Boris Johnson disse que os médicos que o trataram enquanto esteve hospitalizado “tinham todo o tipo de preparação sobre o que fazer se as coisas corressem terrivelmente mal”. O primeiro-ministro britânico recordou os dias que passou na Unidade de Cuidados Intensivos do Hospital de St. Thomas e revelou que a possibilidade de não sobreviver foi colocada e acautelada.

Em entrevista ao The Sun, Boris Johnson disse que “não nega” que um “momento duro”. “Eles [os médicos] tinham uma estratégia para lidar com um cenário do tipo ‘morte de Estaline’. Não estava num estado particularmente brilhante e tive noção de que existiam planos de contingência. Os médicos tinham todo o tipo de preparação sobre o que fazer se as coisas corressem terrivelmente mal. Deram-me uma máscara para eu ter litros e litros de oxigénio e durante muito tempo tive isso e oxigénio pelo nariz”, contou o primeiro-ministro britânico.

Johnson acrescentou que os “malditos indicadores continuavam a ir na direção errada” e que se perguntava frequentemente: ‘Como é que vou sair disto?'”. “Era difícil acreditar que em apenas alguns dias a minha saúde tinha piorado desta maneira. Lembro-me de me sentir frustrado. Não percebia porque é que não estava a melhorar. Mas o mau momento apareceu quando a decisão estava 50/50 sobre se iam ou não colocar-me num ventilador. Foi aí que se tornou um pouco… Eles começaram a pensar em como lidar com o assunto”, recordou Johnson, que não chegou a precisar de um ventilador.

Boris Johnson sai dos cuidados intensivos e começa “fase da recuperação”

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O primeiro-ministro do Reino Unido reconheceu ainda que estava “em negação”, antes de ser internado, e que teve mesmo de ser “forçado” a ir ao hospital pelos médicos pessoais. Ao The Sun, Boris Johnson falou ainda sobre o nascimento do sexto filho, que nasceu 17 dias depois de o primeiro-ministro ter alta hospitalar, no dia 29 de abril. “Foi graças aos cuidados maravilhosos, maravilhosos, que tive que consegui assistir [ao nascimento]. Eles fizeram uma enorme diferença. Não consigo explicar como aconteceu. Não sei. Foi apenas maravilhoso ver… Fico emotivo a falar sobre o assunto… Mas foi uma coisa extraordinária”, disse Johnson.

A 5 de abril, depois de anunciar que estava infetado e perante a persistência dos sintomas, Boris Johnson foi levado ao Hospital de St. Thomas para fazer testes. Na manhã seguinte, foi noticiado que o líder britânico ficara internado e já ao final da tarde de 6 de abril foi comunicado que tinha sido admitido na Unidade de Cuidados Intensivos, o que levou à sua substituição em funções pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Dominic Raab. Só a 12 de abril é que Johnson teve alta. No dia seguinte, 13 de abril, testou negativo.

Boris Johnson dá ao filho o nome dos médicos que lhe salvaram a vida

De recordar que, já este sábado, foi anunciado que Boris Johnson tinha decidido homenagear os médicos que lhe salvaram a vida dando o nome de dois deles ao filho que teve com a noiva, Carrie Symonds. O bebé chama-se Wilfred Lawrie Nicholas: Wilfred é uma alusão a um dos avôs do primeiro-ministro, Lawrie a um avô de Carrie Symonds e Nicholas é então a homenagem a dois médicos que trataram Boris Johnson, Nick Price e Nick Hart.