Um requerimento do Bloco de Esquerda para audição do ministro da Saúde sobre o encerramento de maternidades e urgências foi esta quarta-feira chumbado na comissão parlamentar de Saúde com o voto contra do PS, disse à agência Lusa fonte do BE.

De acordo com a mesma fonte, os restantes partidos votaram a favor da audição, à exceção do Chega, que “não se encontrava na sala”.

O BE pretendia ouvir no parlamento o ministro da Saúde, Manuel Pizarro, sobre o encerramento de maternidades e urgências de obstetrícia/ginecologia no Serviço Nacional de Saúde.

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Um requerimento do PAN para audição do ministro da Saúde e da direção da Associação Portuguesa dos Técnicos Auxiliares de Saúde sobre o processo de criação da carreira de técnico auxiliar de saúde não chegou a ser discutido na reunião desta quarta-feira da comissão de Saúde, por questões de agenda, segundo fonte do partido contactada pela Lusa.

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A coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, reagiu ao voto contra do PS ao requerimento do seu partido por parte do PS dizendo que os socialista “deixaram de ter vergonha de ser maioria absoluta”.

A prática era viabilizar a audição de ministros, mas mudou. O PS aceitou o pedido de António Costa e deixou de ter vergonha de ser maioria absoluta. Esta quarta-feira foi na Saúde. Esta sessão legislativa, Marta Temido veio ao parlamento sobre as urgências de obstetrícia. Pizarro não virá”, lê-se numa publicação de Catarina Martins na rede social Twitter.

Segundo o requerimento apresentado pelo BE na semana passada, o objetivo da audição era que Manuel Pizarro esclarecesse se o Governo vai avançar com a concentração e encerramento de maternidades e urgências de obstetrícia.

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Os deputados bloquistas apontavam que a comissão de acompanhamento criada em junho pelo Governo face aos sucessivos encerramentos temporários de serviços de urgência de obstetrícia e ginecologia em vários pontos do país propôs “a concentração de respostas na área da obstetrícia e ginecologia, o que representará o encerramento de alguns serviços em vários hospitais do país”.

O Bloco considerava que “é fundamental que a Assembleia da República ouça o ministro da Saúde sobre este assunto porque é urgente que o Governo esclareça se concorda com as propostas de concentração e encerramento de serviços, se vai avançar com estas medidas e quais os serviços e populações que serão prejudicados com tal medida”.

No documento, os bloquistas referiam que “já no verão de 2019 se colocou a possibilidade de encerramento faseado de urgências obstétricas na região de Lisboa e Vale do Tejo” e, na altura, “o problema era, mais uma vez, a falta de profissionais para garantir todas as escalas de funcionamento destes serviços”.

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Passaram três anos e o Governo nada fez, mantendo-se assim a possibilidade de encerramento de serviços do SNS, agora de forma ainda mais generalizada e dramática porque pode estender-se a todo o país”, alertam.

Um requerimento do PAN para audição do ministro da Saúde e da direção da Associação Portuguesa dos Técnicos Auxiliares de Saúde sobre o processo de criação da carreira de técnico auxiliar de saúde não chegou a ser discutido na reunião de hoje da comissão de Saúde, por questões de agenda, segundo fonte do partido contactada pela Lusa.