Leon Black, ex-presidente executivo do fundo norte-americano Apollo que fez vários negócios em Portugal, foi acusado de violação por uma mulher. De acordo com a Reuters, o episódio aconteceu em 2002 e ocorreu na mansão do empresário norte-americano Jeffrey Epstein.

A vítima, Cheri Pierson, alega que foi convidada para fazer massagens por Jeffrey Epstein, sendo que Leon Black lhe pagaria 300 dólares (cerca de 290 euros) por cada uma. Como precisava “urgentemente” de dinheiro por ser mãe solteira, a mulher aceitou e deslocou-se à mansão do magnata.

Após alguns toques e face à resistência de Cheri Pierson, Leon Black — que pesava cerca de 130 quilos na altura — ter-se-á sentando em cima da massagista para a imobilizar, causando-lhe uma “dor excruciante”. Depois, o ex-presidente executivo da Apollo tê-la-á violado: “Foi um ataque brutal”.

O gestor do fundo de investimento americano abandonou o cargo em 2021, já na sequência de notícias que o ligavam ao escândalo sexual que envolveu o milionário Jeffrey Epstein, que apareceu morto na prisão em 2019. A Apollo chegou a ser a dona da seguradora Tranquilidade que vendeu à Generalli em 2019 e foi candidata a várias operações financeiras em Portugal, tendo concorrido ao Novo Banco. O fundo americano adquiriu mais de duas centenas de imóveis à seguradora Fidelidade que depois vendeu.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Para além de ter sido fundador e presidente executivo da Apollo, Leon Black foi chairman do museu de arte de moderna de Nova Iorque (o MoMA).

Cheri Pierson apresentou queixa num tribunal em Manhattan e deseja ser indemnizada pela violência sexual e pelo sofrimento emocional que a situação lhe causou.

Por sua vez, a equipa legal de Leon Black rejeita as acusações. “Nunca agrediu sexualmente ninguém em lado nenhum”, assinalou à Reuters a advogada Susan Estrich, acrescentando que a versão de Cheri Pierson é “categoricamente falsa e parte de um esquema para extorquir dinheiro ao senhor Black ameaçando destruir a sua reputação”. “Desejamos defendê-lo destas acusações sem fundamentação.”

Depois da alegada violação, Cheri Pierson alega que Leon Black lhe ligou, porque “queria falar” do que aconteceu e “sentia-se” mal por o que fizera. Sobre os 20 anos que se passaram sobre este episódio, a alegada vítima tinha medo de represálias.