Na primeira ação da campanha oficial do Livre, Rui Tavares distribuiu panfletos na zona do Saldanha, em Lisboa. Escolheu o ponto central da capital para notar a crise de habitação que pretende combater com um fundo para a habitação. Em declarações aos jornalistas, deixou a questão no ar, a mesma que já tinha lançado no debate das rádios desta manhã: “Será que a Aliança Democrática e a Iniciativa Liberal se junta à extrema-direita para fazer cair um governo de esquerda?”

O porta-voz do Livre diz que num cenário que “é dos mais possíveis segundo as sondagens” — em que a esquerda não tenha uma maioria absoluta, mas tenha mais votos do que o outro bloco da direita democrática — “o Chega vai apresentar uma moção de rejeição que já anunciou”. “Nem a IL, que tinha acabado de dizer que tinha uma posição muito clara, conseguiu responder, nem Luís Montenegro respondeu”, acrescentou.

O deputado único considera a posição de Montenegro “preocupante”. “Ele pode dizer que não é não, mas se se juntar à extrema-direita para mandar a baixo uma governação suportada pela esquerda, então acho que haveria uma traição aos portugueses”, afirma. E garante que os eleitores “têm que saber quem é que está disposto a falar com quem”.

Sobre a crise de habitação, motivo pelo qual escolheu o centro de Lisboa para estrear a campanha, assinalou “o aumento dos pedidos de despejo em 17%”. Para o porta-voz do Livre, isso significa que “há mais gente a passar pela angustia de não saber se vai ter um teto”. “Estão a nascer cidades de tendas dentro das nossas cidades. Aqui bem perto, atrás da igreja dos Anjos, vemos dezenas de tendas ali e muita daquela gente trabalha”, descreve. Um fundo para a habitação é a solução proposta

Rui Tavares não tem dúvidas de que há muito mais gente nestas eleições interessada no Livre e que conhece o partido. “Ao contrário de outros partidos que ‘dizem umas coisas’, e que às vezes parece que é muito importante, o Livre ajuda as pessoas”. E foram muitos os populares que abordaram ou responderam à interação com o porta-voz. Alguns pediram selfies, outros informações de como aderir ao partido. Os elogios às intervenções públicas de Tavares sucederam-se e várias pessoas admitiram que o voto no Livre está garantido.

Questionado sobre a estagnação do Livre entre 2019 e 2020, recordou a estreia do partido no Parlamento — o tempo “em que as coisas não correram bem”. “Foi uma grande pena para todas as pessoas envolvidas, incluindo Joacine Katar Moreira”, notou, justificando a perda “da volta” em relação a outros partidos que entraram em 2019 com os conflitos internos que culminou na desfiliação da então deputada única.

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