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Ativista iraniana Narges Mohammadi, laureada com Nobel da Paz, começa greve de fome na prisão

A jornalista, de 51 anos, que é um dos símbolos da luta contra o uso obrigatório do véu islâmico, está a protestar contra a negligência de assistência médica a reclusos.

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A ativista pediu transferência para o hospital, para receber assistência médica urgente, mas foi impedida, por se recusar a usar hijab

AFP via Getty Images

A ativista pediu transferência para o hospital, para receber assistência médica urgente, mas foi impedida, por se recusar a usar hijab

AFP via Getty Images

A 6 de outubro, Narges Mohammadi foi laureada com o Prémio Nobel da Paz pela “luta contra a repressão das mulheres no Irão”, tendo “explodido de alegria” quando soube da notícia atrás das grades da prisão de Evin, no Teerão, onde está desde 2021. Um mês depois, a ativista e jornalista iraniana decidiu começar uma greve de fome, para protestar contra a falta de cuidados médicos nas prisões e a razão que a colocou naquele sítio em primeiro lugar: a obrigatoriedade do uso do véu islâmico.

“Através de uma mensagem da prisão de Evin [no Teerão, capital do Irão], Nargess informou a família de que tinha iniciado uma greve de fome há várias horas. Estamos preocupados com o seu estado físico e de saúde”, escreveu a família, num comunicado divulgado nas redes sociais.

A decisão surge depois de as autoridades prisionais iranianas terem bloqueado a transferência hospitalar urgente da ativista, que utiliza o lema “Mulheres, Vidas e Liberdade”, como forma de luta “pelo direito a viver de forma digna”, apenas por esta se recusar a cobrir a cabeça com o hijab.

Irão bloqueia transferência hospitalar de laureada com Nobel da Paz

De acordo com o diagnóstico e o eletrocardiograma de um médico de confiança da prisão, ela precisa de ser transferida com urgência para o centro de cardiologia e pulmonar para receber cuidados médicos. Já há uma semana que se recusam a prestar-lhe a assistência médica de que necessita“, continuou o comunicado.

Desta forma, Narges Mohammadi, de 51 anos — que já foi presa 13 vezes e condenada outras cinco, a um total de 31 anos de prisão e 154 chicotadas — iniciou uma greve de fome para protestar contra a “política da República Islâmica de atrasar e negligenciar a assistência médica aos reclusos doentes” e a “política de morte ou de hijab obrigatório para as mulheres iranianas”.

Morreu a jovem iraniana que não usava véu islâmico, após quase um mês em coma

A família da jornalista já tinha vindo a público na quinta-feira passada, para denunciar que o diretor prisional dissera que “era proibido transferir Mohammadi para o hospital sem véu islâmico, sendo a sua transferência cancelada pela segunda vez”.

“Ela está disposta a arriscar a vida ao não usar o ‘hijab obrigatório’, mesmo para tratamento médico”, apontou a família, referindo-se à mesma ativista que outrora disse que “preferia não ver os filhos e ser a voz dos oprimidos”.

“Prefiro não ver os meus filhos e ser a voz dos oprimidos”. A luta de Narges Mohammadi pelos direitos humanos no Irão

Detida em 2021 e a pagar uma pena de 10 anos, pelo crime de “espalhar propaganda contra o Estado”, Narges soube que tinha sido galardoada com o Prémio Nobel da Paz atrás das grades, “através de mensagens transmitidas pela secção masculina, que tem acesso mais fácil aos telefones”. E, segundo a família, a sua situação corrente não a impediu de celebrar a conquista.

Narges e as suas companheiras de cela ficaram radiantes e festejaram esta vitória na cela”, disse a família.

“Mulheres, vida, liberdade.” Ativista iraniana Narges Mohammadi vence o Nobel da Paz 2023

Já a reação pública ao anúncio, foi de “mais determinação, responsabilidade, paixão e utilidade”. “Continuarei a lutar contra a discriminação, tirania e opressão com base no género sem fim por este governo religioso e opressor até que as mulheres sejam libertadas”, disse, num comunicado.

Quem não ficou tão feliz com a notícia foi o governo do Irão, que condenou a decisão de Berit Reiss-Andersen, a presidente do comité Nobel, dizendo que se tratava de uma “forma de pressão do Ocidente”. “A decisão do Comité do Nobel da Paz é um ato político alinhado com a política intervencionista e anti-Irão de alguns governos europeus”, sublinhou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano, Naser Kanani, em comunicado.

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