No debate promovido pela Rádio Observador, a cabeça de lista do PS, Elza Pais e António Leitão Amaro, da AD – liderada pelo PSD, trocaram acusações sobre as responsabilidades do que está por fazer na região e prometem colocar pé no acelerador. Quanto às questões nacionais, a candidata socialista desvaloriza a vitória nos Açores e do lado do PSD aponta-se a uma “mudança de estratégia” para Pedro Nuno Santos.
António Leitão Amaro — que é também vice-presidente do PSD –, acusa Pedro Nuno Santos de ter “nacionalizado a campanha nos Açores” por ter “estado três dias na região a falar dos planos do PSD e de grandes coligações” e que o resultado alcançado por José Manuel Bolieiro provou que “a mistificação é falsa e que [Pedro Nuno Santos] tem que encontrar uma nova estratégia para a campanha” das legislativas, colocando a responsabilidade da viabilização do Governo Regional no PS e no Chega.
[Ouça aqui na integra o debate promovido pela Rádio Observador]
Já Elza Pais reconhece a vitória da AD, mas desvaloriza: “Foi uma vitória pífia. A AD tem apenas mais um deputado face às ultimas eleições” e que é a coligação liderada pelos sociais-democratas que tem “um problema em mãos que é decidir como vai apresentar uma solução estável”, criticando ainda José Manuel Bolieiro por “ter tentado normalizar um partido que não deve ser normalizado”.
No que toca à aposta do PSD na recuperação do eleitorado pensionista, António Leitão Amaro reconhece que “existiram grupos que ficaram especialmente sentidos com algumas decisões”? mas aponta para o futuro e procura garantir que “com a AD as pensões vão ser aumentadas pela lei e que os que vivem com menos de 820 euros vão ter o rendimento igual ao Salário Mínimo Nacional”, recordando uma das propostas de Luís Montenegro.
Poucos dias depois de Pedro Nuno Santos ter anunciado também propostas para os pensionistas, Elza Pais recusa que o PS esteja “a correr atrás do prejuízo” e puxa pelas contas certas do PS “que permitiram aumentar pensões, subir salários e o rendimento das pessoas”. Apesar de Leitão Amaro dizer que estes resultados “foram à custa da austeridade socialista”, Elza Pais continua: “A dívida pública caiu, o PIB cresceu e o país tem um superávite expressivo” para concluir que “as contas certas existem, com um estado social mais forte e com pensões reforçadas”.
IP3 e ferrovia continuam a ser as questões por resolver na região
São problemas com décadas e por isso o passa culpas encaixa em qualquer Governo, seja ele liderado pelo PS ou pelo PSD. Depois da promessa não cumprida de que o dinheiro que serviria para a recuperação do tempo de serviço dos professores servir para requalificar o IP3, Elza Pais garante que o projeto “não está na gaveta” e que “passados 30 anos o lançamento da obra aconteceu” e que por isso vai ser “uma realidade dentro do tempo que as obras demoram”, sem se comprometer com um calendário, criticando o PSD por ter retirado o investimento europeu do projeto em 2011. Já Leitão Amaro contrapõe que “o ultimo grande investimento concluído naquela estrada” foi durante a governação de Passos Coelho e que o PS “chega, promete, cancela, não cumpre” e que a AD “compromete-se em fazer, fazer, fazer. Fazer mesmo, sem desculpas”, lamentando que a requalificação não coloque o IP3 “com perfil de autoestrada”.
Já quanto à ferrovia, Leitão Amaro aponta culpas a António Costa, Pedro Marques e Pedro Nuno Santos mas Elza Pais avisa que “à velocidade a que os governos caem, nenhum começa e acaba uma obra” e que a requalificação da linha da beira alta “está a decorrer e está prevista acabar este ano”. O PSD reclama a paternidade do projeto mas Leitão Amaro classifica o ex-ministro das Infraestruturas como o “fazedor atrasador“. Para a candidata socialista, Elza Pais, “o TGV também vai beneficiar as pessoas do interior”, mas Leitão Amaro diz que “nunca vai aceitar que o candidato a primeiro-ministro se justifique que não vai investir no distrito de Viseu porque há uma linha de alta velocidade que vai passar no litoral”.
Tanto António Leitão Amaro como Elza Pais são novamente candidatos a deputados pelo circulo eleitoral de Viseu — que o PS conquistou nas eleições de 2022 –, com o candidato social democrata a referir a “experiência parlamentar” que a equipa tem e a dizer que “tudo o que o PS prometeu ficou pelo caminho”. Já Elza Pais, que também pode voltar ao Parlamento, discorda da leitura e fala num distrito que “cresceu significativamente” e ao qual o PS se apresenta com uma “lista de renovação e de promoção da igualdade de género”.
