O secretário-geral adjunto da Federação Nacional dos Professores (Fenprof) vincou esta sexta-feira, na Madeira no último dia da ação ‘Professores na campanha’, a necessidade de aumentar o financiamento da educação para 6% do PIB, para resolver os problemas dos docentes.

“Estes 10 dias serviram precisamente para assinalar aqueles que têm sido os problemas maiores da Educação e aqui hoje terminamos chamando a atenção para a questão do financiamento da Educação, que deve, segundo as organizações internacionais, ser de 6% do PIB“, afirmou Francisco Gonçalves, no Funchal.

O secretário-geral adjunto da Fenprof considerou que “só com um financiamento dessa monta é que é possível resolver todos os problemas que se colocam à educação, desde logo […] a falta de professores”.

Cerca de 40 docentes estiveram esta sexta-feira concentrados em frente à Secretaria Regional da Educação, exibindo diversos cartazes e alertando para problemas como o envelhecimento da classe e a falta de valorização da carreira. A Fenprof marcou concentrações para os 10 dias úteis da campanha eleitoral, que esta sexta-feira termina, percorrendo todas as capitais de distrito e regiões autónomas.

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Francisco Gonçalves realçou que faltam professores porque a profissão não tem sido valorizada e lamentou o facto de o tempo de serviço não ter sido contabilizado. “Se nós olharmos, por exemplo, para o estatuto da carreira docente, nenhum professor está no lugar que deveria estar. Um professor com 34 anos de serviço deveria estar no 10.º escalão, um professor com 30 anos de serviço devia estar no 9.º e por aí fora”, sustentou.

O dirigente ressalvou que na Madeira “os 9 anos, 4 meses e 2 dias” serão contabilizados “a breve trecho”, mas apontou que, ainda assim, “o tempo é perdido por via das vagas e das quotas no acesso ao 5.º e ao 7.º escalões e também com a questão das transições de carreira feitas em 2007 e 2009”.

E, portanto, se nós pretendemos resolver o problema da falta de professores, temos, de facto, que valorizar a profissão, que valorizar a carreira”, reforçou, acrescentando que é imperativo atrair jovens para o ensino.

O Sindicato dos Professores da Madeira, que esta sexta-feira esteve na rua, aprovou uma resolução que pede aos deputados à Assembleia da República eleitos pela região autónoma que contribuam para a aprovação de medidas que vão ao encontro das reivindicações dos docentes. Exigem, assim, um regime de aposentação específica para os professores, um modelo de avaliação sem percentis e progressão sem vagas, a contagem de todo o tempo de serviço, a reintegração na Caixa Geral de Aposentações e medidas de combate à falta de profissionais.