Grupinhos, grupetas e a erosão de todo um grupo. O Manchester United voltou na quarta-feira aos triunfos na Premier League na partida em Brentford (apesar de outra primeira parte falhada a todos os níveis) mas nem por isso os problemas deixaram por completo a equipa de Old Trafford tendo Cristiano Ronaldo como um dos principais rostos. A questão da má reação ao momento em que foi substituído aos 70′ desse mesmo jogo que marcou o seu regresso à equipa ficou à vista de todos, incluindo a explicação de Ralf Rangnick no final do encontro, mas esse seria só um dos pontos de turbulência no seio do plantel dos red devils.
O The Athletic, jornal com 1,2 milhões de assinantes que foi comprado recentemente pelo gigante The New York Times por 550 milhões de dólares (maior aquisição de sempre do grupo em três décadas), fazia esta sexta-feira um retrato aos problemas que abalam o balneário do Manchester United: dificuldades de ligação de alguns jogadores a Ronaldo, incluindo elementos com peso no balneário como Cavani; grupos formados com base no idioma e das amizades próximas que Solskjaer já previa; declarações do português sobre os elementos mais jovens que não caíram bem junto de alguns jogadores; a recente reação do número 7 que com qualquer outro atleta seria avaliada de forma diferente. Um cenário, várias justificações.
Era também à luz de tudo isso que os red devils recebiam o West Ham, num encontro que poderia oferecer uma nova aproximação ao quarto lugar que vale entrada direta na Champions (algo que, se não acontecer, tira 25% do salário ao avançado português, que baixaria de 460 mil euros para 347 mil euros por semana), com Ralf Rangnick a abordar a última partida e a admitir também que CR7 continuava em dúvida.
“Não devemos fazer muito barulho com isso. Expliquei a Ronaldo durante o jogo, disse-lhe que o trabalho do treinador é ajudar a equipa a vencer. Estivemos melhor. A única questão foi quem deveria sair. Ele perguntou-me porque é que o escolhi e não um dos jogadores mais jovens. O futebol obriga tomar uma decisão no momento certo. Não foi a primeira vez que ele foi substituído na sua carreira. Um jogador como Ronaldo não gosta de ser substituído, a sua reação foi emocional. Isso não é problema. Sei como os jogadores ofensivos reagem a isto mas é também uma questão de pontos. Bruno Fernandes quando o jogo acabou também não estava satisfeito, mas o que importa são os interesses da equipa e do clube”, disse.
✨ @ManUtd's Cristiano Ronaldo has scored six goals in his last five matches against West Ham
Any excuse to see this Dimitar Berbatov assist again ????#GoalOfTheDay | #MUNWHU pic.twitter.com/GeCo4jlTCf
— Premier League (@premierleague) January 22, 2022
“O Cristiano continua ainda em dúvida devido a um problema no pescoço. Recebeu tratamento ontem [quinta-feira] durante duas ou três horas, veremos como se sente hoje [sexta-feira] e se poderá ir a jogo”, acrescentou ao canal do clube, abordando os jogadores que podiam ou não ser convocados. O avançado recuperou mesmo e, a par de Diogo Dalot e Bruno Fernandes, voltou a ser titular numa equipa que fez só uma troca com a saída de Lindelöf para a entrada de Maguire. No entanto, os grandes problemas coletivos que assolam a equipa voltaram a estar presentes e foi preciso chegar à última jogada para ganhar por 1-0. Old Trafford voltou aos tempos de Alex Ferguson mas só pela capacidade de vencer no derradeiro fôlego…
???????????????????????????? Manchester United ???? West Ham
Diogo Dalot ???????? foi o melhor em campo num jogo em que os red devils sofreram para bater os hammers ⭐️
O golo surgiu aos 90+3, por Rashford ????????????????????????????
Cristiano Ronaldo ???????? (6.4) e Bruno Fernandes ???????? (6.2) também foram titulares #EPL #MUNWHU pic.twitter.com/J0Ocs63x1Q
— GoalPoint.pt (@_Goalpoint) January 22, 2022
A primeira parte, essa, voltou a ser quase um longo bocejo com um outro abanão para acordar mas sem ter a força para quebrar a monotonia de 45 minutos que não tiveram sequer um remate enquadrado. Ronaldo tentou de livre direto, de cabeça após um fantástico passe de Bruno Fernandes a que não chegou por muito pouco e em movimentos individuais como o que o deixou no chão a pedir penálti mas voltava a ser um jogo frustrante de quem raramente consegue ter bola para o último toque. Não que o West Ham tenha criado oportunidades de golo mas, no plano ofensivo, o Manchester United voltava a ter um arranque falhado de jogo à semelhança do que acontecera em Brentford e o nulo era um mal inevitável ao intervalo.
Cristiano Ronaldo unable to hide Mason Greenwood frustration during Man Utd vs West Ham https://t.co/75XBdXZoyl pic.twitter.com/t928NBIZ4A
— Mirror Football (@MirrorFootball) January 22, 2022
O segundo tempo, mesmo sem alterações de jogadores e alguns acertos posicionais, já teve uma primeira ameaça de Alex Telles (47′), um remate de Fred para defesa de Areola (50′) e um cabeceamento após canto de Varane (57′) entre uma tentativa com perigo de Bowen que bateu nas malhas laterais mas os londrinos mantiveram a grande organização sem bola mesmo sem a necessária capacidade de sair em transições como é habitual na equipa. Chegavam os últimos minutos e, já com Rashford em campo no lugar de Elanga, Rangnick lançou Cavani e Rashford em vez de Fred e Greenwood, arriscando tudo num jogo mais direto que não teve resultados práticos devido a uma defesa de Areola a remate de Ronaldo aos 90′ mas que funcionou na última jogada, iniciada por Ronaldo após corte deficiente de Fredericks, a passar ainda por Martial e com grande assistência de Cavani para o desvio de Rashford à boca da baliza (90+3′).
[Clique na imagem para ver o golo do Manchester United-West Ham em vídeo]
Cristiano Ronaldo vs West Ham:
• 1 shot on target.
• 2 chance created.
• 82% pass accuracy.
• 32 accurate Passes.
• 48 touches.
• 2 key pass.
• 1 long ball.
• 3 clearance.
• 2 duels won.
• 3 headed clearance.
• 1 foul won.
• 1 aeriel won.
• 1 recovery. pic.twitter.com/0N6j3PbKO3— CristianoXtra (@CristianoXtra_) January 22, 2022