despedidas

A digressão de despedida dos Dead Combo já começou, mas a banda de Tó Trips e Pedro Gonçalves prossegue a despedida dos palcos com mais concertos em 2020. Para 11 de janeiro está agendado o primeiro: em Castelo Branco, no Cineteatro Avenida. Seguem-se atuações no Cinteatro João Mota, em Sesimbra (25/1), no Cineteatro de Estarreja (7/2), em local ainda a anunciar a 8 de fevereiro, no Cineteatro Capitólio, em Lisboa, a 14/2 (no âmbito do festival Montepio às vezes o amor), no Teatro Pax Júlia em Beja (6/3), no Teatro Virgínia em Torres Novas (7/3), em local a anunciar no Porto (21/3) e no Auditório Municipal de Albufeira (28/3).

Cerveja, concertos e DJ sets em Marvila

Mais um ano, mais uma edição de uma festa anual em Marvila intitulada Ouro, Incenso e Birra. Desta vez, a zona de Lisboa que é já conhecida como distrito cervejeiro da cidade — por reunir ali alguns dos produtores nacionais mais afamados de cerveja artesanal — vai cantar as Janeiras no dia 11. Novamente no eixo “entre a Rua do Açúcar, Capitão Leitão e Pereira Henriques”, entre as 13h e as 3h do dia 12, haverá concertos de Afonso Cabral, Cassete Pirata, Catarinha Munhá, Éme, Esteves, Joana Espadinha, Luís Severo e Marinho. A dança noturna faz-se ao som de escolhas dos DJs improvisados Benjamim, João Vaz Silva (Pataca Discos) e Bruno Pernadas. Parte das receitas da festa será doada a uma instituição de solidariedade, o Grupo Beija-Flor, que “trabalha no aconselhamento e acompanhamento de crianças e jovens à beira da marginalização”.

Madonna

Depois de apresentar nos EUA o seu mais recente álbum, Madame X — gravado após conhecer Lisboa e Portugal como moradas de residência intermitente —, a cantora que ficou conhecida dos anos 1980 em diante como “rainha da pop” vai iniciar em Portugal a sua digressão europeia de apresentação do disco. O primeiro concerto de uma série de oito atuações no Coliseu dos Recreios, mais do que os esperados porque os bilhetes voaram rapidamente, acontece a 12 de janeiro. A dose repete-se a 14, 16, 18, 19, 21, 22 e 23. Só para ouvir “Batuka”, gravada com batukadeiras de Cabo Verde, talvez já valha a pena.

Janeiro

Também o músico português Janeiro terá uma digressão nacional a começar no primeiro mês do ano. Será uma digressão fora do comum, no entanto, com apresentações ao vivo relativas a um projeto que lançou no Youtube, as Janeiro Sessions, em que convida cantores e músicos para tocarem e cantarem consigo. Por isso, Janeiro levará para os palcos alguns dos seus parceiros neste projeto. O primeiro com quem atuará é Salvador Sobral, no Convento São Francisco, em Coimbra, a 16 de janeiro. Seguem-se concertos com Miguel Araújo (25/1 no Theatro Circo, em Braga, e 26 de março na Casa da Música, no Porto), Tiago Nacarato (6 de fevereiro no Teatro Municipal de Bragança e 9 de abril no Teatro Tivoli BBVA, em Lisboa), Ana Bacalhau (7 e 29 de fevereiro, respetivamente na Casa da Criatividade, em São João da Madeira, e no Cineteatro Garrett, na Póvoa do Varzim) e António Zambujo (28 de fevereiro no Teatro Diogo Bernardes, em Ponte de Lima).

PAUS

O ano também deverá ser recheado em concertos para o grupo português PAUS. A banda de Quim Albergaria, Hélio Morais, Makoto Yagyu e Fábio Jevelim lançou este ano o álbum YESS — sucessor de Madeira, editado em 2018 e Mitra, editado em 2016 — e andará pelos palcos de várias cidades a apresentá-lo. Para 16 e 25 de janeiro estão marcadas as primeiras apresentações, respetivamente no clube B.Leza, em Lisboa, e no Hard Club, no Porto. A banda promete “mais datas em breve”.

Miroca Paris

Aproveitando a passagem de Madonna por Portugal, o cantor, músico e compositor caboverdiano Miroca Paris — que está em digressão com a norte-americana — vai regressar a Lisboa para um concerto a 17 de janeiro, no Capitólio.

Capitão Fausto em digressão nacional

Com um álbum novo editado em 2019, a banda nacional de pop-rock Capitão Fausto vai fazer uma digressão nacional por cineteatros no início de 2020. As datas já foram anunciadas e incluem concertos a 18 de janeiro (Centro Cultural de Ílhavo), 24 janeiro (Centro de Artes de Ovar), 25 de janeiro (Centro Cultural Vila Flor, em Guimarães), 30 janeiro (Teatro Municipal da Guarda), 31 de janeiro (Teatro Pax Julia em Beja), 7 de fevereiro (Teatro Académico Gil Vicente em Coimbra), 8 de fevereiro (Cineteatro Avenida, em Castelo Branco), 14 de fevereiro (Teatro-Cine, em Torres Vedras), 15 de fevereiro (Gemini, em Oliveira de Azeméis), 28 de fevereiro (Casa da Cultura, em Melgaço) e 29 de fevereiro (Festival Sons de Vez, em Arcos de Valdevez). A digressão termina em março com um concerto especial, dia 7, no Campo Pequeno, que juntará em palco os Capitão Fausto à Orquestra das Beiras.

Alceu Valença

A 20 e 21 de janeiro, o músico veterano brasileiro que começou a carreira nos anos 1960 a ensinar aos hippies norte-americanos canções de Pernambuco (vivia então o Brasil em ditadura militar), que teve nos anos 1970 e nos primeiros álbuns a fase mais psicadélica, política e desconcertante do seu percurso e que desde os anos 1980 construiu uma carreira consagrada no Brasil, visitará Portugal novamente. Na verdade, Alceu Valença até reside durante parte do ano em Lisboa, pelo que não é de estranhar que nos últimos anos tenha atuado com maior regularidade em solo nacional. A 20 de janeiro atua na Casa da Música, no Porto, e a 21 no Casino Estoril.

Angel Olsen

A menina prodígio do indie-rock e da folk-rock cresceu nos últimos anos. Agigantou-se, deu robustez e tom épico às canções, fez até um single certeiro para as rádios sem perder a matriz, “Shut Up Kiss Me” — não por acaso, o teledisco no Youtube é de longe o mais visto dos seus videoclips, com mais do dobro dos “plays” do segundo mais visto. As pequenas salas e blackboxes, como o Aquário da Galeira Zé dos Bois, já se tornaram pequenas para a dimensão que ganhou, porque depois do disco-revelação de 2014 (Burn Your Fire For No Witness) consolidou o percurso com as canções de My Woman (2016) e All Mirror (editado este ano). É o disco mais recente que motiva novas apresentações em Portugal, por duas vezes no Capitólio, em Lisboa (dias 22 e 23) e por uma vez no Porto, no Hard Club, a 24. Nos três concertos, a primeira parte será assegurada pela promissora guitarrista, cantora e compositora do indie-folk Hand Habits. No verão, Angel Olsen irá novamente a Lisboa para atuar no festival NOS Alive (a 10 de julho).

Moullinex

É um dos produtores musicais portugueses mais prestigiados na área da eletrónica, capaz de conciliar os universos clubbing e pop. Em 2017, Moullinex lançou um álbum que marcou o ano e agitou pistas de dança, intitulado Hypersex. Em 2020 deverá lançar um novo disco, mas depois de um 2019 em que se juntou ao multifacetado Bruno Pernadas para recriarem ao vivo o disco de culto Plantasia — fá-lo-ão novamente ao longo de 2020 em solo nacional, em alguns pequenos concertos —, o criativo da Discotexas vai fazer uma residência na sala de concertos Musicbox, no Cais do Sodré. Intitulado Rough Mix, o ciclo de atuações está agendado para 23, 24 e 25 de janeiro e Moullinex promete levar “o estúdio para o Musicbox”, devendo “tocar temas novos e temas antigos com arranjos novos num processo de exploração feito em aberto com banda, convidados surpresa e público”.

Keane

A popular banda britânica de pop-rock, que já existe desde os anos 1990, que teve grande sucesso nos anos 2000 e que esteve recentemente em pausa sem canções e concertos (entre 2014 e 2018), regressará a Portugal no final de janeiro para dois espetáculos, após atuação este ano no festival Marés Vivas. Inseridos na digressão Cause and Effect (Causa e Efeito), de promoção do novo álbum com o mesmo nome, os dois concertos estão agendados para dia 25 e 26, respetivamente no Coliseu do Porto e no Campo Pequeno (em Lisboa). Temas novos como “The Way I  Feel” e “Love Too Much” deverão constar do alinhamento, mas na plateia estarão fãs que provavelmente anseiam sobretudo pelos êxitos antigos, de “Somewhere Only We Know” a “Everybody’s Changing”.

Mano a Mano

A talentosa dupla madeirense do jazz nacional André e Bruno Santos vai levar o seu mais recente álbum — Mano a Mano, Vol. 3 — ao palco do Centro Cultural de Belém, no dia 25 de janeiro. Terão convidados, Rita Redshoes e Ensemble de Cordofones, e “uma parafernália de guitarras elétricas, cordofones madeirenses e pedais”.

Wim Mertens

Pianista, guitarrista, cantor, musicólogo, o belga Wim Mertens, de 66 anos, celebra no próximo ano quatro décadas de carreira com uma digressão mundial. Entre o final de janeiro e início de fevereiro, a digressão passa por Portugal, com concertos a 29 de janeiro na Casa da Música, no Porto e a 2 de fevereiro no Centro Cultural de Belém, em Lisboa. Nestes dois concertos espera-se uma espécie de coleção de clássicos, até porque Wim Mertens lançou recentemente a compilação Inescapable (em quadro CDs), que junta 61 das suas composições — entre inéditos, peças gravadas em estúdio e versões de temas tocados ao vivo.

The Legendary Tigerman em 11 atuações “one-man-band”

Apresentada como celebração dos 20 anos da estreia a solo de The Legendary Tigerman, esta é uma digressão inspirada “no velho formato de one-man-band nascido nas margens do Delta do Mississippi”. Paulo Furtado, o músico que há duas décadas assina com o nome The Legendary Tigerman, vai deixar a banda que o acompanha e as companhias que tem tido também em estúdio — para gravar o último álbum Misfit, de 2017, por exemplo — e seguirá para os palcos “novamente sozinho, acompanhado apenas da sua guitarra, um kit de bateria e um kazoo”. Fará 11 concertos em 11 cidades. O primeiro é no fim do primeiro mês do ano, a 29 de janeiro, no clube Musicbox, em Lisboa. Seguem-se atuações em Coimbra (Salão Brazil, a 31/1), Aveiro (Avenida, 6/2), Fundão (Moagem, 7/2), Torres Vedras (8/2, Bang Venue), Porto (13/2, Plano B), Braga (gnration, 14/2), Leiria (Stereogun, 15/2), Évora (Soir Jaa, 20/2), Viseu (Carmo 81, 21/2) e Loulé (Bafo de Baco, 22/2)

Chico Bernardes apresenta-se dez vezes

À boleia do sucesso retumbante em Portugal do seu irmão Tim Bernardes — que só em 2019 atuou em Portugal a solo e com a sua banda O Terno por mais de uma vez —, Chico Bernardes vai revelar-se ao público português em 2020 com os seus primeiros concertos em solo nacional. Jovem guitarrista, cantor e compositor emergente oriundo de São Paulo, “Chico” tem nome de artista, não tem a voz do irmão mas tem vindo a compor e cantar canções íntimas, com letras apuradas e tom folk, que merecem alguma atenção. A digressão portuguesa começa a 30 de janeiro, com um concerto no Atlas Hostel, em Leiria. Seguem-se atuações em Alcobaça (Ossos do Ofício, 31/1), Sabrosa (Novas Canções da Montanha, 1/2), Guimarães (20 Arautos, 2/2), Lisboa (Musicbox, 4/2), Aveiro (Avenida Café-Concerto, 5/2), Porto (Maus Hábitos, 6/2), Barcelos (Theatro Gil Vicente, 7/2), Estarreja (Saramago Caffé, 8/2) e Coimbra (Galeria Santa Clara, 9/2).

Aldina Duarte no Lux Frágil

A 30 de janeiro, a fadista Aldina Duarte, que continua a preferir maioritariamente a intimidade (acústica) das casas de fado às luzes e eletricidade das grandes arenas e digressões, vai apresentar o seu mais recente álbum, Roubados — uma coleção de temas que funcionam como uma espécie de manual de fados para cantar quando ainda não se tem repertório próprio — na discoteca Lux Frágil, em Santa Apolónia, Lisboa.

Linda Martini nos Coliseus

Num ano em que o guitarrista, letrista e vocalista da banda, André Henriques, vai estrear-se a solo lançando o primeiro álbum em nome próprio, espera-se um primeiro semestre do ano mais calmo para os Linda Martini. Há, contudo, duas exceções à regra: dois grandes concertos em que se ouvirá o rock and roll típico da banda, influenciado pelo rock dos anos 90 e pelas tiradas poéticas e de guerrilha a que têm habituado o público desde 2006, ano em que lançaram o primeiro EP e o primeiro álbum completo, Olhos de Mongol. A primeira atuação encerra o mês de janeiro em beleza — o concerto é dia 31, no Coliseu dos Recreios. Segue-se uma atuação no Coliseu do Porto a 13 de fevereiro.

Explosions in the Sky

Considerada um dos expoentes do movimento musical pós-rock (rock maioritariamente instrumental, com alguns pós de eletrónica, contemplação e longa duração dos temas), a banda texana Explosions in the Sky teve o seu momento de maior popularidade e produtividade nos anos 2000, com vários álbuns editados como How Strange, Innocence (2000), Those Who Tell the Truth Shall Die, Those Who Tell the Truth Shall Live Forever (2001), The Earth Is Not a Cold Dead Place (2003), The Rescue (2005) e All of a Sudden I Miss Everyone (2007). O último espetáculo em Portugal aconteceu em 2016, ano em que editaram o disco mais recente (The Wilderness), no festival NOS Primavera Sound, no Porto. O regresso está agendado para 1 de fevereiro, na Aula Magna, em Lisboa, a propósito de uma digressão de celebração de 20 anos de carreira.

Omar Souleyman

De cantor de casamentos na Síria a produtor e cantor de música eletrónica com fama indie mundial, a vida de Omar Souleyman deu muitas voltas nos últimos anos. Em 2020, depois de um álbum novo editado no ano anterior — Shlon, quarto da sua discografia e sucessor de To Syria, With Love, de 2017 — estará em digressão e passará pelo Musicbox, sala de concertos no Cais do Sodré, a 1 de fevereiro.

Fat White Family

Formada em 2011 e já com três álbuns no currículo, a banda britânica Fat White Family passará por Portugal em fevereiro para apresentar o disco mais recente, Serfs Up!, editado em 2019. O título faz referência ao álbum Surf’s Up dos Beach Boys, mas é também uma boa descrição da música que se ouve neste disco: espécie de rock para uma manhã balnear de verão com neblina, com harmonias vocais e aqui e ali com teclas sonhadoras e espreguiçadas à Mac DeMarco. Os concertos estão agendados para 4 de fevereiro, no Hard Club, no Porto, e para o dia seguinte no Lisboa ao Vivo, em Lisboa.

A Garota Não

O disco, Rua das Marimbas, passou relativamente despercebido, mas a sobriedade das canções e a escrita cuidada dos temas justifica uma atenção maior à estreia discográfica de Cátia Mazari Oliveira, que edita com o nome artístico A Garota Não. A 6 de fevereiro, há um concerto “de celebração do disco de estreia” que será também “a primeira grande apresentação do projeto em Lisboa”, no Centro Cultural de Belém, em Lisboa. Uma boa oportunidade para descobrir esta Garota Não.

Salvador Sobral canta Brel

Há muito que se sabe que Salvador Sobral é um rapaz inquieto: é difícil contabilizar a quantidade de bandas a que já esteve ligado, ou só para concertos ou até com álbuns editados, além do projeto em nome próprio — ancorado em seu torno — que lhe deu uma vitória na Eurovisão e dois álbuns de estúdio, Excuse Me (2016) e Paris, Lisboa (editado este ano). O mês de fevereiro traz uma nova aventura: Salvador Sobral canta Brel, um ciclo de concertos em que o cantor português homenageia e revisita o repertório do lendário cantor francófono nascido na Bélgica. A 7 de fevereiro, há concerto no Centro Cultural de Belém, em Lisboa. Seguem-se atuações na Casa da Música, no Porto (8 de fevereiro) e no Teatro Aveirense, em Aveiro (dia 10).

Isaura em Português

A 8 de fevereiro, a compositora e cantora portuguesa Isaura, vencedora da canção que saiu vitoriosa do Festival da Canção em 2018, vai apresentar-se no clube de concertos Musicbox, no Cais do Sodré, em Lisboa, para mostrar os seus novos temas. Em detrimento da língua inglesa que anteriormente lhe servia para a escrita de canções, Isaura começou a dedicar-se mais à escrita em português depois do festival. Alguns dos temas já foram revelados, como “Liga-Desliga” e o dueto com Luísa Sobral “Uma Frase Não Faz a Canção”, mas esta é ainda uma fase de experimentação que terá mais frutos futuros.

Ride

Há quatro anos e meio longe de Portugal — o último concerto foi no verão de 2015, no âmbito do festival portuense NOS Primavera Sound —, o grupo britânico de shoegaze Ride voltará a pisar palcos nacionais na segunda semana de fevereiro. Desta vez, em dose dupla e com concertos em nome próprio, ao invés de inseridos na programação diária de um festival. A 10 de fevereiro, a banda que marcou os anos 1990 com discos como Nowhere (do qual fazia parte um dos temas mais conhecidos dos Ride, intitulado “Seagull”), Going Blank Again e que lançou no último verão um álbum novo, This Is Not a Safe Place, vai atuar no espaço Lisboa ao Vivo, na capital do país. No dia seguinte, 11, sobem ao Porto para um concerto no Hard Club. A primeira parte será assegurada pelo trio londrino Crushed Beaks.

Maria Reis

Até aqui dedicada sobretudo ao duo rock que mantinha com a irmã Júlia Reis — as Pega Monstro —, Maria Reis está agora mais concentrada no seu projeto a solo. Se em 2017 lançou uma (primeira) pequena coleção de canções, este ano revelou um conjunto de temas mais elaborados e trabalhados, Chove na Sala, Água nos Olhos. Tem-se vindo a discutir se é um EP (mini-álbum) ou se é um álbum, porque tendo sete canções a duração do disco não ultrapassa os 20 minutos. No entanto, temas como o primeiro single “Odeio-te”, “Soror Mariana” ou “Picada de Vespa” ajudaram a que este conjunto novo de temas tenha sido uma das boas notícias de 2019. A 12 de fevereiro, o disco será apresentado ao vivo na Culturgest, em Lisboa. Deverão existir mais concertos ao longo do ano pelo país.

Micah P. Hinson em quatro doses

Trovador folk e country de alma antiga mas com espírito exploratório, o norte-americano Micah P. Hinson tem sido presença regular em palcos portugueses nos últimos anos. Depois de um período de maior ausência, deu concertos em solo nacional em 2017 mas também já no início de 2019 (em janeiro e fevereiro, no Musicbox, em Lisboa, e Theatro Circo, em Braga). Para fevereiro de 2020 estão agendados mais quatro concertos, em cidades nas quais Micah P. Hinson não atuou no ano anterior: Vila Real (atua no teatro local no dia 12), Guarda (Teatro Municipal da Guarda, dia 13), Porto (Plano B, 14/2) e Portalegre (no Centro de Artes e Espetáculos local, dia 15).

Filho da Mãe

A 13 de fevereiro, no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, o guitarrista Rui Carvalho, que assina as suas composições a solo com o nome artístico Filho da Mãe, vai subir ao palco do pequeno auditório do Centro Cultural de Belém, em Lisboa, para um concerto em que tocará temas de Água-Má — disco editado em 2018. Também álbuns anteriores como Mergulho ou Cabeça deverão intrometer-se no alinhamento.

Festival Microclima com Luís Severo e Sensible Soccers

Em 2020 decorre a terceira edição do festival anual Microclima, na SMUP – Sociedade Musical União Paredense, na Parede, freguesia do concelho de Cascais. É organizado e programado por “voluntários, colaboradores e amigos” da SMUP (com apoio de alguns parceiros) e no próximo ano vai manter a aposta na música alternativa portuguesa, consentânea aliás com a linha programática da sociedade que vai organizando concertos na sua sede ao longo do ano. Nesta próxima edição, o festival decorrerá a 14 e 15 de fevereiro e conta com atuações de Alek Rein, Luís Severo, Sensible Soccers e Pedro Tudela (este em modo DJ set) no primeiro dia e de Cave Story, Zanibar Aliens e um B2B entre os DJs Candy Diaz e Wize a 15. Existirão também instalações artísticas de Berru, Plasticus Maritimus e Rappepa Bedjo Tempo.

Plutonio

A ascenção de Plutonio no hip-hop e na pop nacional é indiscutível: em 2019, o rapper e cantor colocou dois telediscos (ou videoclips) entre os dez vídeos do Youtube mais vistos do ano em Portugal. Neste final de ano, Plutonio lançou o seu terceiro álbum — Sacrifício: Sangue, Lágrimas e Suor —, um conjunto produzido ao detalhe de canções que oscilam entre o rap mais cru, que descreve a vida nos bairros sociais periféricos (no caso o Bairro da Cruz Vermelha, perto de Alcabideche, Cascais), e o R&B eletrónico açucarado pelo canto e pelos efeitos digitais na voz. A 14 de fevereiro, Plutonio vai subir ao palco do Coliseu dos Recreios, em Lisboa, atuando na semana seguinte — a 21 — no Hard Club, no Porto. O ano será seguramente repleto de concertos.

Devendra Banhart

O antigo ponta-de-lança do movimento freak-folk — que em 2016 afirmou ao Observador que “adorava dizer que sou um cantor folk, mas não tenho o direito de o fazer” — voltou à boa forma este ano. Depois de um percurso de sucesso que começou a construir nos anos 2000 e que resultou em discos como Nino Rojo (de 2004), Cripple Crow (de 2005), What Will We Be (2009) e Mala (2013), Devendra Banhart teve no penúltimo disco, Ape in Pink Marble, um álbum que passou razoavelmente despercebido para as expectativas criadas. Este ano, contudo, editou Ma, um novo disco que prova que continua a ser um escritor e compositor de canções delicadas mas elaboradas ao detalhe — e bem cantadas. O single “Kantori Ongaku” é uma lufada de ar fresco e Devendra Banhart até canta um tema em português, chamado “Carolina”. Em fevereiro, vai passar por Portugal para três concertos: dia 15 atua no Hard Club e a 16 e 17 tem concertos no Cineteatro Capitólio, em Lisboa.

Big Thief em dose dupla

São uma das bandas de indie-rock do momento e tiveram em 2019 um ano de afirmação total no universo alternativo, com concertos por todo o mundo — inclusive em Portugal, no festival NOS Primavera Sound — e dois álbuns editados. A 17 e 18 de fevereiro, os Big Thief têm regresso agendado, com concertos respetivamente no Lisboa ao Vivo, em Lisboa, e no Hard Club, no Porto.

Tindersticks em cinco cidades

Há bandas que não precisam de mudar muito para envelhecer com classe. Os britânicos Tindersticks, coletivo que tem na guitarra e voz Stuart Staples, são uma delas e ao longo da carreira iniciada nos anos 1990 — e com uma pequena pausa que não impediu a produtividade na gravação e edição de discos —  é difícil ver grandes fugas para fora de pé ou alterações bruscas de som. A música é adulta na escrita e no tom, com uma boa dose de melancolia e bom gosto nos arranjos. Com um novo álbum para apresentar, o 12º, intitulado No Treasure but Hope, o grupo tem uma digressão portuguesa agendada para fevereiro. Começa a 17, no Teatro das Figuras, em Faro, e prossegue na Aula Magna, em Lisboa (dia 18), no Teatro José Lúcio da Silva, em Leiria (20), no Convento São Francisco, em Coimbra (21) e na Casa da Música, no Porto (22). São, em suma, cinco dias para revisitar velhos amigos.

Patrick Watson

Com um álbum novo editado este ano — depois de uma banda sonora e do disco Love Songs For Robots —, Patrick Watson continua a fazer valer a voz e as composições íntimas e serenas para granjear popularidade. Nos dias 23 e 24 de fevereiro, o cantor e músico canadiano que é capaz de misturar composição eletrónica com instrumentos clássicos (do piano aos instrumentos de cordas) e tom barroco na sua pop volta a Portugal, onde atuou por quatro vezes no final de 2018 (em Lisboa, Coimbra, Guimarães e Porto). O regresso acontece para concertos no Coliseu dos Recreios, primeiro, e na Casa da Música, a seguir. A delicadeza de temas novos como “Dream For Dreaming” e “Here Comes the River” justifica voltar a ouvi-lo e em salas dessa dimensão, embora devam ser recuperadas canções mais antigas como “The Great Escape”, “Lighthouse” e “Man Like You”.

Deejay Telio

Quem diria, há duas ou três décadas, que em 2020 um produtor de afro-house e afro-beats — para Deejay Telio, o que faz é um estilo musical próprio a que chama karanganhada — estaria a atuar no Coliseu dos Recreios? Ou que, para uma geração de miúdos, as batidas afro-dançantes poderiam também elas ser música pop, se por pop entendermos popular? Tudo isso aconteceu no pós-kizomba (que já teve uma fase mais popular) e Deejay Telio chegará a 5 de março ao Coliseu dos Recreios, depois de uma digressão nacional a que chamou Happy Tour. Quem ouvir Karanganhada 3, a sua mais recente coleção de temas, poderá notar que Deejay Telio, paralelamente ao meio musical, à validação da crítica ou ao cumprimento dos critérios de bom gosto definidos pelos media, foi-se tornando um produtor musical de batidas que também rima e que criou um estilo próprio, eficaz e detalhado nos pormenores. Ver-se-á alguém no Coliseu, dia 5, que não esteja a dançar?

Gabriel Ferrandini e Alexander von Schlippenbach

O primeiro concerto em que o baterista português Gabriel Ferrandini e o pianista alemão Alexander von Schlippenbach deram juntos, na Culturgest, em Lisboa — na companhia de Pedro Sousa e Hernâni Faustino e com participação especial de Peter Evans — foi um espanto. O mote foi o repertório de Thelonious Monk, tocado a partir de uma predisposição sonora alinhada com o primeiro disco a solo do baterista nacional enquanto compositor, Volúpias. A 6 de março, estes dois grandes talentos de diferentes gerações (von Schlippenbach é octagenário, Gabriel Ferrandini terá quase menos meio século) voltam a juntar-se para um concerto no gnration, em Braga.

Moon Duo

Depois de uma atuação este ano no festival açoriano Tremor, os norte-americanos Moon Duo regressam a Portugal no próximo ano com o seu psicadelismo rock sombrio e cósmico, com uma infusão de krautrock. É verdade que o revivalismo psicadélico do início da década foi movimento que entretanto perdeu seguidores, mas poderá valer a pena rever os Moon Duo até pelo caráter especial dos dois concertos em março, agendados para dias 12 (Theatro Circo, em Braga) e 16 (B.Leza, em concerto organizado pela ZDB): estarão acompanhados de um novo baterista (John Jeffrey) e o cenário visual do concerto, desde a iluminação à disposição cénica, será inspirado “pelos cenários psicadélicos rave-disco”. John Jeffrey e o duo Johnson e Yamada vão atuar “dentro de uma caixa de luz que altera e transforma a realidade”. As mudanças são bem vindas, até porque o formato precisava de ser refrescado. Se é para ser psicadélico, que seja psicadélico por inteiro.

Dave Holland, Kenny Baron e Jonathan Blake

Dave Holland é uma das lendas vivas do jazz europeu. Contrabaixista nascido em Wolverhampton, fez carreira também nos EUA, tocando com gente como Chick Corea, Herbie Hancock, Stan Getz, Jack DeJohnette, Wayne Shorter, Sam Rivers, Miles Davis e Jimi Hendrix. Hoje com 73 anos, conta com participações nas gravações de perto de de duas centenas de discos. Em novembro do ano passado, o músico — que virou profissional aos 15 anos — atuou no festival Guimarães Jazz. A 12 de março voltará a pisar um palco português, neste caso o da Casa da Música, no Porto, e desta vez acompanhado pelo baterista Jonathan Blake e por outra enorme referência, o pianista Kenny Barron, também veterano e colaborador de Dizzy Gillespie, Stan Getz e Freddie Hubbard. Com Barron, Holland já gravou um disco editado em 2014 (The Art of Conversation) mas em 2020 essa arte da conversa deverá ter sucessão discográfica.

Temples

Valerá a pena ainda seguir os Temples em 2020? Os fãs da banda britânica e do ressurgimento do psicadelismo pop na música por certo acharão que sim. Hot Motion, o álbum que o grupo editou este ano, não extasiou a crítica nem trouxe novos públicos, mas ainda há um revivalismo de apaixonados pelos Beatles da fase Revolver e seus sucedâneos atuais que lhes garante popularidade. Além disso, há boas canções como a menos recente (já de 2014) “Shelter Song”, que compensam pelo bom gosto alguma falta de originalidade. A 16 de março, há concerto no espaço Lisboa ao Vivo — o primeiro em nome próprio após três atuações em festivais de verão.

Metronomy

A banda britânica de indie-pop saltitante e alegre já não precisa de grandes apresentações, pelo sucesso crescente que tem tido e pela quantidade de apresentações recentes em Portugal: em 2015 atuaram no festival NOS Alive, em 2017 no NOS Primavera Sound e no Coliseu dos Recreios, em 2019 no Super Bock Super Rock e no próximo ano novamente no Coliseu dos Recreios, em Lisboa, a 17 de março. O mote para o regresso é o álbum Metronomy Forever, editado já depois do último concerto em solo nacional (no passado mês de setembro) e que, não tendo originado uma paixão assolapada da crítica, não chateou os fãs dos singles antigos (“Heartbreaker”, “The Bay” e sobretudo o fenómeno “The Look”). Dos temas mais recentes, só “Salted Caramel Ice Cream” entrou nos ouvidos e (regularmente) nas rádios, mas dança nostálgica não deverá faltar.

Russian Circles

A informação de promoção dos dois concertos dos Russian Circles em Portugal — a 18 de março no Hard Club, no Porto, e no dia seguinte no espaço Lisboa ao Vivo — alude a uma informação muito simples mas bastante acertada enquanto resumo: fazem “música pesada instrumental”. É mesmo isso que se pode esperar de um concerto do grupo de Chicago, EUA, que nasceu há 15 anos e que só pode agradar a quem gosta de rock de volume elevado, com guitarras e baterias a tocar um qualquer apocalipse. Oiça-se por exemplo esta “Kohokia”, single do mais recente álbum da banda, editado em agosto de 2019 com o título Blood Year.

DIIV

Ainda as salas Hard Club, no Porto, e Lisboa ao Vivo, em Lisboa, não terão recuperado do rock com efeito desfibrilhador dos norte-americanos Russian Circles e nos dias seguintes — em cada uma das cidades, a 19 no Porto e 20 em Lisboa — levam com outra dose de rock, guitarras e baterias. Desta vez, a dose é menos pesada porque também tem momentos de quietude a dividir protagonismo com os momentos ruidosos e tem voz, a de Zachary Cole Smith, o guitarrista, principal vocalista e líder destes DIIV. Fundada no início da década, a banda que já passou por vários percalços — problemas com um baixista racista e homofóbico entretanto despedido, uma detenção do vocalista e guitarrista, droga consumida à fartazana pelo mesmo “Zach” Smith — recompôs-se recentemente e este ano editou Deceiver, um álbum com claras inspirações no rock dos anos 1990, que tanto evoca os Nirvana como alguns momentos mais vitaminados dos Smashing Pumpkins. É uma boa banda que regressa a Portugal na hora certa.

Pedro Caldeira Cabral

A carreira de Pedro Caldeira Cabral na música já vai longa: compositor, investigador de música e tocador de guitarra portuguesa, também com experiência em música medieval (que experimentou e potenciou no grupo La Batalla), começou a tocar nos anos 1960 e ganhou fama desde os anos 1970, atuando desde aí um pouco por todo o mundo e sendo considerado um dos grandes guitarristas portugueses das últimas décadas. Em 2020, Pedro Caldeira Cabral vai apresentar-se a 19 e 25 de março respetivamente no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, e na Casa da Música, no Porto. Levará novidades: os espetáculos têm como título “O Fado da Cítara Portuguesa” e resultam de “deambulações” do músico e compositor que recolheu “um razoável número de manuscritos musicais contendo peças antigas do repertório da cítara portuguesa” e que fará nos palcos “leituras interpretativas” das possibilidades e história da cítara portuguesa.

André Henriques

O letrista, vocalista e guitarrista dos Linda Martini, autor de algumas das tiradas mais memoráveis das canções da banda (frases-slogan de efeito poético que ficam no ouvido), vai estrear-se a solo no próximo ano e já revelou uma primeira canção do seu disco, “E de Repente”. Apesar de se estrear agora em disco, os créditos de André Henriques são muitos e antigos e portanto deverá ter um ano de muitas atuações ao vivo. O primeiro concerto acontece já em março, no dia 22, em Fafe (como outros já avançados, ainda sem local exato anunciado). Seguir-se-ão atuações em Setúbal a 18 de abril, Lisboa (Capitólio) a 22 de abril, Ponte de Lima a 1 de maio e Gafanha da Nazaré a 30 de maio. Isto para já…

Festival MIL com David Bruno, Marinho e Giovani Cidreira

Para os dias 25, 26 e 27 de março está agendada a quarta edição do festival MIL – Lisbon International Music Network. Trata-se de um evento que decorre anualmente, com vários concertos espalhados por várias salas (algumas improvisadas) do Cais do Sodré, em Lisboa. É um festival que serve para apresentar música nova e emergente a programadores de concertos e festivais, representantes de editoras, agentes e jornalistas de vários pontos do mundo. O objetivo é pôr a indústria musical indie em contacto e estreitar ligações entre os mercados musicais de Portugal, Brasil e Europa. Os primeiros nomes já foram avançados e estão entre eles os portugueses David Bruno, Fado Bicha, Ganso, Monday, Marinho e Vaiapraia, o brasileiro Giovani Cidreira, as espanholas Amparito, os franceses Bisou Bisou, o georgiano Murman Tsuladze e a mexicana Camila Fuchs, entre outros. Uma verdadeira sociedade de nações que se junta no Cais do Sodré.

Mão Morta

Poucas bandas têm conseguido, como os já históricos do rock nacional Mão Mora, manter-se relevantes, produtivas e a bom nível durante anos a fio. Se em 2014 os autores de “Budapeste” e “Oub’Lá” confrontaram o país com um disco (Pelo Meu Relógio São Horas de Matar) e um vídeo provocador, este ano o grupo regressou às edições de álbuns de estúdio e de originais com No Fim Era o Frio, merecedor de inclusão entre os melhores discos portugueses de 2019. A 28 de março, o grupo vai atuar no Theatro Circo, em Braga — onde recentemente gravaram um disco ao vivo — e até ao fim do ano deverão existir mais concertos na agenda.

Fat Freddy’s Drop

Com vários concertos dados em Portugal nos últimos anos, os Fat Freddy’s Drop, especialistas na fusão de géneros como o dub, o funk e o jazz prosseguem na senda das digressões internacionais e em 2020 farão uma tour europeia que passará por países como Reino Unido, Alemanha, Holanda, Itália, França e Espanha. A digressão termina em Portugal, com um concerto a 29 de março no Campo Pequeno, em Lisboa. Na bagagem e no alinhamento, os Fat Freddy’s Drop têm um disco novo para apresentar: Special Edition Part 1.

Tremor com Lena d’Água e Föllakzoid, entre outros

A começar a 31 de março e a acabar a 4 de abril, realiza-se no próximo ano mais uma edição do festival açoriano Tremor. A decorrer, como habitual nos anteriores, na ilha de São Miguel, o festival é uma bela oportunidade para juntar turismo — e a descoberta das paisagens, gastronomia e cultura açorianas — e música emergente e alternativa. Os primeiros nomes já foram anunciados e estão entre eles os chilenos Föllakzoid, o cantor e compositor brasileiro Sessa e a regressada (com um belíssimo disco, Desalmadamente) Lena d’Água.

Branko

2019 foi um ano importante para Branko: editou um novo álbum (intitulado Nosso), foi um dos responsáveis pela criação do novo festival Enchufada na Zona, viu o congolês e canadiano Pierre Kwenders interpretar um tema que fizeram juntos na plataforma internacional Colors, chamou a atenção da revista norte-americana Rolling Stone e fez uma digressão por cineteatros, aprofundando a possibilidade da música de dança redundar em canções que podem ser ouvidas em salas solenes onde o pop-rock é rei. A 2 de abril, o percurso de Nosso e o quadragésimo aniversário de Branko celebram-se com um concerto no Teatro Tivoli BBVA, em Lisboa.

ID No Limits com Slow J, Kelsey Lu e Kindness, entre outros

A primeira edição do festival ID No Limits, no ano passado, levou até ao Centro Congressos do Estoril alguma da música urbana e de dança — eletrónica, hip-hop e  seus afluentes — mais emergente do globo, com IAMDDB, Arca, Pedro Mafama, Dino D’Santiago, Kamaal Williams, Xinobi em B2B com DJ Vibe, DJ Nigga Fox, Shaka Lion, Progressivu e Sheri Vai. Para a edição do próximo ano, que se realiza no mesmo local nos dias 3 e 4 de abril, voltou a ser confirmado o repetente Shaka Lion mas a ambição parece não diminuir: juntaram-se-lhe o rapper e cantor Slow J (uma das grandes confirmações do ano na música nacional), o produtor de música de dança Trikk, o rapper e produtor de hip-hop Lhast, o DJ e produtor de música eletrónica PEDRO, o rapper irlandês Rejjie Snow, a cantora e violoncelista Kelsey Lu, o talentoso compositor Kindness e Ezra Collective, Jordan Rakei e Moses Boyd, entre outros.

Joss Stone

É uma das confirmações em palcos nacionais que também não precisa de grandes apresentações. Primeiro, porque é uma estrela pop com baladas que tantos têm na ponta da língua (quem não tem na cabeça os versos “got a right to be wrong / so just leave me alone”?). Depois, porque os concertos em Portugal têm sido muitos. Só em 2019, Joss Stone atuou nos festivais portugueses de música MEO Sudoeste (Zambujeira do Mar) e Monte Verde Festival (Ribeira Grande, São Miguel, Açores) mas em 2020 já tem mais um concerto agendado em solo nacional: a 5 de abril, no Pavilhão Rosa Mota, no Porto.

Sessa em digressão

Além da atuação no festival açoriano Tremor — ainda sem data anunciada, sabendo-se apenas que acontecerá algures entre 31 de março e 4 de abril —, o compositor e cantor brasileiro Sessa tem agendadas outras três atuações em Portugal. O mote é Grandeza, o álbum de estreia do antigo integrante do grupo Garotas Suecas. O disco é uma espécie de festim recatado, canções serenas mas alegres, uma voz doce acompanhada por violão e batuques a entoar cantigas acústicas e depuradas mas na melhor tradição de leveza da música popular brasileira. Os concertos pós-Tremor estão agendados para abril, dias 7 (no Maus Hábitos, no Porto), 9 (Theatro Circo, em Braga) e 11 (Musicbox, em Lisboa).

Gal Costa

A cantora que foi musa do tropicalismo e que flirtou com outros géneros da música pop continua com a voz recomendável e tem mostrado isso mesmo em Portugal nos últimos anos, com vários concertos. No próximo ano até poderá revisitar  alguns dos seus clássicos em Portugal, como “Um Dia de Domingo”, “Baby”, “Meu Bem, Meu Mal” e “O Meu Nome é Gal”, mas o mote para o regresso é o disco A Pele do Futuro, que editou em 2018. No ano seguinte saiu A Pele do Futuro Ao Vivo, que prova que nos palcos Gal Costa está num momento de forma superior. Pouco mais de um ano depois de atuar no Porto e em Lisboa (em janeiro de 2019), a cantora tem agendadas atuações na Casa da Música, no Porto (7 de abril), no Teatro das Figuras, em Faro (8/4) e no Teatro Tivoli BBVA, em Lisboa (a 11). Atuará acompanhada por um quinteto, que se dividirá entre guitarras elétricas e acústicas, baixo, saxofone, teclados, bateria e baixo.

Bon Iver

Depois de derreter corações sem grandes artifícios, com cantigas de coração aberto para ouvintes de coração ferido (para alguns críticos, insuportavelmente lamechas), os Bon Iver — liderados pelo seu grande mentor e ideólogo, o músico e cantor Justin Vernon — juntaram aos metais e sopros, que já confundiam isto tudo para quem lhes queria chamar somente “banda de cantor folk choroso”, a eletrónica. A produção digital e a mistura entre instrumentação acústica e eletrónica acentuou-se no terceiro disco, 22, A Million, e prosseguiu em mais uma boa coleção de canções, i, i, editada este ano. Para 15 de abril está agendado o regresso a Portugal, para um concerto em nome próprio na maior sala do país (Altice Arena, antigo Pavilhão Atlântico) depois de duas atuações em festivais em 2017 e 2019. Espera-se sala bem composta e corações ao alto.

Mayra Andrade

A carreira já estava consolidada, o cognome de nova estrela da música cabo-verdiana conquistado, o público internacional (Cabo Verde, mas também Portugal, França, até Inglaterra…) rendido. No entanto, este ano houve Manga. O álbum novo da cantora e compositora Mayra Andrade é uma aposta certeira, bom do início ao fim, sensual e dançante, tradicional (mais claramente por exemplo em “Vapor di Imigrason”) e moderno. A caboverdiana que mora há uma mão cheia de anos em Portugal deu um salto em frente numa carreira já firmada e a consagração em Portugal acontecerá a 17 e 18 de abril, respetivamente nos Coliseus de Lisboa e Porto.

Nick Cave

Entre os protagonistas musicais que começaram carreira no final dos anos 1970 e início dos anos 1980, não haverá nenhum com um percurso recente tão sólido como o de Nick Cave. Por outras palavras: poucos veteranos com carreira tão consolidada no mundo da música têm editado discos da craveira daqueles que o australiano tem produzido com regularidade por estes tempos. Os últimos três — Push the Sky Away, de 2013, Skeleton Tree, de 2016 e Ghosteen, de 2019 — foram um sucesso junto da maioria dos fãs old-school e também da crítica. É essa transversalidade que mantém no presente que torna Nick Cave um artista raro: por um lado tem os clássicos incontornáveis, por outro não é só o saudosismo que move os ouvintes. O mais recente álbum, Ghosteen, leva-o novamente a Portugal para um concerto em nome próprio, depois de um concerto demolidor e comovente no festival NOS Primavera Sound, no Porto, em 2018. O reencontro está agendado para 19 de abril, na Altice Arena, depois de o concerto ter estado inicialmente previsto para um Campo Pequeno que era demasiado pequeno para um artista que vai reinventando o seu som e a sua escrita, provando que é injusto dizer que o rock está moribundo e datado ou que o envelhecimento só traz desgaste criativo.

Samuel Úria

Com um percurso sólido na música nacional desde que editou o álbum Nem Lhe Tocava, há dez anos — não é o primeiro disco, mas foi o primeiro que o revelou ao país —, Samuel Úria é quase consensualmente considerado um dos grandes escritores de canções portugueses da última década. O pop-rock (e as suas variantes do country, folk e indie-rock) são inspirados nas sonoridades britânicas e norte-americanas, mas o domínio da língua portuguesa é absoluto e isso nota-se na escrita, com os seus trocadilhos inteligentes e metáforas literárias. No próximo ano, Samuel Úria vai editar o sucessor do seu disco Carga de Ombro, de 2016, que por sua vez sucedera àquele que é talvez o seu álbum mais coeso e certeiro, O Grande Medo do Pequeno Mundo (de 2013). O novo disco sairá depois de um belíssimo conjunto de quatro temas revelado em 2018, intitulado Marcha Atroz. Para já, conhece-se um single novo, “Fica Aquém”, que revela desencanto com o mundo — mais se conhecerá até ao final da primavera. A 22 de abril e a 29 do mesmo mês, o músico vai apresentar ao vivo o novo trabalho respetivamente na Casa da Música, no Porto, e no Tivoli BBVA, em Lisboa.

Machine Head

A junção em 2020 de três dos quatro membros fundadores da banda de metal Machine Head é uma das grandes notícias de 2019. Ao resistente na banda Robb Flynn (guitarrista e principal vocalista) aliam-se agora novamente os também fundadores Chris Kontos (baterista e percussões) e Logan Mader (guitarrista e vocalista) para uma digressão de revisitação do primeiro álbum daquela que é uma das bandas mais importantes do género nos Estados Unidos da América. Intitulado Burn My Eyes, o seminal disco de estreia dos Machine Head saiu há 25 anos — em 1994 — e será tocado na íntegra numa digressão mundial do grupo que passará por Portugal para concertos a 23 de abril no Coliseu do Porto e a 24 de abril no Coliseu de Lisboa. O único membro fundador em falta é o baixista Adam Duce, que saiu a mal da banda e que será substituído nos palcos por Jared MacEachern. Curiosamente, na garagem em que tocam para o vídeo de promoção da digressão, há uma bandeira portuguesa a provar a boa relação com os fãs nacionais.

Lloyd Cole

Há músicos que ficam no coração dos fãs de um determinado país por alguma razão. Não é que Lloyd Cole não tenha fãs em todo o lado, fruto da carreira a solo que tem vindo a ter nas últimas décadas mas, claro, sobretudo fruto do sucesso da música que fez com o grupo The Commotions, com quem gravou e tocou até ao final dos anos 1980 (em discos como o marcante Rattlesnakes, de 1984). No entanto, talvez porque a sua melancolia (elegante, não excessivamente soturna nos arranjos musicais) e veia poética se deem bem com o espírito geral português, desde os anos 1980 — quando ficou a conhecer a devoção nacional no Pavilhão Dramático de Cascais — Lloyd Cole tem em Portugal um público fiel, que não se cansa de ouvir as cantigas antigas e que aceita de bom grado as novidades. A 28 de abril, há novo concerto a solo a prová-lo na Casa da Música. No dia seguinte, Lloyd Cole fviajaz alguns quilómetros para atuar no Casino Estoril. O mote para o regresso é um novo disco, Guesswork, editado este ano, mas o nome da digressão não renega o passado nem esconde intenções: “Do Rattlesnakes ao Guesswork“. Serão, portanto, atuações em modo best of, com a carreira revista em palco em toda a sua plenitude.

London Community Gospel Choir: One Night With the Beatles

A fechar o quarto mês do ano, dia 30 de abril, o grupo coral London Community Gospel Choir (LCGC) vai apresentar no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, um novo espetáculo dedicado ao e inspirado pelo repertório dos The Beatles, depois de Prince já ter sido alvo da recriação musical e vocal do LCGC.

Camané e Mário Laginha

O fadista Camané e o pianista Mário Laginha juntaram-se para um projeto a dois a que chamaram Aqui Está-se Sossegado. Primeiro, andaram pelos palcos do país a mostrar como pode o piano abrilhantar o canto fadista e adaptar-se ao fado, sem o transformar excessivamente. Depois, já com a química ganha nos palcos, foram para estúdio gravar um disco a que deram o mesmo nome do projeto que os uniu. De seguida, voltaram aos palcos e depois de vários concertos, um dos quais no Coliseu dos Recreios, em Lisboa, no passado dia 20 de dezembro, prevê-se que continuem na estrada em 2020. Para já, porém, há apenas um concerto agendado: a 30 de abril no Teatro das Figuras, em Faro.

Xutos e Pontapés com Orquestra

Poucos terão sido os portugueses que nunca viram um concerto dos Xutos & Pontapés. A 1 de maio, dia do trabalhador (ouvir-se-á “Dia de S. Receber”?), haverá contudo um espetáculo especial que promete ser diferente de um concerto habitual da banda de Tim, João Cabeleira, Kalú e Gui, que foi também de Zé Leonel (durante um curto período) mas sobretudo de Zé Pedro, mítico guitarrista que morreu em 2017, com 61 anos. No palco da Altice Arena, antigo Pavilhão Atlântico, os atuais membros da banda atuarão acompanhados pela Orquestra Filarmónica Portuguesa. Em palco estarão mais de 70 músicos, dirigidos pelo maestro Osvaldo Ferreira. Os arranjos musicais feitos para esta colaboração inesperada foram delineados pelo pianista português Mário Laginha, pelo brasileiro Ricardo Cândido, pelo norte-americano Saunders Choi e pelo francês Nicolas Mazmanian. A solenidade e o tom épico e orquestral casarão bem com o rock da banda portuguesa? Aqui está uma dúvida para desfazer a 1 de maio.

Michael Kiwanuka

Foi a voz inconfundível e a simplicidade dos arranjos que fez do tema “Home Again”, uma das primeiras canções do britânico Michael Kiwanuka, um clássico instantâneo. Não seria surpreendente que dada a súbita popularidade alcançada, o cantor e guitarrista que mistura soul com rock tivesse enveredado por um percurso pop mais indistinto, com baladas simples e radiofónicas para fazer das multidões mundiais um coro. Kiwanuka recusou o caminho fácil e de então para cá cimentou a sua credibilidade entre a crítica, com dois álbuns — o subvalorizado mas excelente Love & Hate, de 2016, e o novo Kiwanuka, de 2019 — coesos, com identidade própria e sem cedências excessivas à pop-lixívia mais direitinha. As canções são boas e em palco as confissões e pequenas anotações sociais e políticas tornam-se festa, com toda a gente a cantar junta mantras como “I’m a black man in a white world”, como se viu há algumas semanas no Coliseu dos Recreios, durante o festival Super Bock em Stock. A 8 e 9 de maio, o músico britânico voltará a Portugal, desta vez para concertos em nome próprio — portanto mais longos — respetivamente em Lisboa (Campo Pequeno) e Porto (Pavilhão Rosa Mota).

Swans

Em 2o17 foi anunciado o fim mas, como acontece com tantas bandas e projetos musicais, o fim não era bem o fim — e até durou muito pouco tempo. A banda de culto de  noise-rock, indie-rock e rock industrial Swans tem já uma nova formação dois anos depois de ter entrado em standby. Michael Gira, o líder que vai decidindo os destinos do grupo desde os anos 1980, decidiu rodear-se de outros músicos mas manter o nome deste coletivo que gira em seu torno e editou em outubro de 2019 aquele que é o 15º disco dos Swans, Leaving Meaning. Agora é altura de o apresentar pelo mundo. A digressão levará Michael Gira e os seus novos companheiros nos Swans (entre os quais Ben Frost) a Portugal a 10 de maio, para um concerto na sala Hard Club, no Porto.

Shabaka Hutchings and the Ancestors

Maio é um mês forte de concertos no Porto e logo no dia 12, dois dias depois do concerto dos Swans no Hard Club, há novo motivo de interesse: o saxofonista britânico (filho de imigrantes no Reino Unido, oriundos dos Barbados) Shabaka Hutchings, membro dos Sons of Kemet e dos The Comet is Coming e um dos músicos mais conhecidos do novo jazz britânico, vai dar um concerto na Casa da Música acompanhado pelos seus Ancestors. Com esta formação, Hutchings gravou um álbum intitulado Wisdom of Elders, lançado na Brownswood Recordings, uma das editoras mais inquietas do panorama musical britânico e que foi fundada pelo radialista, crítico e olheiro de talentos musicais Gilles Peterson.

André Rosinha Trio

O disco saiu na ponta final do ano, já o mês de dezembro ia avançado, e por isso passará provavelmente e infelizmente longe dos radares dos ouvintes de música que não enjeitam o jazz. A verdade é que Árvore, o novo disco do contrabaixista português André Rosinha que sucede a Pórtico (de 2017), não é menos do que um dos melhores álbuns de jazz editados em Portugal nos últimos anos. De uma beleza estonteante, mostra o casamento perfeito entre o contrabaixo de Rosinha — que já tocou com músicos como Bruno Pedroso, Eduardo Cardinho e João Barradas e que é colaborador regular de Júlio Resende e Salvador Sobral —, a bateria de Marcos Cavaleiro e o piano de João Paulo Esteves da Silva, numa linguagem melódica e jazzística que, honrando a tradição do género, abre-se a várias influências. No dia 16 de maio, este trio, que já apresentou o disco no Hot Clube de Portugal, subirá ao palco do pequeno auditório do Centro Cultural de Belém.

Guns N’Roses

Não precisam de apresentações nenhuma: são uma das maiores bandas da história do rock and roll e foram porta de entrada de muitos adolescentes para um novo mundo nos anos 1980 e início dos anos 1990. Em maio de 2020, três anos depois de um concerto no Passeio Marítimo de Algés, em Lisboa, a banda de Axl Rose vai voltar a passar por Portugal e pelo mesmo local (Algés) para um concerto no âmbito de uma nova digressão. Não faltarão certamente hinos de estádio no dia 20 de maio, de “Chinese Democracy” a “Welcome to the Jungle”, de “Paradise City” a “Sweet Child O’ Mine”.

Harry Styles

Antigo membro da boy band One Direction, Harry Styles, que tem atualmente 25 anos, começou a revelar-se como cantor pop e compositor de canções a solo em 2016. Foi um ano importante no seu percurso: assinou um contrato discográfico por conta própria, começou a compor canções para outros intérpretes e dedicou-se também à escrita do seu primeiro álbum a solo. Popular, o primeiro disco, homónimo, saiu em 2017, mas foi o segundo — o quase acabado de sair Fine Line — a dar indícios de que pode ter uma carreira sólida na música, graças também à pinta de um single que é pastilha pop saborosa, com o açúcar e a sobriedade bem doseados: “Watermelon Sugar”. A 20 de maio, tem concerto agendado na Altice Arena, antigo Pavilhão Atlântico, em Lisboa. A primeira parte é assegurada por outra figura promissora da pop: King Princess.

Lina e Raul Refree

A estreia aconteceu no Misty Fest, no passado mês de novembro, mas a 21 de maio — e já com tarimba de palcos nacionais entretanto adquirida — esta dupla aparentemente improvável vai apresentar-se no Centro Cultural de Belém, em Lisboa. Como pode o fado da portuguesa Lina crescer e transformar-se com a ajuda do guitarrista e produtor musical espanhol Raul Refree, especialista em potenciar vozes femininas — trabalhou com cantoras e compositoras como Silvia Pérez Cruz, Rosalía e Luísa Sobral — e que decidiu dar uma volta ao fado tirando-lhe as guitarras e juntando-lhe pianos e teclados? Em janeiro, os dois vão lançar um disco conjunto, revisitando e recriando fados de Amália. Em maio, haverá concerto no CCB. Com que ousadia.

North Music Festival com The Script

Entre 22 e 23 de maio do próximo ano, decorrerá na Alfândega do Porto mais uma edição do North Music Festival. Para já, foi apenas adiantado um nome — os irlandeses The Script —, mas tendo em conta as apostas da edição anterior, como Franz Ferdinand, Capitão Fausto, Glockenwise e Moullinex, poderá valer a pena marcar o festival na agenda.

Einstürzende Neubauten

Banda alemã com algum culto e importância história no percurso da música industrial e noise europeia, os Einstürzende Neubauten voltam a deslocar-se a Portugal depois de um concerto em 2015 no NOS Primavera Sound. Desta vez, aterram em solo nacional para atuações em nome próprio, com concertos mais longos e menos festivaleiros na Aula Magna (onde atuaram pela última vez em 2008), em Lisboa, dia 25, e na Casa da Música, no Porto, dia 26.

Stacey Kent Quintet

A 5 de junho, antes de se cortar as fitas dos grandes festivais de verão — com o arranque do NOS Primavera Sound, no Porto — a cantora norte-americana de jazz Stacey Kent voltará a atuar em Lisboa, algo que tem feito com regularidade. Desta vez o concerto será em quinteto. Stacey Kent atuará acompanhada pelo saxofonista e marido Jim Tomlinson, pelo pianista Graham Harvey, pelo contrabaixista Jeremy Brown e pelo baterista e percussionista Josh Morrison. Juntos, os cinco vão interpretar “temas de Tom Jobim, Vinicius de Moraes, Sérgio Mendes, Roberto Menescal e Marcos Valle”, lê-se na mensagem oficial de promoção do concerto.

Regresso dos Pavement no NOS Primavera Sound

Não faltará muito para começarem as suposições sobre quem estará na próxima edição do festival NOS Primavera Sound, que acontece de 11 a 13 de junho no Parque da Cidade do Porto. Afinal, a programação é revelada quase na íntegra de uma só vez e é maioritariamente decalcada do irmão mais velho Primavera Sound de Barcelona, que acontece poucos dias antes e cujo cartaz será anunciado já em janeiro. Quem irá aos dois, quem irá só a Barcelona e que músicos portugueses reforçarão a programação do festival do Porto?  São várias questões que terão resposta em breve. Sabe-se para já (e não é coisa pouca) que o Porto terá, tal como o congénere catalão, os regressados Pavement, que decidiram regressar aos concertos para celebrar o 30º aniversário da formação da banda, mas adensa-se a dúvida sobre o caminho que o festival seguirá. Será quase por certo eclético como o foi em 2019, ano em que teve — e ainda bem — Rosalía, Danny Brown, Stereolab, Jarvis Cocker, James Blake, Courtney Barnett, Erykah Badu, Rosalía, Jorge Ben Jor, Kate Tempest, Big Thief, Low e O Terno, mas terá algum nome que motive tantas comichões quanto J. Balvin?

Camila Cabello, Foo Fighters e The National no Rock in Rio

Acontece em Lisboa — mais especificamente no Parque da Bela Vista — de dois em dois anos, traz algumas das grandes estrelas da pop (às vezes mais juvenil, outras vezes menos) e tem sempre a presença garantida dos portugueses Xutos & Pontapés e da brasileira Ivete Sangalo. Estes são alguns dos ingredientes garantidos do Rock in Rio Lisboa. Em 2020, o festival realiza-se nos dias 20, 21, 27 e 28 de junho. O primeiro deve juntar famílias e adolescentes, dois públicos fortes do festival, devido à nostalgia dos Black Eyed Peas e à jovem cantora Camila Cabello, autora de uma das canções mais ouvidas no mundo em 2019 — “Señorita”, dueto com Shawn Mendes que provou que, depois de “Havana”, Camila continua com jeito para singles virais. O segundo dia de concertos (21) parece mais ao jeito dos fãs de rock e indie-rock, com os Foo Fighters como cabeças de cartaz e os The National como olho piscado ao público indie. Resta saber o que se somará a estes primeiros nomes. É que, por exemplo, Paul McCartney vai dar concertos na Europa em 2020 (é até cabeça de cartaz no festival de Glastonbury por essa altura), Drake nunca atuou em Portugal e The Weeknd lançará um álbum novo durante o ano…

Filipe Sambado

O ano deverá ser repleto de concertos para Filipe Sambado, até porque no final de janeiro chega mais um álbum, sucessor de Filipe Sambado & Os Acompanhantes de Luxo, de 2018 e Vida Salgada, de 2016. No entanto, para já há apenas um concerto confirmado do cantor, músico e compositor português de pop-rock: a 27 de junho, no Centro Cultural de Belém, em Lisboa.

VOA – Heavy Rock Festival com System Of a Down e Korn

Para o novo festival de rock VOA – Heavy Rock Festival, que em 2020 acontece a 2 e 3 de julho no Estádio Nacional, em Oeiras, estarão no próximo ano algumas das bandas mais populares do rock pesado e do nu-metal, como System of a Down, Korn, Bring Me the Horizon e Bizarra Locomotiva.

John Legend em Cascais

Autor de algumas das baladas pop mais populares dos últimos anos — “Love Me Now”, “Ordinary People”, “Everybody Knows” mas sobretudo, mais do que qualquer outra, “All Of Me” — o cantor e compositor de 40 anos nascido em Springfield, no estado do Ohio, tem regresso a Portugal agendado para 3 de julho, no EDP Cool Jazz, festival cujos concertos decorrem no Hipódromo Manuel Possolo, em Cascais. Embora seja um festival, em cada um dos três dias há apenas dois ou três concertos, funcionando quase como uma atuação em nome próprio de um artista ou banda internacional de relevo. Com dois concertos nos últimos anos na Altice Arena (antigo Pavilhão Atlântico), em Lisboa, e uma atuação no festival Marés Vivas no Porto, John Legend regressa a um festival que o recebeu em 2013, mas já noutra morada, dado que o concerto anterior foi no Parque dos Poetas, em Oeiras. Agora, chega com o estatuto de homem mais sexy do mundo — recentemente concedido pela revista People — e depois de um álbum de Natal editado há pouco mais de um ano.

Sumol Summer Fest com Trippie Redd

Mais virado para a sonoridade reggae nas primeiras edições — até devido à popularidade que o género recuperou nos anos 2000 enquanto banda sonora de uma nova geração nascida nos anos 1990 —, o Sumol Summer Fest, festival de música que acontece anualmente na Ericeira, tem acompanhado as tendências do consumo de música juvenil e virou as agulhas para o hip-hop nas últimas edições. Em 2015 passou por lá Chance the Rapper, em 2016 Regula, mas foi a partir de 2017, com Post Malone, que o festival deu um salto na ambição, exponenciada nos anos seguintes com French Montana e Joey Bada$$ (2018) e Young Thug e Brockhampton (2019). Para a edição do próximo ano, agendada para os dias 3 e 4 de julho, está confirmada apenas, para já, uma atuação do norte-americano Trippie Redd. Não deverá faltar mosh pit.

Jardins do Marquês Oeiras Valley com Yusuf Islam (Cat Stevens)

É um novo festival de música e foi recentemente anunciado. Sobre o Jardins do Marquês Oeiras Valley, sabe-se para já que é resultado de uma parceria entre uma promotora privada e a Câmara Municipal de Oeiras — que tinha, até há poucos anos, o festival Cool Jazz, entretanto transferido para Cascais —, que deverá ter uma programação direcionada para um público adulto e que acontecerá “em sete noites de julho”. Haverá dois palcos a funcionar durante as noites de atuações, um dos quais com programação escolhida pelo músico brasileiro (residente em Portugal) Pierre Aderne. Fora isso, conhece-se apenas um dos artistas que vão atuar: Yussuf Islam, conhecido em tempos como Cat Stevens, tem concerto agendado em Oeiras para o dia 4 de julho.

Aerosmith

Os fãs portugueses dos Aerosmith não tiveram muito que esperar para rever a banda em palcos nacionais. Depois de um concerto em 2017 na Altice Arena (antigo Pavilhão Atlântico), em Lisboa, o grupo de Joe Perry e companhia vai regressar à mesma sala para uma atuação em 2020. O concerto está agendado para 6 de julho e acontece no âmbito de uma digressão de comemoração do meio século de existência do grupo, que tem êxitos como “Crazy”, “Amazing” e “I Don’t Want to Miss a Thing”.

Kiss

A digressão de despedida chama-se “End of the Road” e é apresentada como o adeus dos Kiss aos palcos mundiais. Nisto do pop-rock de estádio nem sempre as proclamações são de fiar, há “nuncas” que se dizem e depois se revertem, mas pelo sim pelo não a atuação a 7 de julho na Altice Arena será uma oportunidade que os fãs dos Kiss não deverão desperdiçar.

NOS Alive com Kendrick Lamar, Billie Eilish e Faith No More

Depois de uma edição em 2019 que teve menos público do que as anteriores — que estiveram à pinha, a arriscar os limites de ocupação do Passeio Marítimo de Algés —, o festival de música NOS Alive parece estar a voltar a apostar forte na edição do próximo ano. Com mais um dia do que os três habituais, arrancará a 8 de julho com o rapper e cantor Kendrick Lamar como estrela maior, prosseguirá a 9 de julho com a popstar Taylor Swift (e os Alt-J e Khalid também no palco principal), continuará a 10 de julho com os regressados Faith No More e os mais jovens Billie Eilish e Anderson .Paak a chamarem miúdos e graúdos no dia 11 e terminará a 12 com um concerto — anunciado como único — dos extintos Da Weasel, a que se somam os Two Door Cinema Club e Haim. A programação ainda não está fechada, mas os trunfos já apresentados são ases.

Super Bock Super Rock com Kali Uchis e ASAP Rocky

Em 2019, o festival Super Bock Super Rock regressou ao Meco, depois de alguns anos com morada no Parque das Nações, em Lisboa. As condições na Herdade do Cabeço da Flauta melhoraram, mas foram os cartazes e não o Parque das Nações a trazer menos público ao festival. Basta recordar que quando o SBSR teve Kendrick Lamar em Lisboa, teve um sucesso retumbante. Dúvidas existissem e a edição de 2019 provou que são os concertos e não o local que mais afetam a afluência: o primeiro dia e o terceiro, respetivamente com Lana Del Rey e com o grupo Migos, tiveram enchentes, ao contrário do segundo dia em que faltou um cabeça de cartaz forte — que não os Phoenix — para aquecer o público para a dança de Kaytranada, o que se notou na falta de público. Este ano o festival acontece nos dias 16, 17 e 18 de julho. Para o segundo dia ainda não foi anunciado concerto algum. Para o terceiro dia foram anunciados apenas, para já, os Foals, Local Natives, Kali Uchis e The Neighborhood. Para o primeiro dia, que deverá estar mais reservado ao hip-hop, foi confirmado ASAP Rocky, nome forte mas não tanto quanto o confirmado pela concorrência, Kendrick Lamar. Faltam trunfos para chamar gente, mas ainda há tempo.

Meo Marés Vivas com Jessie J, James Arthur e Liam Payne

Também o grande Porto — via Vila Nova de Gaia — tem o seu grande festival de música veranil, o Meo Marés Vivas. Mais pop do que os concorrentes, tem a sua próxima edição agendada para 17, 18 e 19 de julho. Para o primeiro dia foi já confirmado um concerto do cantor e compositor James Arthur, a 18 de julho atuará o ex-One Direction, Liam Payne, e a 19 a popular cantora Jessie J. A armada pop-radiofónica britânica aparecerá em força, mas o cartaz está ainda, em grande parte, por preencher.

FMM Sines

Ainda sem qualquer confirmação oficial anunciada para 2020, o Festival Músicas do Mundo, que decorre em Sines, merece sempre atenção pela programação plural — até, como o próprio nome denuncia, devido às origens geográficas variadas dos protagonistas — e complementar à dos restantes festivais. É um festival descoberta, que em 2019 teve Blu Samu, Montanhas Azuis, Nubya Garcia, Dino D’Santiago, Branko, Kokoroko, Omar Souleyman, Rincon Sapiência e Chico César (entre outros). Em 2020, acontece entre 18 e 25 de julho.

Neneh Cherry

Depois de uma atuação no Porto no verão de 2019 — no festival NOS Primavera Sound —, a cantora sueca Neneh Mariann Karlsson, mais conhecida como Neneh Cherry, será nome forte (presumivelmente principal) do segundo dia do festival EDP Cool Jazz. A 22 de julho, no Hipódromo Manuel Possolo, Cherry terá mais tempo para mostrar porque é que a sua carreira é bem mais do que apenas o single “Buffalo Stance” e porque é que o mundo deveria ter prestado mais atenção ao seu belíssimo álbum recente Broken Politics, de 2018.

Iron Maiden

O Estádio Nacional, em Oeiras, está a ser cada vez mais aproveitado para grandes concertos de rock e a 23 de julho há mais um e particularmente imperdível: o dos britânicos do heavy metal, Iron Maiden. A banda que tem hoje como formação Steve Harris, Dave Murray, Bruce Dickinson, Adrian Smith, Janick Gers e Nicko McBrain levará a energia e potência do seu rock metaleiro novamente a Portugal depois de um concerto recente em 2018, na Altice Arena (antigo Pavilhão Atlântico), em Lisboa.

Summer Opening com Capicua, Valete e Carlão

A Madeira também o seu festival de verão de música popular e a próxima edição do NOS Summer Opening acontece de 23 e 25 de julho, no Parque de Santa Catarina, Funchal. Apostando na música pop mais ouvida no país, especialmente entre os mais jovens, o festival terá concertos de Deejay Telio, Nenny e Piruka no primeiro dia, Slow J, Valete e Capicua no segundo e Carlão, Bispo e Carolina Deslandes no terceiro.

Lionel Richie

Para o terceiro e último dia do festival EDP Cool Jazz, o nome é sonante: Lionel Richie, cantor de 70 anos nascido em Tuskegee, Alabama, antigo membro da banda de funk e soul Commodores e autor de uma carreira a solo mais baladeira com êxitos como “Endless Love” (dueto com Shania Twain), “All Night Long (All Night)” e “Hello”. Vai atuar a 25 de julho.

Jazz em Agosto

Apesar de ter como nome “Jazz em Agosto”, o festival que junta várias facetas do jazz nacional e internacional — com pendor principal para o jazz mais vanguardista e para a improvisação jazzística — começará em 2020 ainda em julho, no dia 30, prosseguindo depois com concertos na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, até 9 de agosto. O programa costuma ser revelado perto da data, mas o de 2019 foi de luxo, com atuações de Marc Ribot, Ambrose Akinmusire (num concerto épico que terminou com toda a gente convidada para o palco, devido à chuva que caía sobre a plateia), Nicole Mitchell e Ricardo Toscano com Rodrigo Pinheiro, Miguel Mira e Gabriel Ferrandini.

MEO Sudoeste

Tal como o festival Sumol Summer Fest, embora com maior dimensão e história, também o MEO Sudoeste tem virado agulhas nos últimos anos para a música que atrai um público mais juvenil, com foco especial no hip-hop, música eletrónica mais ‘mainstream’ e pop. Para a próxima edição — de 4 a 8 de agosto na Zambujeira do Mar — estão confirmados apenas dois nomes, mas fortes: o popular trio Major Lazer, de Diplo, e aquele que é considerado um dos mais importantes protagonistas do reggaeton moderno e de fusão, Bad Bunny.

Monte Verde Festival

Também os Açores têm o seu festival de música abrangente e pop: o Monte Verde Festival. Em 2019, este festival que acontece na Ribeira Grande, em São Miguel, contou com concertos de Steve Aoki, Dealema, Tiago Nacarato, Joss Stone, Dillaz, Frankie Chavez, Mishlawi, ProfJam, Plutonio e Phoenix RDC, entre outros. Para a edição de 2020 ainda nada se sabe do cartaz, mas já se conhecem as datas: 6, 7 e 8 de agosto.

Neopop

Ainda sem cartaz anunciado, o festival de música eletrónica (sobretudo techno) Neopop é um dos mais concorridos eventos do género em Portugal e já tem datas para 2020: de 12 a 15 de agosto, há dança com fartura no Castelo Santiago da Barra, em Viana do Castelo.

SonicBlast Moledo

Também o festival Sonic Blast Moledo, mais direcionado para o rock alternativo e pesado, não tem ainda concertos confirmados para o próximo ano mas já se sabe os dias de atuações: 13, 14 e 15 de agosto. Em 2019, Moledo recebeu concertos de Solar Corona, Graveyard, Earthless, Orange Goblin, Stoned Jesus, Om e Sacri Monti, entre outros.

Vodafone Paredes de Coura

Já com parte do cartaz de 2020 revelado, o festival Vodafone Paredes de Coura é famoso pelos concertos na colina ao fim do dia e noite e pelos mergulhos matinais e vespertinos no rio Taboão. Nas últimas edições tem conseguido captar o público aficionado do indie-rock e pop-rock alternativo, sendo uma espécie de reduto para os adultos que não ficaram convencidos com as incursões na pop e reggaeton de outros festivais. Entre os nomes já anunciados para 2020 falta a transversalidade dos cabeças de cartaz de 2019, que provocaram a maior enchente de sempre: Patti Smith, The National (confirmados para o Rock in Rio) e os regressados New Order. Só os Pixies se aproximam disso. Ainda assim, continua a aposta no crescimento de fenómenos indie que estão a convencer a crítica como os Idles — no universo rock —, os The Comet is Coming — num universo próprio mas com base jazzística e energia rock and roll — e os BadBadNotGood, no universo da chamada música urbana, com influências jazz mas também hip-hop e funk. Estes nomes, somados aos já mais antigos do indie Mac DeMarco e Ty Segall, asseguram que a Praia Fluvial do Taboão estará bem composta em 2020, entre 19 e 22 de agosto. Com enchente semelhante à do ano anterior, só se surgirem novos trunfos de peso.

EDP Vilar de Mouros

É estranho que um festival como o EDP Vilar de Mouros — o mais antigos dos festivais de música em Portugal — não tenha ainda nenhum nome anunciado para o verão de 2020. A história do evento que acontece na freguesia de Vilar de Mouros, do concelho de Caminha, justifica ainda assim a referência ao festival que em 2019 teve concertos de Manic Street Preachers, Anna Calvi, The Offspring, Prophets of Rage e Linda Martini, entre outros. Em 2020, o festival decorre entre 25 e 27 de agosto.

Tash Sultana

O concerto no último verão, no festival NOS Alive, revelou um culto surpreendente até para os aficionados: não havia espaço para ver, num dos palcos secundários, o talento e a pinta da jovem australiana de 24 anos que canta e toca tudo e mais alguma coisa de sorriso na cara, Tash Sultana. O talento entrou com turbo pelos olhos dos programadores e o regresso demorou poucos meses a ser anunciado: a 31 de agosto, Tash Sultana saltará de um palco secundário de um festival para um concerto em nome próprio no Coliseu dos Recreios. Sinal, talvez, de que os fenómenos da internet (quem diz Tash Sultana poderia dizer FKJ, por exemplo) têm hoje uma relevância e adesão fora da internet que talvez ainda surpreenda muita gente.