Apoio para comunicações, oferta de máscaras e compra de publicidade institucional são algumas das medidas da União Europeia e de Portugal para os meios de comunicação social em Timor-Leste devido à Covid-19, disse esta segunda-feira um responsável.
As medidas estão a ser desenvolvidas no âmbito da “Parceria para a melhoria da prestação de serviços através do reforço da Gestão e Supervisão das Finanças Públicas em Timor-Leste” (PFMO), cofinanciada pela UE e pelo Camões-Instituto da Cooperação e da Língua, afirmou à Lusa o responsável da unidade de implementação do PFMO, Rui Dinis.
“Na mesma linha de apoio, outras medidas estão a ser preparada, para serem apresentadas e acordadas com as autoridades timorenses e com o Conselho de Imprensa, para fazer chegar mais apoio aos jornalistas e aos media nacionais”, adiantou.
O pacote de apoio, ainda a ser finalizado, foi apresentado simbolicamente no domingo, coincidindo com o Dia Mundial de Liberdade de Imprensa, com uma apresentação por responsáveis da UE e de Portugal.
“O objetivo do programa é apoiar mais de 150 jornalistas timorenses, durante os próximos três meses, através da promoção de estágios e de incentivos à produção e publicação de artigos e peças de jornalismo, bem como aos meios de comunicação social, através da aquisição de espaço para divulgação de informação, aquisição de publicidade e apoio a projetos de combate às notícias falsas na imprensa, em defesa da verdade da informação”, de acordo com um comunicado do PFMO enviado à Lusa.
Na ocasião, o programa PFMO organizou, em conjunto com a Associação de Jornalistas e o Sindicato de Jornalistas, uma oferta de comunicações de internet e de telemóvel aos jornalistas do país e a entrega de 250 máscaras para uso dos jornalistas na cobertura da pandemia.
Além destes apoios, o projeto pretende adquirir espaços de divulgação de informação e publicidade, para os parceiros, para assim contribuir para a melhoria das receitas de que vive grande parte da comunicação social em Timor-Leste, explicou Rui Dinis.
Atendendo à atual situação da Covid-19 e ao estado de emergência no país, os jornalistas e a comunicação social, devem desempenhar um papel muito importante no atual contexto de luta à situação de pandemia mundial”, indicou a mesma nota.
“A atual situação dos media e dos jornalistas timorenses, tem sido uma preocupação para todos”, acrescentou.
A cerimónia de entrega simbólica do apoio teve a presença do embaixador da UE em Timor-Leste, Andrew Jacobs, da adida da Cooperação de Portugal em representação do embaixador de Portugal, Cristina Faustino, da presidente da Associação dos Jornalistas em Timor-Leste, Zevonia Vieira, do presidente do Sindicato de Jornalistas de Timor-Leste, Manuel Pinto, e de jornalistas de vários órgãos de comunicação social locais.
“Os jornalistas precisam ter os meios para noticiar com rigor e em tempo útil, para que o público seja informado sobre a Covid-19, sobre como se proteger e aos seus entes queridos, e sobre como está a decorrer a batalha contra o vírus”, referiu Andrew Jacobs.
Nunca houve um momento mais importante para os media livres e independentes, não apenas para sobreviver, mas para prosperar. O jornalismo independente é essencial para dar ao público acesso a informações precisas e combater a desinformação sobre a pandemia”, sublinhou.
Para a adida de cooperação, “a existência de uma imprensa livre, séria, de qualidade, constitui um pilar essencial da democracia e do Estado de Direito”.
“Não há verdadeira democracia sem cidadãos responsáveis e não há cidadãos esclarecidos sem uma imprensa livre“, afirmou Cristina Faustino.
“Na atual situação da Covid-19 e do estado de emergência, a liberdade de imprensa ganha outra relevância: a comunicação social torna-se um instrumento fundamental para a transmissão da informação entre as autoridades e os cidadãos, desempenhando os jornalistas e outros profissionais da área, o papel fundamental de manter os cidadãos informados, como parte da prevenção e do combate à pandemia”, acrescentou.
Zevonia Vieira aproveitou a intervenção para apelar aos jornalistas para que combatam as notícias falsas, porque “quando os jornalistas escrevem notícias falsas, estão a desinformar a população, causando o surgimento de outras doenças psicológicas relacionadas com o pânico”.
O presidente do Sindicato dos Jornalistas, Manuel Pinto, agradeceu o apoio, frisando que isso ajuda “os jornalistas não apenas a informarem, mas a melhorarem a sua consciencialização e educação da população quanto à prevenção da Covid-19”.
Timor-Leste tem atualmente oito casos ativos da Covid-19.